Do “call” do Comprar ou Vender à “nova aposta” de Barsi: 3 small caps disparam até 14% hoje; Petrobras cai 5%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa fechou na mínima do dia nesta terça-feira (14), em meio à notícia de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ao STF (Supremo Tribunal Federal) 83 pedidos de abertura de inquérito com base nas delações premiadas de executivos da Odebrecht e Braskem. Mais cedo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), negou novo prazo para a Reforma da Previdência, que havia contribuído para intensificação das perdas do índice nesta tarde.  

A maior pressão do movimento negativo do índice hoje veio das ações da Petrobras, que afundaram 5%  em meio à queda dos preços do petróleo e a notícia de que o TCU (Tribunal de Contas da União) poderá obrigar a estatal a recomeçar do zero projetos de venda de ativos. 

Chamou atenção também as ações da Cemig, que apagaram a euforia da véspera após a empresa não ter confirmado nem negado a possibilidade de venda majoritária de duas subsidiárias. Ontem, os papéis da elétrica subiram 5% na Bolsa. 

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Fora do Ibovespa, destaque para três small caps: as ações PNs da AES Tietê, que acumulam ganhos de 30% em 2 dias, após o megainvestidor Luiz Barsi comentar que vê esse papel como uma boa oportunidade na Bolsa; as ações da Portobello, que dispararam até 8% após o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, comentar -hoje no programa Comprar ou Vender – que ela pode ser a próxima CSU CardSystem, em referência à recomendação de compra que ele fez no papel quando estava a R$ 2,30 e subiu 400% desde então; e, por fim, as ações da Forjas Taurus, que saltaram 14% nesta sessão, na esteira da informação que a empresa exportou 710.357 armas em 2016, aumento de 27% na comparação anual. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa desta sessão:

Vale (VALE3, R$ 31,17, +0,52%; VALE5, R$ 29,63, +1,06%) 
As ações da Vale reverteram as perdas de até 2% registradas mais cedo e deram sequência à alta de mais de 4% registrada ontem. Hoje, contudo, a commodity negociada no porto de Qingdao, na China, fechou em leve queda de 0,14%, a US$ 88,14 a tonelada, o que contribuiu para o movimento de realização dos papéis.

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Já ações da Bradespar (BRAP4, R$ 22,64, -0,04%) – holding que detém participação na Vale – ficaram praticamente no zero a zero, enquanto as siderúrgicas, com Gerdau (GGBR4, R$ 12,42, +0,40%), Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 5,98, 0,0%), Usiminas (USIM5, R$ 4,65, -1,48%) e CSN (CSNA3, R$ 10,73, -2,90%) fecharam entre perdas e ganhos. 

VEJA MAIS: Vale afunda 15% em 12 pregões e deixa analistas confusos: oportunidade ou cilada na Bolsa?

Petrobras (PETR3, R$ 14,37, -3,75%; PETR4, R$ 13,59, -5,43%)
As ações da Petrobras caíram forte, com duas notícias negativas no radar: o petróleo em queda e a informação de que o TCU (Tribunal de Contas da União) poderá obrigar a estatal a recomeçar do zero projetos de venda de ativos. Com a derrocada, os papéis PNs da estatal atingiram o menor patamar desde 14 de novembro de 2016. Hoje, os contratos do petróleo Brent registraram queda de 0,47%, a US$ 51,11 o barril, enquanto o WTI caiu 0,97%, a US$ 47,93 o barril. 

A commodity virou para forte queda no mercado internacional, após a OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) prever que a oferta fora do grupo pode crescer em 400 mil barris de petróleo por dia este ano, o que representaria uma revisão para cima em 160 mil barris de petróleo por dia em relação à expectativa anterior. 

Além disso, a estatal reagia a mais uma má notícia no radar: o TCU (Tribunal de Contas da União) poderá obrigar a Petrobras a recomeçar do zero projetos de venda de ativos para corrigir procedimentos considerados irregularidades, segundo informou a Agência Estado. 

Pela notícia, a proposta deve ser apresentada em plenário pelo relator do processo que avalia os desinvestimentos da estatal, José Múcio Monteiro, em julgamento previsto para esta quarta-feira (15). Um novo voto, com esse entendimento, estava sendo preparado nesta segunda-feira pela equipe do ministro, após discussões com outros integrantes da corte. Em entrevista ao jornal O Globo, Pedro Parente, presidente da estatal, destacou que o programa de venda de ativos da Petrobras “não é uma alternativa, não é uma escolha, é uma necessidade”.  

