Ibovespa ganha força e dólar cai em meio a extensão do Brexit e negociações entre EUA e China

Câmbio continua sua caminhada para baixo dos R$ 4,00, diante da melhora nos ambientes interno e externo

Ricardo Bomfim

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SÃO PAULO – O Ibovespa engata alta nesta segunda-feira (28) após um início de dia mais fraco. O que realmente faz preço é o cenário externo, com China e Estados Unidos perto de terminar a fase 1 do acordo comercial, ao mesmo tempo em que a União Europeia aprovou o pedido do Reino Unido para prorrogação do prazo do Brexit, que foi de 31 de outubro deste ano para 31 de janeiro de 2020.

Por outro lado, preocupa os investidores a confirmação da vitória de Alberto Fernández em primeiro turno nas eleições argentinas, mas o desfecho do pleito no país vizinho já era esperado desde agosto, quando aconteceram as primárias no país. O peronista Fernández bateu o liberal Mauricio Macri por 48% a 40% e já anunciou que irá congelar preços por 180 dias para enfrentar a inflação, além de promover um aumento nos salários e corte nos juros.

Às 11h14 (horário de Brasília) o Ibovespa tinha alta de 0,56% a 107.960 pontos.

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Já o dólar comercial tem queda de 0,73% a R$ 3,9794 na compra e a R$ 3,9801 na venda. O dólar futuro para novembro caía 0,72% a R$ 3,977.

No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2021 fica estável a 4,40% e o DI para janeiro de 2023 registra perdas de dois pontos-base a 5,39%.

Sobre a guerra comercial, o representante comercial dos EUA, Robert Lighthizer, e o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, disseram ter tido conversas produtivas com o vice-primeiro-ministro chinês, Liu He. Assim, os riscos de um recrudescimento no conflito entre os dois países se reduz.

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Nos EUA, os investidores também vão monitorar ainda a enxurrada de resultados, com mais de 140 empresas com divulgações previstas para essa semana. Hoje, o destaque fica, para após o fechamento do mercado, com Alphabet, controladora do Google. Antes da abertura, os investidores vão monitorar os números da AT&T e Spotify.

Vale lembrar que a semana tem decisões de política monetária do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom) na quarta-feira (30).

Noticiário Corporativo

A Samarco conseguiu todas as licenças ambientais necessárias para reiniciar suas operações, segundo informa a Vale (VALE3) em fato relevante. Nesta sexta, a companhia recebeu a Licença Operacional Corretiva (LOC) para o Complexo Germano, em Minas Gerais. A licença foi aprovada pela Câmara de Atividades Minerárias (CMI) do Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam).

A Petrobras Distribuidora (BRDT3) informou que vai realizar o pagamento de R$ 2,469 bilhões em dividendos na próxima terça-feira, 29 de outubro. O montante refere-se à segunda parcela de dividendos do exercício de 2018, segundo informou a companhia em aviso aos acionistas, divulgado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

No radar de resultados, a Hypera (HYPE3) teve lucro líquido de R$ 267,2 milhões no terceiro trimestre, alta de 10,3% sobre um ano antes, influenciado pela redução do imposto de renda, devido ao aumento dos juros sobre capital próprio. Já a Enel registrou lucro líquido de R$ 345,6 milhões no terceiro trimestre de 2019, ante R$ 2,8 milhões registrado em igual período em 2018.

Focus

Os economistas do mercado financeiro alteraram suas projeções para a Selic (a taxa básica de juros brasileira) no fim de 2019. O Relatório Focus trouxe nesta segunda-feira, 21, que a mediana das previsões para a Selic este ano foi de 4,75% para 4,50% ao ano. Há um mês, estava em 5,00%.

Já a projeção para a Selic no fim de 2020 seguiu em 4,75% ao ano, ante 5,00% de quatro semanas atrás.

No caso de 2021, a projeção permaneceu em 6,50%, ante 6,75% de um mês antes. A projeção para a Selic no fim de 2022 permaneceu em 7,00%, mesmo porcentual de quatro semanas antes.

Para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país), a projeção subiu de 3,26% para 3,29%.

Para 2020, a estimativa de inflação caiu de 3,66% para 3,60%, na quinta redução seguida. A previsão para os anos seguintes não teve alterações: 3,75% em 2021, e 3,50% em 2022.

A projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – subiu de 0,88% para 0,91%. As estimativas para os anos seguintes não foram alteradas: 2% em 2020; e 2,50% em 2021 e 2022.

A previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar também permanece em R$ 4 para o fim deste ano e para 2020.

Bolsas Internacionais

Os índices de Nova York sobem hoje, diante dos sinais de avanços nas conversas entre EUA e China para finalização da fase um do acordo, que poderá ser assinado em meados de novembro, durante cúpula de países no Chile.

Na Ásia, o avanço das conversas levou os mercados a fecharem em alta e o yuan a se valorizar frente ao dólar. O Ministério do Comércio da China disse, no sábado, que os dois lados concordaram em tratar adequadamente as questões centrais da disputa, segundo a Reuters.

Entre os indicadores, o lucro das grandes empresas industriais da China recuou 5,3% em setembro, na comparação anual, e se somou ao declínio de 2,0% registrado em agosto. Segundo informou neste domingo o Escritório Nacional de Estatísticas (NBS, na sigla em inglês).

O resultado industrial chinês reflete aprofundamento da deflação dos preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e vendas mais lentas. Ao longo dos primeiros nove meses deste ano, o lucro industrial caiu 2,1% em base anual. O setor automotivo, no período, registrou queda de 16,6%, afetado principalmente pela desaceleração econômica.

Na Europa, os principais mercados ficam atentos à confirmação da extensão do prazo do Brexit para 31 de janeiro. Dessa forma, o Reino Unido poderá deixar a UE a qualquer momento antes da nova data.

Agora, o primeiro-ministro, Boris Johnson, precisa que o Parlamento britânico aprove o acordo de saída costurado com a União Europeia. Johnson aumentou a pressão sobre os líderes da oposição para realizar uma eleição geral antecipada em dezembro.

Além do Brexit, as bolsas europeias estão pressionadas pela safra de resultados corporativos, principalmente do HSBC, maior credor europeu, que viu seus lucros antes de impostos recuarem 18% no terceiro trimestre, levando as ações do banco a recuarem cerca de 4,7%.

(Com Agência Estado, Agência Brasil, e Bloomberg)

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Ricardo Bomfim

Repórter do InfoMoney, faz a cobertura do mercado de ações nacional e internacional, economia e investimentos.