Demanda continua baixa na construção civil

A despeito da melhora dos últimos meses, o empresário da construção continua com a percepção mais negativa sobre a situação atual de sua atividade que os demais setores da economia.

Equipe InfoMoney

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Ana Maria Castelo é pesquisadora do Ibre/FGV

Em março, a sondagem da construção da FGV/IBRE indicou que a confiança dos empresários da construção voltou a crescer. Desde abril de 2016, quando o índice de confiança registrou o pior resultado da série histórica, o indicador já subiu quase 8 pontos.

Mas a despeito da melhora dos últimos meses, o empresário da construção continua com a percepção mais negativa sobre a situação atual de sua atividade que os demais setores da economia e em consequência, também com o pior indicador de confiança.

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Todos os indicadores que captam o quadro atual dos negócios corroboram o baixo patamar da atividade setorial. Em março o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI) das empresas da construção alcançou 63%, o que representou novo piso da sériehistórica. A carteira de contratos também se mantém muito próxima do piso.

Por outro lado, a avaliação de que o pior momento já ficou para trás vem se fortalecendo a cada pesquisa. A sondagem da construção da FGV/IBRE realizada com empresas de todo país mostra uma expectativa crescente de que os próximos meses serão mais favoráveis para o setor. Essa percepção mostra-se disseminada entre os diversos segmentos da construção e é especialmente forte no segmento de edificações residenciais. Na área de infraestrutura, o destaque tem sido a melhora nos indicadores do segmento de Obra de Artes Especiais, que inclui a construção de pontes, viadutos, túneis, etc.

Com o resultado de março, a diferença entre Expectativas e Situação Corrente voltou a aumentar. Ou seja, a demanda insuficiente é a principal limitação para a melhoria dos negócios da construção, mas os empresários avaliam que essa demanda irá crescer nos próximos meses. Isso explica por que a disposição para demitir ainda é superior a de contratação, mas em março já há muito mais empresários indicando que vão contratar ou manter estável o número de empregados.

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A reversão do saldo (contratados menos demitidos) ainda levará algum tempo para ocorrer. A projeção atual é de queda superior a 7% no número de empregados com carteira em 2017, o que irá configurar o terceiro ano consecutivo de queda.

Nos próximos meses é possível que se assista a algum ajuste nas expectativas empresariais, afinal o ritmo de melhora será lento. Provavelmente mais lento do que a maioria deseja, mas o próprio ciclo da construção não permite mudar abruptamente essa dinâmica.