JBS (JBSS3, R$ 11,65, +0,26%)
A JBS informou a celebração na última segunda-feira (13), por meio de sua controlada JBS USA, da aquisição da Plumrose nos Estados Unidos. Segundo a companhia, o valor da aquisição foi de US$ 230 milhões e dá continuidade à estratégia da empresa de expandir o seu portfólio de produtos e fortalece a sua base de clientes e distribuição geográfica nos Estados Unidos.

A companhia também apresentou seu resultado, reportando um lucro líquido de R$ 693,9 milhões no quarto trimestre do ano passado, revertendo o prejuízo de R$ 275,1 milhões de um ano antes. No acumulado de 2016, a JBS apresentou queda de 91,9% no lucro, passando de R$ 4,64 bilhões para R$ 376 milhões. De acordo com o Bradesco BBI, o balanço apresentado foi forte, com o Ebitda em linha com a expectativa do mercado. Por outro lado, o Itaú BBA cortou o preço-alvo para baixo, de R$ 17,00 para R$ 16,00, levando em conta as estimativas macroeconômicas, com o que inclui um dólar a R$ 3,22 (ante R$ 3,27).

Cemig (CMIG4, R$ 11,01, -4,09%)
Após subir 5% ontem com rumor de venda de uma participação majoritária de duas unidades (Cemig GT e Cemig D), as ações da Cemig tiveram sessão de realização hoje. O motivo? Em resposta aos questionamentos da CVM (Comissão de Valores Mobiliários)  divulgada ao mercado ontem à noite, a Cemig não confirmou e nem negou a notícia. 

A empresa informou que tem estudado alternativas de financiamento nos mercados de capitais, seja doméstico ou internacional, com o objetivo específico de otimizar o perfil de sua dívida. Até a presente data, entretanto, o conselho de administração da Cemig não aprovou captações. Sobre eventual privatização, a companhia informou em comunicado que, até o momento, não tem conhecimento da existência de um processo em andamento. Em outro comunicado, Cemig diz que estuda possíveis ações para redução da dívida, aumento de produtividade e revisão do portfólio de participações, com foco no core business e priorizando empresas onde se detém o controle acionário.

Em relatório, os analistas do BTG Pactual comentaram que, naturalmente, uma privatização destravaria mais valor do que as outras alternativas, lembrando que as ações PNs da estatal mineira não possuem direito de “tag-along”, portanto, quanto melhor o acordo de acionistas e capacidade do novo parceiro de execução, maior o potencial para destravar valor aos seus acionistas. 

CCR (CCRO3, R$ 17,55, -2,39%)
Em entrevista para a Bloomberg, Leonardo Vianna, diretor de Novos Negócios da CCR, explicou os motivos para a companhia não participar do leilão de quatro aeroportos que ocorre na quinta-feira (16). “Os projetos não se enquadram dentro de perfil de resultados que nossos acionistas estipulam e da nossa disciplina de capital”, afirmou. Ele explicou que o principal motivo para a empresa ter ficado de fora do leilão foi “o problema da demanda”. “Na hora que a gente simula a demanda (de passageiros) projetada com os estudos apresentados pelo governo a defasagem é muito grande”, disse Vianna, acrescentando que no caso de Salvador a diferença chegava a cerca de 20%.

Segundo ele, os três principais elementos que inviabilizaram uma proposta do grupo foram: (i) comparação entre cálculos feitos pelo governo do tráfego dos aeroportos que estão sendo leiloados e cálculos da empresa apontaram defasagem de até 25%; (ii) estimativa de Capex da CCR também foi superior à prevista nos editais; e (iii) condições de financiamento do BNDES diminuíram enquanto o custo de mercado está muito alto. Quatro grupos entregaram documentação para o leilão na segunda-feira (13), um número menor de interessados que o sinalizado no final da semana passada por fontes do governo federal.

Oi (OIBR3, R$ 5,09, -0,78%; OIBR4, R$ 4,31, -0,23%)
As ações ONs e PNs da Oi amenizaram as perdas de até 6,82% (a R$ 4,78) e 8,56% (a R$ 3,95) nas mínimas do dia, respectivamente. 

Quem acompanhou o programa Visão Técnica (veja aqui), da InfoMoneyTV, na última sexta-feira conseguiu ganhar com esse movimento. No programa, o analista Fábio “Vlad” Figueredo, da Messem no Alvo, recomendou a venda das ações PNs da companhia nos R$ 4,78. O alvo era os R$ 4,28, ou R$ 0,50 abaixo do ponto de entrada, que foi atingido nessa sessão. Para quem seguiu à risca, ganhou 12% com o trade, sem considerar os custos envolvidos (leia mais). 

