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Em meio à chamada Super Quarta, os mercados operam em compasso de espera, com foco total nas decisões de política monetária do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa é de manutenção das taxas básicas, mas a atenção se volta especialmente aos sinais prospectivos de Jerome Powell e do Banco Central brasileiro sobre os próximos passos em um cenário global marcado por inflação persistente e desaceleração econômica.
Na véspera, os mercados acionários em Nova York fecharam em queda pelo segundo pregão consecutivo, refletindo a cautela dos investidores antes da decisão do Fed. O dólar, por sua vez, manteve leve alta frente ao real, mesmo com a valorização do petróleo ajudando a sustentar o Ibovespa, que fechou o dia em leve alta. O movimento reflete um ambiente de aversão ao risco e expectativa por volatilidade, especialmente nos ativos ligados à moeda americana.
Neste contexto, a análise técnica do índice DXY e do dólar futuro ganha ainda mais relevância. Ambos os ativos seguem pressionados no gráfico, com estrutura de baixa bem definida e testando níveis-chave de suporte. Com decisões monetárias iminentes, o rompimento ou a sustentação desses pontos técnicos poderá calibrar a direção do fluxo cambial nos próximos dias — e, possivelmente, ditar o tom para o restante de maio.
Para compreender os possíveis movimentos do DXY e do Dólar futuro, confira a análise técnica detalhada e os principais níveis de suporte e resistência.
Análise técnica do DXY
No gráfico diário, a tendência de baixa está clara. O DXY apresenta uma estrutura clássica de topos e fundos descendentes, reforçada pela possível formação de uma bandeira de baixa — padrão de continuidade que sugere nova onda vendedora.
A figura pode ser confirmada com o rompimento da mínima anterior, justamente nos 97.920 pontos. Caso isso ocorra, os próximos suportes a serem testados estão em 96.940 e 95.135 pontos, com alvos adicionais em 94.500 e 93.435 pontos. A quebra dessa estrutura indicaria forte dominância dos vendedores no curto prazo.
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Já uma eventual reação compradora passaria obrigatoriamente pela superação da resistência em 100.375 pontos, máxima recente. Se o ativo conseguir vencer essa faixa, poderá estender o movimento de alta até 103.180 e 104.680 pontos, com alvos mais distantes nas regiões de 105.615 e 107.660 pontos.

Análise de médio prazo
No gráfico semanal, o DXY mostra uma tendência de baixa bem definida neste ano. Após atingir o topo na região dos 110.176 pontos, o índice passou a recuar de forma consistente, acumulando uma queda de 8,25% em 2025. Esse movimento levou o ativo à mínima do ano, registrada na região dos 97.920 pontos, que agora assume papel crucial como nível de suporte.
Caso essa faixa seja rompida, o movimento vendedor tende a se intensificar, com potenciais alvos nas regiões de 95.130 e 93.430 pontos. Abaixo disso, o mercado pode mirar patamares ainda mais baixos, com projeções de queda para 92.000, 89.535 e até 88.250 pontos, este último sendo um possível alvo mais longo, caso o enfraquecimento da moeda americana persista.
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Por outro lado, para que o DXY comece a sinalizar uma possível reversão de tendência, será necessário observar um rompimento consistente da região entre 100.375 e 101.915 pontos, onde encontra-se uma zona de resistência importante. Acima dessa faixa, o índice poderá buscar os níveis de 104.685 e 106.650 pontos, com alvo mais estendido no topo anterior, em 110.176 pontos.

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Análise técnica do Dólar futuro (WDOFUT)
No gráfico diário, o dólar futuro vem renovando mínimas desde o início do ano. Após uma tentativa de recuperação que o levou até 6.161 pontos, o contrato voltou a recuar, renovando a mínima do ano na última semana em 5.644,5 pontos. Esse patamar é, novamente, o ponto-chave para definição dos próximos movimentos.
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Se o ativo perder essa mínima, o movimento de queda pode se intensificar com alvos em 5.625 e 5.527 pontos, com extensão em 5.367 e 5.297 pontos. Esse seria o cenário de continuidade da tendência principal.
Caso o mercado volte a ganhar força compradora, será preciso romper, primeiro, a resistência entre 5.772 e 5.823 pontos. O grande obstáculo técnico, no entanto, é a média móvel de 200 períodos, atualmente posicionada na região de 5.932 pontos. Acima dela, o dólar futuro ganharia espaço para buscar novamente os níveis de 6.161, 6.300 e, eventualmente, 6.435 pontos.

Análise de médio prazo
No gráfico semanal, o dólar futuro iniciou o ano pressionado após atingir o topo em 6.517 pontos, no final de 2024. A partir dali, engatou um movimento descendente que o levou à mínima de 5.644,5 pontos, patamar que agora se configura como suporte decisivo. Desde o pico, o contrato acumula perda de 9,60% no ano.
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Se perder o suporte atual, o fluxo vendedor tende a continuar, com próximos níveis de atenção nas regiões de 5.627 e 5.352 pontos. Abaixo desses patamares, o ativo pode buscar objetivos mais longos em 5.240, 5.140 e até 5.026 pontos, configurando um cenário de forte desvalorização da moeda americana frente ao real.
Para que o ativo tenha chance de recuperação no médio prazo, será fundamental que supere a faixa entre 5.818 e 5.906 pontos, onde se concentram médias móveis e resistências relevantes. Com esse rompimento, o dólar futuro pode mirar níveis mais elevados, como 6.161, 6.300 e, em um cenário mais otimista, o antigo topo em 6.517 pontos.

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- O que são médias móveis e como usá-las para estratégia de Trade
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