Dólar: após superar R$ 5,20 com dados dos EUA, moeda termina sessão em leve queda; alta na semana é de 2,7%

Após um movimento de forte alta após payroll, em um momento posterior houve uma correção de preços no mercado

Reuters

"Shutterstock"

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SÃO PAULO (Reuters) – A divulgação de dados positivos sobre o mercado de trabalho dos EUA impulsionou o dólar para acima dos 5,20 reais pela manhã, numa forte reação dos investidores aos números, mas à tarde a moeda perdeu força e terminou a sessão em leve baixa no Brasil.

O dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1621 reais na venda, em baixa de 0,13%. Na semana, porém, a moeda norte-americana acumulou alta de 2,68%.

Na B3, às 17:13 (de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,12%, a 5,1770 reais.

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Na abertura dos negócios, a expectativa dos investidores girava em torno dos dados do relatório payroll, com as vagas de emprego nos EUA. Imediatamente após a divulgação, ocorrida às 9h30, o dólar à vista subiu 5 centavos de real no Brasil, para acima dos 5,20 reais, em meio à leitura de que os dados levarão o Federal Reserve a apertar sua política de juros.

O Departamento do Trabalho informou que a economia dos EUA abriu 336.000 vagas de emprego fora do setor agrícola em setembro. Economistas consultados pela Reuters previam abertura de 170.000 vagas — praticamente metade do que foi verificado.

Além disso, os dados de agosto foram revisados para cima, mostrando 227.000 empregos criados, em vez dos 187.000 informados anteriormente.

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“Em nossa visão, os dados de hoje (sexta-feira) aumentam o risco de o Fed continuar subindo a taxa de juros ao longo dos próximos meses. Acreditamos que as evidências estão sugerindo uma aceleração da economia americana, que está se difundindo por diferentes setores e agora também impulsiona o mercado de trabalho”, disse o economista-chefe da Kínitro, Sávio Barbosa, em análise enviada a clientes.

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Em reação aos números, o dólar à vista atingiu a cotação máxima de 5,2210 reais (+1,01%) às 9h58, enquanto as taxas dos contratos de DIs (Depósitos Interfinanceiros) chegaram a subir mais de 30 pontos-base.

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“Logo que o payroll saiu, ele jogou a curva americana inteira para cima, com muita força. Isso foi suficiente para puxar o dólar em relação a todas as moedas globais e para empurrar todas as curvas de juros do mundo para cima, de forma brutal”, comentou João Piccioni, analista da Empiricus Research.

Em um momento posterior, como é de costume, houve uma correção de preços no mercado. Operador ouvido pela Reuters pontuou que, depois do avanço das cotações, parte dos investidores decidiu vender moeda e realizar os lucros do dia no Brasil.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries também perderam parte do ímpeto trazido pelo payroll, o que pesou sobre o dólar ante as demais divisas.

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A moeda norte-americana virou para o negativo ante o real no início da tarde, em sintonia com o exterior. Às 12h59, o dólar à vista marcou a cotação mínima de 5,1454 reais (-0,46%), para depois encerrar na faixa dos 5,16 reais.

No exterior, o dólar seguia no fim da tarde em queda ante as divisas fortes e em relação às moedas de emergentes e exportadores de commodities.

Às 17:13 (de Brasília), o índice do dólar –que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas– caía 0,24%, a 106,100.

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Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de dezembro.