Papel e celulose 

As ações do setor de papel e celulose têm realização, após a divulgação semanal dos preços da celulose trazer preocupações sobre a possibilidade de implementação do reajuste dos preços da commodity anunciado ontem pela Suzano. Com isso, caem hoje as ações da Suzano (SUZB5, R$ 12,75, -2,82%), Fibria (FIBR3, R$ 26,69, -1,15%) e Klabin (KLBN11, R$ 15,18, -3,80%).

Dados divulgados hoje pela consultoria Foex mostraram que os preços da celulose de fibra curta (que representa 85% da produção brasileira) ficaram praticamente estáveis na China (+0,13%, a US$ 591,19 a tonelada) na semana, enquanto subiram 1,48% na Europa, indo a US$ 711,50 a tonelada. Os analistas do Bradesco BBI comentam que isso traz um alerta: o aumento anterior de preços proposto pela Suzano pode não ter sido completamente implementado. Pelos dados atuais, a média de preços da celulose na China está em US$ 615,00 a tonelada, contra um aumento proposto em março para US$ 630,00 a tonelada. Vale menção que no último reajuste – anunciado ontem -, a Suzano propõe uma alta de US$ 630,00 a tonelada para US$ 660,00 a tonelada para abril (veja aqui).

Portobello (PTBL3, R$ 2,80, +4,87%)
A small cap Portobello, empresa ligada ao setor de construção civil, dispara até 8% nesta terça-feira (14), com forte volume financeiro, após ser citada como uma “grande oportunidade” na Bolsa no programa semanal Comprar ou Vender, da InfoMoneyTV (veja aqui). Na máxima do dia, esses papéis subiram 8,24%, a R$ 2,89.

Vale menção que o movimento ganhou força a partir das 15h25 – mesmo momento em que era transmitido o programa Comprar ou Vender na InfoMoneyTV. De lá até às 16h10, esses ativos saltaram 9% na Bolsa. O volume financeiro movimentado com a ação atingiu R$ 2,8 milhões, contra a média diária de R$ 1,4 milhão nos últimos 21 pregões. 

Durante o programa, o estrategista-chefe da Eleven Financial, Adeodato Volpi Netto, comentou que as ações da Portobello e Movida podem ser as próximas CSU CardSystem da Bolsa, em referência à sua recomendação no papel CARD3, quando ainda estava perto dos R$ 2,30 no final de 2015. Hoje, essas ações acumulam ganhos de 400% até agora.

Eternit (ETER3, R$ 1,35, -4,93%) 
As ações da Eternit caíram até 8,45% hoje, indo a R$ 1,30, após a empresa informar que foi notificada na tarde de sexta-feira (10) de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho contra a companhia. Por conta da notícia, o volume financeiro movimentado com a ação superou a média diária dos últimos 21 pregões: R$ 1,2 milhão x R$ 906 mil. 

O processo se encontra em curso na 1ª. Vara do Trabalho de Colombo, Estado do Paraná. Na ação, o MPT acusa a Eternit de expor os empregados da sua fábrica em Colombo ao amianto e pede que a companhia substitua o produto por fibras alternativas em até 90 dias, sob pena de multa diária de R$ 500 mil. Solicita ainda a condenação da empresa a pagar uma indenização de R$ 85 milhões por dano moral coletivo. Atualmente, a companhia tem valor de mercado de R$ 254 milhões, ou seja, a multa pedida no processo representa 33,5% do que a empresa vale. Além disso, segundo o site Fundamentos, a Eternit tem um ativo hoje de R$ 871,7 milhões, com disponibilidade de R$ 8,87 milhões. Ou seja, a companhia não tem hoje capital suficiente para pagar esta multa se for condenada. A Eternit disse que “cumpre as normas e procedimentos de segurança estabelecidos pela lei […] Oportunamente a empresa apresentará sua defesa e espera que sejam consideradas as evidências técnicas e científicas no julgamento desta ação”.

AES Tietê PN (TIET4, R$ 3,75, +10,62%)
As ações PNs da AES Tietê voltaram a chamar atenção na Bovespa: em 2 pregões, esses papéis acumulam alta de 30%. A euforia vem na esteira de uma carta divulgada pela Suno Research na última segunda-feira, que apontava essa ação como a nova aposta do megainvestidor Luiz Barsi na Bolsa (veja aqui). Com isso, esses papéis subiram 16% ontem. Além da valorização, ganha destaque também o volume financeiro movimentado com essas ações, que atinge neste momento R$ 7,5 milhões, contra média diária de R$ 668 mil nos últimos 21 pregões. 

