Dólar hoje fecha em baixa, a R$ 5,16, com novo ajuste e dados dos EUA no radar

Investidores avaliam desenvolvimentos da política monetária e conflitos geopolíticos

Felipe Moreira

Notas de dólar em foto de ilustração 07/11/2016 REUTERS/Dado Ruvic

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O dólar fechou com baixa nesta segunda-feira (22), dando continuação ao movimento de ajustes de preços da sexta-feira após a forte alta recente no Brasil, enquanto no exterior a moeda norte-americana subia ante boa parte das demais divisas.

A divisa americana ensaiou retomar a alta pela manhã, ao atingir a máxima do dia, mas perdeu força no restante do pregão, marcado também por ganhos na bolsa brasileira e queda das taxas curtas dos DIs.

Durante a tarde o dólar ampliou as perdas perante o real, renovando mínimas até o fechamento. O dia relativamente positivo para o câmbio no Brasil deixou em segundo plano comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o mercado.

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Qual a cotação do dólar hoje?

O dólar comercial à vista fechou com queda 0,59%, cotado a R$ 5,168 na compra e a R$ 5,169 na venda. Às 17h32, o dólar futuro caia 0,71%, aos 5.173 pontos. Dólar turismo caiu 0,45%, a R$ 5,389.

Dólar comercial

Dólar turismo

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O que está acontecendo com dólar?

A queda do dólar frente ao real não acompanha movimento global da moeda norte-americana, que subiu ligeiramente frente a uma cesta de moedas fortes, com investidores à espera dos dados do índice de inflação PCE, o preferido do Federal Reserve, na sexta-feira. Após números de preços ao consumidor deste mês, os mercados adiaram apostas num primeiro corte de juros pelo Fed para setembro.

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O mercado também aguarda números do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA referentes ao primeiro trimestre, a serem divulgados na quinta.

Enquanto isso, no Brasil, a Petrobras publicou na noite de sexta-feira um fato relevante em que afirmou que seu conselho de administração “entendeu, por maioria”, como satisfatórios os esclarecimentos da diretoria financeira da empresa de que a distribuição de dividendos extraordinários de até 50% do lucro líquido de 2023 não comprometeria a sustentabilidade da empresa.

Essa notícia “contraria reportagens de sexta-feira que auxiliaram bastante a queda do real, de que a Petrobras pagaria o valor integral desses dividendos extraordinários”, disse Leonel Oliveira Mattos, analista de inteligência de mercados da StoneX.

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“Essa mudança de perspectiva a respeito dos dividendos extraordinários da Petrobras de 100% para 50% pode ter um efeito negativo sobre a atração de investimentos externos.”

Na sexta-feira, havia circulado na mídia notícias de que tudo caminhava para que a assembleia geral ordinária de acionistas da estatal decidisse pelo pagamento de 100% dos dividendos extraordinários referentes ao exercício de 2023.

Dólar e fiscal

Enquanto isso, investidores seguem de olho nas perspectivas fiscais do Brasil, num momento em que cresceram as apostas em desaceleração do afrouxamento monetário do Banco Central devido aos riscos de deterioração das contas públicas.

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Em teoria, um ritmo mais lento de afrouxamento monetário no Brasil seria positivo para o real, uma vez que isso preservaria melhor a rentabilidade do mercado de renda fixa, atraindo investidores estrangeiros.

No entanto, esse impulso poderia não ter efetividade caso fosse motivado por deterioração do risco fiscal, já que esse também é um fator levado em consideração por agentes financeiros na hora de escolher destinos de investimento.

Na última sessão, o dólar à vista fechou o dia cotado a 5,1989 reais na venda, em baixa de 0,99%.

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(Com Reuters)