Dólar futuro supera R$ 5,85 após choque do mercado com decisão de Fachin sobre Lula

Nas operações interbancárias, o dólar fechou em alta de 1,66%, a R$ 5,7787 na venda - maior nível desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,8392)

Reuters

(Getty Images)

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SÃO PAULO (Reuters) – O dólar negociado no mercado futuro disparava a R$ 5,85 após as 18h desta segunda-feira, depois de a moeda à vista fechar no maior patamar em quase dez meses. Espantados, investidores repercutiram decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), de anular todas as condenações impostas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela 13ª Vara Federal de Curitiba no âmbito da operação Lava Jato.

Assim, Lula ficaria elegível para a eleição presidencial de 2022. A decisão de Fachin deverá ser avaliada pelo plenário do STF, e a Procuradoria-Geral da República já afirmou que vai recorrer.

No fim de semana, a imprensa publicou levantamento do Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec) segundo o qual Lula teria mais potencial de voto do que Bolsonaro.

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“Com Lula elegível, cresce ainda mais a chance deste governo ir totalmente para o populismo”, comentou Alfredo Menezes, sócio-gestor na Armor Capital.

O receio de investidores de que o governo enverede por um caminho mais populista aumentou nas últimas semanas, depois de uma série de episódios em que, para o mercado, o presidente Jair Bolsonaro agiu deixando de lado princípios de uma política econômica liberal.

Entre as investidas de Bolsonaro que causaram apreensão estão a decisão pela troca do comando da Petrobras e os alertas feitos por ele de atuação em outras estatais e setores da economia, como energia.

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“Com o povo desmobilizado, o Brasil retrocede a passos largos… Enfim, todos pagamos pelo medo que o presidente da República tem de sofrer impedimento e pelo aumento do câncer do populismo”, disse Marcio Fontes, chefe da asset management no ASA Investments, em sua conta no Twitter.

No mercado futuro da B3, em que os negócios vão até as 18h30 (de Brasília), o contrato de dólar de primeiro vencimento saltava 2,60%, a R$ 5,845 , depois de bater R$ 5,856 na máxima do dia.

Nas operações interbancárias, o dólar fechou em alta de 1,66%, a R$ 5,7787 na venda – maior nível desde 15 de maio do ano passado (R$ 5,8392).

A cotação oscilou em alta durante todo o dia, indo de R$ 5,7062 (+0,39%) a R$ 5,7865 (+1,80%).

O real teve o segundo pior desempenho global na sessão, com as perdas lideradas pela lira turca (-2,5%).

“Antes da discussão sobre a eleição de 2022, acho que a decisão (de Fachin) mostra a grande insegurança jurídica no país”, disse Joaquim Kokudai, gestor na JPP Capital, para quem, por ora, uma piora estrutural do mercado ainda deve ser evitada por manutenção de contrapartidas fiscais na PEC Emergencial a ser votada pela Câmara dos Deputados.

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