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SÃO PAULO – Da década de 1970 até este ano, aumentou em mais de quatro vezes o total de dias que o brasileiro de classe média trabalha para conseguir pagar os serviços essenciais, como os de educação e saúde.
De acordo com pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) na última quarta-feira (12), há quase 40 anos eram 25 dias, ao passo que, atualmente, são necessários 116 dias.
Na década de 70, um casal com dois filhos despendia 7% do orçamento para esses gastos, enquanto que agora são necessários 32%. Para fazer o levantamento, o IBPT levou e consideração famílias com renda mensal de R$ 3 mil a R$ 10 mil.
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Crescimento constante
Conforme os dados, no intervalo de tempo analisado houve alta constante no total de dias de trabalho necessário para arcar com despesas de convênio médico, escola particular, segurança, previdência privada e pedágios. Em 2003, a marca de cem dias foi ultrapassada pela primeira vez.
| Evolução | ||
| Ano | Comprometimento do orçamento | Dias trabalhados |
| Década de 1970 | 7% | 25 |
| Década de 1980 | 12% | 44 dias |
| 1990 | 14% | 51 dias |
| 2000 | 24% | 84 dias |
| 2002 | 27% | 98 |
| 2003 | 28% | 102 |
| 2004 | 29% | 105 |
| 2005 | 31% | 112 |
| 2006 | 31% | 113 |
| 2007 | 32% | 116 |
Fonte: IBPT
Outras preocupações
O mesmo estudo apontou que para pagar esses serviços e ainda arcar com a carga tributária, a classe média precisará de 272 dias de esforço ou, em outras palavras, até 29 de setembro, para conseguir pagar as contas.
Só depois da data essa parcela da população poderá se preocupar em comprar comida, roupas e bens, arcar com gastos da moradia, viajar e aproveitar as féria ou, ainda, guardar algum dinheiro.