Direcional (DIRR3) diz que após recorde de lançamentos quer focar em execução; construtora avalia MCMV

Empresa teve lançamentos recordes em 2022, de mais de R$ 3,6 bilhões;

Augusto Diniz

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A Direcional (DIRR3) pretende concentrar esforços, de agora em diante, na execução e entrega de empreendimentos após alcançar um volume de total de lançamentos, ano passado, de R$ 3,6 bilhões, alta de 16% em relação a 2021 – que foi o maior patamar registrado na história da construtora.

“Nos próximos dois anos a nossa prioridade não é ter um crescimento tão relevante de lançamentos como tivemos no passado. A nossa prioridade é executar tudo que nos crescemos em termos de lançamentos e vendas nos últimos dois anos”, disse Ricardo Gontijo, CEO da Direcional (DIRR3), durante a apresentação dos resultados do 4T22 a analistas de mercado, neste terça (14).

“Nós temos um volume de lançamentos de R$ 3,6 bilhões, com volume de receita de R$ 2,163 bilhões. Ou seja, estamos com lançamentos mais de 50% superiores à nossa receita”, disse.

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“O grande valor que temos para gerar é na continuidade de execução no melhor nível possível, mantendo o patamar de margem”, complementou.

Ele explicou que há um gap na dinâmica do setor de construção entre lançamentos, vendas e receita, e que aposta num crescimento do faturamento bastante expressivo nos próximos 18 a 24 meses.

Direcional: vendas em janeiro e fevereiro

A empresa destacou ainda que o crescimento no volume de vendas após o encerramento da Copa do Mundo tem se mantido nos meses de janeiro e fevereiro desse ano.

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Sobre custos de insumo, o CEO disse que atualmente encontra-se bastante controlado e até com redução de preço, já verificado neste início de ano.

Mas, segundo Ricardo Gontijo, é cedo fazer reversão de orçamento: “Até porque (o custo de) mão-de-obra é sempre para cima”.

Programas habitacionais

Para possível reversão de custo, ele crê que, caso ocorra, seria em 2024. “Mas a sinalização é positiva”, comentou a analistas de mercado.

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O executivo disse também que o fim do aumento de custos que o setor passou mais recentemente favorece programas habitacionais que estão sendo apresentados, como é o caso do Minha Casa Minha Vida.

Com relação ao programa a ser relançado pelo governo federal, a Direcional parece mais otimista em participar da faixa 1.

Ricardo Gontijo disse que quando se tem um controle forte de custos no faixa 1, que será o foco do novo programa Minha Casa Minha Vida e atende famílias de mais baixa renda, é possível ter retorno.

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“Quando falamos do potencial do novo faixa 1, acho que se houver uma segurança mais especificamente ao pagamento, sem atraso, já que as margens nesse tipo de projeto não têm espaço para se operar com capital de dívida, isso sendo blindado, digo que sim, que a gente pode fazer algum projeto da faixa 1”, explicou o executivo.

Com algumas melhorias no programa habitacional do governo, ainda a serem implementadas, além de novos anúncios que devem impactar o setor da construção civil, a Direcional acredita estar bem posicionada para fazer mais um ano de “grandes conquistas”.

A Direcional está participando do programa habitacional “Pode Entrar”, da prefeitura de São Paulo, e aguarda posição sobre sua proposta entregue para a concorrência.

Ricardo Gontijo disse que a construtora está “confortável” com o programa municipal, que considerou de baixo risco de recebimento do pagamento.