Dólar registra alta de 0,6% em sessão focada nos EUA, a R$ 5,07, e fecha maio em alta

Sessão é a terceira seguida de ganhos para a divisa americana; outros fatores, como política monetária local e nos EUA estão no radar

Equipe InfoMoney

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O dólar subiu frente ao real pela terceira sessão consecutiva nesta quarta-feira (31) após chegar a superar os R$ 5,10, em linha com o fortalecimento da divisa norte-americana no exterior antes da votação da suspensão do teto da dívida dos Estados Unidos, enquanto investidores continuavam de olho na possibilidade de cortes na taxa Selic ainda em agosto (e ainda que as apostas se concentrem para o início dos cortes em setembro).

O dólar comercial fechou com alta de 0,61%, a R$ 5,073 na compra e na venda, chegando a R$ 5,128 na máxima do dia. Com isso,  a divisa americana registrou ganhos de 1,73% no mês.

A sessão também foi de volatilidade elevada devido ao fechamento da taxa Ptax de maio.

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A Ptax é uma taxa de câmbio calculada pelo Banco Central que serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcioná-la para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar, o que costuma gerar vaivém no mercado de câmbio.

A alta do dólar à vista no mercado local esteve em linha com o fortalecimento da divisa norte-americana frente a uma cesta de partes fortes, que Hideaki Iha, operador da Fair Corretora, atribuiu às incertezas recentes em torno do acordo de suspensão do teto da dívida dos EUA, que “ainda não está assinado, no fim das contas”, conforme pontuou para a Reuters.

A legislação mediada pelo presidente norte-americano, Joe Biden, e pelo presidente da Câmara dos EUA, Kevin McCarthy, para elevar o teto da dívida de US$ 31,4 trilhões dos Estados Unidos e alcançar novos cortes de gastos federais passou por um importante obstáculo na terça-feira, avançando para o plenário da Câmara dos Deputados para debate e para votação nesta quarta-feira.

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A aprovação na Câmara enviará o projeto de lei ao Senado. A medida precisa de aprovação do Congresso antes de 5 de junho, quando o Departamento do Tesouro pode ficar sem fundos para pagar suas dívidas pela primeira vez na história dos Estados Unidos.

Já na segunda maior economia do mundo, dados mostraram que a atividade industrial da China encolheu mais rápido do que o esperado em maio devido ao enfraquecimento da demanda, aumentando a pressão sobre as autoridades para sustentar uma recuperação econômica irregular. Segundo Iha, esse era um fator adicional de sustentação do dólar neste pregão.

Alguns participantes do mercado têm citado expectativas de corte da Selic  neste ano como outro motivo por trás da depreciação do real nos últimos dias, uma vez que isso reduziria a rentabilidade oferecida pela moeda local. No entanto, Iha disse ser “cedo demais” para haver impacto significativo dessas apostas na taxa de câmbio.

“Se vier um corte, será 0,25 (ponto percentual), então a Selic vai continuar bem alta, 0,25 é pouca coisa. Começa a se avaliar (os efeitos do eventual afrouxamento monetário), mas não se sai comprando dólar só por causa disso”, avaliou o operador.

Na véspera, o dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 5,0423 na venda, com alta de 0,61%.

(com Reuters)