CVC (CVCB3) tem prejuízo líquido de R$ 128 milhões no primeiro trimestre, queda de 23,3% na comparação anual

Apesar de pior Ebitda e resultado financeiro, companhia foi beneficiada, principalmente, por menores gastos com imposto de renda

Vitor Azevedo

(Roberto Tamer / Divulgação)

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A CVC Brasil (CVCB3) registrou um prejuízo líquido de R$ 128 milhões no primeiro trimestre de 2023, número 23,3% menor do que o prejuízo de R$ 166,8 milhões do mesmo período do ano passado.

A receita líquida da companhia de turismo, por sua vez, ficou praticamente estável na base anual, saindo de R$ 292,8 milhões para R$ 295,5 milhões – alta de apenas 0,9%.

“A receita líquida cresceu por crescimento das reservas. Em parte, contudo, isso foi contraposto pelos efeitos no take rate decorrentes do mix de negócios e de produtos, especialmente na operação brasileira, com o aumento das vendas de produtos marítimos, embarques de produtos vendidos na Black Friday e menor ocupação em produtos exclusivos”, diz a CVC no documento publicado na noite desta terça-feira (9).

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As Reservas Confirmadas e Consumidas cresceram respectivamente 44% e 33% na comparação anual pela retomada de vendas de todas as unidades de negócio. Destaca-se, nas Reservas Consumidas, a participação do produto marítimo, com 800% de crescimento, e a continuidade pela demanda de viagens internacionais, com avanço de 71% no mesmo período.

O take rate (parcela do que a companhia recebe que fica no negócio) teve impacto por um desempenho aquém do esperado em produtos exclusivos, alto consumo das reservas confirmadas do período de Black Friday e participação recorde de produto marítimo. O indicador ficou em 7,4%, com queda de 2,3 pontos porcentuais.

As despesas com vendas cresceram mais do que as receitas, saindo de R$ 57 milhões para R$ 61,5 milhões, alta de 7,9%. Os gastos gerais e administrativos, contudo, recuaram 0,7%, de R$ 218,2 milhões para R$ 216,6 milhões.

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“As despesas com marketing cresceram no primeiro trimestre de 2023 pela realização de campanhas de incentivos de produtos exclusivos para a alta temporada e ativações para o negócio de baixa temporada, suportando estratégia de preço diferenciada e renegociada com certos fornecedores”, segundo a companhia. “As despesas gerais e administrativas ficaram praticamente em linha por conta da racionalização e maior controle de despesas fixas”.

A CVC registrou um lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 15,8 milhões, caindo 52,5% no ano.

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A companhia lembra ainda que a conclusão do reperfilamento de suas debêntures aconteceu em 6 de abril, quando os debenturistas concordaram com os termos e condições propostos.

O fluxo de caixa nas atividades operacionais do trimestre foi negativo em R$ 199,3 milhões, e está impactado essencialmente, segundo a companhia, pelos efeitos da sazonalidade usual do negócio no primeiro trimestre do ano, pelo crescimento das operações e pela adequação do caixa médio e de final de período.

A companhia teve um resultado financeiro negativo em R$ 96,7 milhões, número 8,9% maior do que os R$ 88,8 milhões do primeiro trimestre de 2022.

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“O aumento deve-se, principalmente, aos efeitos da alta do CDI médio que incide sobre a dívida líquida (10,3% ao ano no primeiro trimestre de 2022 para 13,7% ao ano agora) e encargos sobre as antecipações de recebíveis”, explica a CVC. Foram R$ 853,3 milhões o montante de antecipações realizadas neste trimestre, “em virtude de necessidade de caixa do período dado a sazonalidade do negócio e crescimento das operações”.

Ao final 31 de março de 2023, o saldo em debêntures somava R$ 925,9 milhões, superior aos R$ 896,7 milhões verificados ao fim de 2022, e fazem ainda referência a dívida anteriormente detida pela Companhia (uma vez que a renegociação foi ratificada em Assembleia ocorrida apenas no início de abril).

Grande parte da diferença do prejuízo da CVC na comparação ano a ano se dá, então, pela reversão do imposto de renda – que foi negativo em R$ 62,1 milhões em 2022 e positivo em R$ 5,1 milhões neste ano. A companhia afirma que as alíquotas, por conta da Lei do PERSE (voltada ao setor de turismo e eventos), foram zeradas, com a entrada de um montante pela compensação de créditos de prejuízo fiscal.

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(Com Estadão Conteúdo)