Vale menção que a classe de ativos que possui mais liquidez da AES Tietê na BM&FBovespa é a unit TIET11, mas ela não seguiu o mesmo movimento que TIET4, assim como a ação ON da empresa, a TIET3. Hoje, a TIET11 subiu 0,47%, a R$ 14,89, enquanto a TIET3 caiu 0,0%, a R$ 3,10.

Rumo (RAIL3, R$ 8,66, -0,92%) 
Após alta de 4% ontem, as ações da Rumo tiveram pregão de realização. Segundo o Valor, a Rumo, vai avaliar propostas de investidores para fazer uma injeção de capital na América Latina Logística Malha Sul. Uma de suas empresas, na qual detém 100% das ações, a ALL Malha Sul tem operações nos estados da região Sul do país. Conforme apurou o Valor, o plano de capitalização em estudo prevê um montante de R$ 2 bilhões.

Vale lembrar que, ontem, as ações ONs da companhia (RUMO3) foram substituídas por ações de emissão da Rumo S.A. na relação de 1 por 1, diante da conclusão da operação de incorporação da primeira companhia pela segunda. Desse modo, conforme comunicado ao mercado, os papéis passaram a ser negociados sob o código RAIL3 e nome de pregão RUMO S.A.. A incorporação da Rumo Logística pela Rumo S.A. foi aprovada na assembleia geral extraordinária de 19 de dezembro 2016.

Ainda ontem o Itaú BBA incluiu as ações da Rumo e Iguatemi na sua “Brazil buy list”, em substituição dos papéis da Fleury e Randon.  

Valid (VLID3, R$ 23,94, -4,24%)
As ações da Valid deram continuidade à queda registrada ontem, acumulando perdas nesses dois dias de 6%, após a empresa ter reportado um fraco trimestre no 4° trimestre de 2016. Na mínima desta sessão, os papéis da companhia atingiram queda de 6,96%, a R$ 23,26. O volume financeiro movimentado com o ativo hoje atingiu R$ 21 milhões, contra média diária de R$ 6,9 milhões nos últimos 21 pregões. 

A Valid encerrou o quarto trimestre com lucro líquido de R$ 27,9 milhões, uma alta de 18,7% ante o fim de 2015. A receita líquida, por sua vez, ficou em R$ 417 milhões, queda de 6,6% na comparação anual, enquanto o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) recuou 14,1%, para R$ 57,9 milhões. 

No acumulado de 2016, o lucro da Valid caiu 33,7%, para R$ 88,3 milhões, impactado pela desaceleração da economia brasileira e também pelo aumento de R$ 42 milhões na linha de outras despesas operacionais devido a gastos com restruturação e corte de custos realizados ao longo de 2016 e à amortização do ágio na aquisição da Valid AS (R$ 16,7 milhões).

Hypermarcas (HYPE3, R$ 28,27, +1,40%)
O controlador da Hypermarcas João Alves de Queiroz Filho elevou a sua participação acionária na Igarapava Participações, parte do acordo de acionistas da companhia, o que por consequência ampliou sua fatia no capital da Hypermarcas.

Queiroz Filho passou a deter 487.500 ações ordinárias de emissão da Igarapava, o que equivale a 99,49% do capital social da empresa de participações. Com isso, Queiroz Filho elevou sua fatia no capital social da Hypermarcas de 17,55% detidos anteriormente para 21,44%.  O objetivo da participação acionária é estritamente de investimento, não havendo modificação no controle acionário ou na estrutura administrativa, informou a Hypermarcas.

Metal Frio (FRIO3, R$ 2,12, -4,50%)
A Metal Frio informou que o Conselho de Administração da companhia aprovou o grupamento de ações na proporção de 15 para 1. A proposta de grupamento depende de aprovação em assembleia geral dos acionistas a ser convocada oportunamente pela administração.

Forjas Taurus (FJTA4, R$ 2,04, +13,97%)
As ações da fabricante de armas de fogo Forjas Taurus dispararam até 14,53% nesta sessão, a R$ 2,05. Ontem, a empresa informou que exportou 710.357 armas em 2016, aumento de 27% na comparação com 2015, quando foram enviados 560.969 armamentos ao exterior. Segundo a empresa, esse volume é recorde nos seus 77 anos de história. Estados Unidos, Argentina, França, África do Sul e Bangladesh foram os principais clientes.