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Dólar fecha a R$ 6 por 1ª vez na história, apesar de Lira e Pacheco acalmarem mercado

Na semana a divisa dos EUA acumulou alta de 3,21%

Equipe InfoMoney

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Declarações favoráveis dos presidentes da Câmara e do Senado ao pacote fiscal do governo tiraram boa parte da pressão sobre o câmbio, mas ainda assim o dólar voltou a subir ante o real nesta sexta-feira (29), renovando recordes. A moeda fechou com alta de 0,19%, aos R$ 6,001 na venda, na maior cotação nominal da história.

Durante o dia, o dólar ampliou os ganhos ante o real e chegou a superar os R$ 6,10, em meio à desconfiança do mercado em relação ao pacote fiscal anunciado pelo governo. No início da tarde, contudo, a moeda zerou os ganhos e passou a operar entre leves perdas e ganhos.

O movimento ocorre após falas do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

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Lira disse nesta sexta-feira (29) que a Casa terá “boa vontade” com a análise de medidas de cortes de gastos e que qualquer iniciativa de renúncia de receitas será avaliada pelos parlamentares somente no ano que vem, com uma análise cuidadosa das fontes de financiamento.

Já Pacheco disse que a proposta mais controversa apresentada, a isenção de Imposto de Renda (IR) para contribuintes que recebem até R$ 5 mil mensais, só se tornará realidade se houver “condições fiscais” para isso, apontou.

Confira a cotação em tempo real: Conversor de Moeda

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Qual é a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista fechou o dia com alta de 0,17%, cotado a 6,0012 reais — maior valor nominal de fechamento da história e pela primeira vez acima dos 6,00 em um encerramento de sessão. Na semana a divisa dos EUA acumulou alta de 3,21%.

Às 17h25, o dólar para janeiro — que nesta sessão passou a ser o mais líquido — cedia 0,80%, aos 5,9991 reais.

Dólar comercial

Dólar turismo

Compra: R$ 6,042

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Venda: R$ 6,222

O que acontece com o dólar hoje?

O dia começou novamente com forte alta do dólar ante o real e de abertura firme da curva a termo, com o mercado ainda reagindo negativamente a uma medida específica do pacote fiscal: a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil reais por mês.

Como em dias anteriores, a percepção negativa desta medida se sobrepunha às demais ações de cortes de despesas anunciadas pelo governo, cuja projeção é de uma economia de 71,9 bilhões de reais em dois anos.

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No mercado de câmbio o movimento era amplificado pela disputa pela formação da Ptax de fim de mês. Calculada pelo BC com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros. No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Neste cenário, o dólar à vista atingiu 6,1168 reais às 10h16 — maior cotação da história e também para o dia.

O cenário somente mudou no início da tarde, quando os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foram a público fazer sinalizações favoráveis ao pacote, tentando desvinculá-lo da proposta de isenção de IR.

“Qualquer outra iniciativa governamental que implique em renúncia de receitas será enfrentada apenas no ano que vem, e após análise cuidadosa e sobretudo realista de suas fontes de financiamento e efetivo impacto nas contas públicas. Uma coisa de cada vez. Responsabilidade fiscal é inegociável”, disse Lira em publicação no X.

Por sua vez, Pacheco afirmou que “a questão de isenção de IR, embora seja um desejo de todos, não é pauta para agora e só poderá acontecer se (e somente se) tivermos condições fiscais para isso”.

Os comentários aparentemente coordenados de Lira e Pacheco fizeram o dólar virar para o território negativo, com parte do mercado aproveitando as declarações para vender moeda e embolsar os lucros recentes. Às 12h57 o dólar à vista atingiu a mínima do dia de 5,9568 reais (-0,57%).

Também no início da tarde, durante evento em São Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender o pacote fiscal e deixou claro que ele não é o “gran finale” do esforço do governo para o ajuste das contas públicas. “A caixa de ferramentas é infinita”, afirmou.

No mesmo evento, o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, reforçou que a autarquia não defende um nível para a taxa de câmbio e que só intervém no mercado em caso de disfuncionalidades.

Nos últimos dias, profissionais do mercado ouvidos pela Reuters chegaram a afirmar que o BC deveria realizar leilões de dólares para segurar pressão no mercado.

“Sempre explicamos que o BC atua no câmbio em função de disfuncionalidades”, afirmou Galípolo em relação às atuações do BC no câmbio. Na sequência, acrescentou que no caminho até o evento conversou com o atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, sobre o assunto. “Estava trocando ideia no carro com Roberto sobre o tema”, disse Galípolo, sem se aprofundar na questão.

Na reta final do dia, o dólar voltou para o território positivo, novamente na contramão do que se via no exterior, onde a moeda norte-americana cedia ante a maioria das demais divisas. Às 17h44, o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,36%, a 105,690.no.

(com Reuters)

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