Dólar fecha em alta, pressionado por declarações de presidente do BC sobre a inflação

Investidores reagem após declarações de Roberto Campos Neto

Felipe Moreira

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O dólar à vista fechou em alta ante o real nesta sexta-feira, 24, se descolando do movimento da moeda no exterior. A alta da cotação ocorreu após as declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre inflação e política fiscal. Na semana, a alta acumulada da divisa ficou em 1,28%.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar à vista registrou alta de 0,27%, a R$ 5,167 na compra e na venda – na máxima do pregão, chegou a R$ 5,176. Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subiu 0,58%, equivalente a 5.174 pontos.

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Dólar comercial

Compra: R$ 5,167

Venda: R$ 5,167

Dólar turismo

Compra: R$ 5,184

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Venda: R$ 5,364

Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual importância da moeda

O que acontece com o dólar?

O dólar no Brasil iniciou os negócios em linha com o exterior, com a moeda perdendo força em escala global. No entanto entanto, as preocupações com a política fiscal e monetária reverterem esse movimento, em especial após as declarações do presidente do BC.

Campos Neto disse nesta sexta-feira (24) que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia para a autoridade monetária, ressaltando que dados recentes também indicam uma piora na percepção de risco relacionado ao Brasil. Esse foi o estopim, no início da tarde, para o dólar começar a subir.

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O presidente do BC afirmou que as expectativas de inflação têm sido uma má notícia e alertou que a inflação pode aumentar em função da alta de preços dos alimentos, causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul e por outros fatores.


Já no mercado externo, a divisa perde força. O índice DXY, que mede a cotação do dólar em relação a uma cesta ponderada de seis moedas fortes, operava com queda 0,37%, para 104,422, mas está a caminho de seu maior aumento em uma semana desde meados de abril, uma vez que dados econômicos surpreendentemente fortes na maior economia do mundo deixaram os mercados nervosos quanto às perspectivas para a inflação e as taxas de juro americana.

Os números de maio mostraram que a atividade empresarial nos EUA acelerou para o nível mais alto em pouco mais de dois anos, provocando uma retração nas expectativas de corte das taxas de juro nos EUA e um aumento nos rendimentos dos Treasuries.

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A ata da última reunião do Fed publicada na quarta-feira mostrou um debate vivo entre os integrantes do BC dos EUA sobre se as taxas atuais eram suficientemente restritivas para arrefecer a inflação. Os traders adiaram o momento do primeiro corte da taxa do Fed para dezembro. Apenas 36 pontos base de cortes estão previstos para 2024, abaixo dos 50 pontos base, equivalentes a dois cortes de um quarto de ponto, há uma semana.