Decisão sobre juros nos EUA e Europa, CPI, varejo e serviços no Brasil: o que acompanhar na semana

Tudo o que o investidor precisa saber antes de operar na semana

Mitchel Diniz

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Esta vai ser uma semana decisiva para a política monetária dos Estados Unidos. O Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Banco Central americano se reúne pela quarta-vez no ano para deliberar sobre os juros do país. O monitor do CME Group mostra que uma fatia de 74,8% do mercado aposta na manutenção da taxa no atual patamar, entre 5% e 5,25%.

O Federal Reserve iniciou o ciclo de aperto monetário em março do ano passado, quando os juros estavam próximos de zero, e desde então elevou a taxa por dez encontros consecutivos. A reunião do Fomc começa na terça-feira (13) e a decisão será divulgada na tarde da quarta (14), às 15h (horário de Brasília).

Como de costume, o presidente do Fed, Jerome Powell, fará, em seguida, um discurso sobre a decisão e responderá aos questionamentos dos jornalistas. A fala do chairman tende a ser ainda mais importante do que a deliberação do Fomc em si, já que dá sinais de como a autoridade monetária deverá agir daqui para frente.

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A reunião de política monetária ocorre em uma semana de importantes indicadores de inflação dos EUA. Na terça-feira, sai índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) do mês de maio. O consenso Refinitiv prevê uma desaceleração do indicador, que deve avançar 0,2% ante abril, mês em que o CPI havia crescido 0,4% na comparação mensal. Assim, a inflação de 12 meses nos EUA deve ficar em 4,1%.

Para o núcleo da inflação, a expectativa é de variação mensal de 0,4%  (a mesma registrada em abril) e de 5,2% em 12 meses.

O índice de preços ao produtor dos EUA (PPI, na sigla em inglês) será divulgado na quarta-feira e o consenso Refinitiv aponta para uma retração de 0,1% em maio na comparação com abril e inflação de 1,5% em 12 meses.

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Na quinta (15) é a vez dos dados do varejo e da produção americana em maio. Para o varejo, o consenso do mercado prevê recuou de 0,1% nas vendas em relação a abril. Para a indústria, a previsão é de alta de 0,1%.

Decisão sobre juros e inflação também são destaque em outros países

Na zona do euro, o principal evento vai ser a reunião do Banco Central Europeu, na quinta-feira. Mais uma vez, o mercado prevê um ajuste de 25 pontos base na taxa de juros do bloco econômico. A economia da eurozona entrou em recessão técnica e a inflação dá sinais de arrefecimento. Mas a autoridade monetária deve continuar cautelosa e observadora em relação a esse movimento. O discurso das autoridades do BCE devem dar o tom das próximas decisões.

O índice de preços ao consumidor da zona do euro vai ser divulgado um dia depois da decisão do BC, na sexta-feira (16), e o consenso Refinitiv prevê estabilidade para o indicador. Assim, a inflação de  12 meses deve se manter em 6,1%.

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Também na sexta, o Banco Central do Japão (BoJ, na sigla em inglês) conclui sua reunião de política monetária com expectativa de manutenção de juros em patamares negativos. Contudo, dirigentes do BoJ podem sinalizar para o início de uma política de aperto, já que o Produto Interno Bruto (PIB) japonês ficou positivo no primeiro trimestre de 2023 e a inflação do país está próxima de seu maior patamar em três décadas.

Na China, o dia mais cheio de indicadores é a quarta-feira. Os dados de varejo e produção industrial chinesas serão divulgados nesse dia, em meio a sinais de que a economia do país está perdendo fôlego. Para as vendas no varejo, a média das projeções aponta para um crescimento anual de 13,9% em maio. Já para a indústria, a perspectiva é de alta de 4,1%, na mesma base de comparação.

Indicadores de atividade também são destaque no Brasil

Por aqui, a agenda econômica está relativamente esvaziada. Investidores vão seguir atentos ao andamento de matérias sensíveis no Congresso, como arcabouço fiscal e reforma tributária. As vendas do varejo em abril serão divulgadas na quarta-feira e a pesquisa mensal de serviços, na quinta.

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Para o varejo, o Itaú prevê uma retração mensal de 2% e uma expansão anual de 2,1%. O núcleo do índice, por sua vez, deve apresentar um crescimento de 0,3% em relação a março. Para a atividade de serviços, a previsão do banco é de queda mensal de 0,4%, com uma grande contribuição do segmento de transportes e de serviços oferecidos às famílias.

Na sexta-feira, sai o indicador de atividade econômica do Banco Central (IBC-Br), referente a abril, considerado uma proxy do PIB. O Itaú prevê um crescimento de 0,9% em relação a março.

Atenção também para o relatório Focus desta segunda-feira (12) – depois que o Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) do mês de maio desacelerou em intensidade maior que a esperada, é possível que os economistas revisem previsões para inflação e juros neste ano.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados