CVC: abertura de lojas, ganho de escala e opções de crédito estão no radar para 2024

As ações da companhia caíram forte após a publicação do resultado do quarto trimestre de 2023, na noite de ontem

Vitor Azevedo

(Roberto Tamer / Divulgação)

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Durante a teleconferência de resultados do quarto trimestre de 2023 realizada na tarde desta quarta-feira (27), os executivos da CVC Brasil (CVCB3) deram alguns detalhes de como a companhia pretende se portar ao longo deste ano. Entre os destaques, estão a intenção de ganho de escala, a abertura de novas 290 lojas,  e o fornecimento de novas opções de financiamento. 

Passando por uma reestruturação – tanto operacional, focando mais no online, quanto financeira, mudando a estrutura da sua dívida – desde o começo do ano passado, o balanço da CVC não foi bem recebido pelo mercado, com as ações fechando em queda de 6,48%.

Apesar de os analistas terem destacado algumas mudanças positivas nos números e indicadores, como o avanço das reservas no Brasil (de 9,1% no ano) e da receita líquida (9,6%), fatores como o recuo do segmento B2B (business to business) e as provisões na Argentina pesaram no balanço. 

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No primeiro ponto, Fabio Godinho, CEO da CVC, explicou que as vendas diretas para outras empresas caíram, majoritariamente, por conta da proibição das companhias aéreas de vender pacotes para milheiros, após os casos da 123 Milhas e da Hurb. Fora isso, houve também um pequeno impacto da guerra de Israel, já que a empresa era parceira de agências especializadas em viagens de cunho mais religioso. 

Já quanto à questão da Argentina, o CFO, Carlos Wollenweber, defendeu que não são esperadas novas provisões para os próximos trimestres. 

Fora isso, a CVC também espera gastar menos com o fechamento de lojas. “Abrimos 42 lojas no quarto trimestre e fechamos 28. Mas este último número é algo que não se repete dentro dos próximos trimestres. Voltamos ao nível normal de fechamento histórico, de cerca de cinco por trimestre. As 290 lojas a serem abertas em 2024, muito disso, vai se tornar abertura líquida”, fala Goldinho, em referência às aberturas, que já tinham sido anunciadas. A empresa fechou 2023 com 1.054 unidades.

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Segundo ele, os fechamentos do quarto trimestre se deram por ajustes, com a empresa de olho em unidades que se destacam menos. “Após ajustes, estamos agora em um nível estabilizado de rentabilidade da venda no business to consumer [B2C]. Estamos buscando agora escalar no negócio, sem aumentar os custos fixos, para aumentar o ganho de Ebitda”, comenta Wollenweber.  

A expectativa é manter o take rate de 9,4%, registrado no quarto trimestre nos próximos trimestres.

A CVC, ainda de acordo com eles, também pretende avançar em novos formatos de oferta de pagamentos. Hoje os financiamentos da CVC são responsáveis por 10% do total das viagens. “Ninguém quer viajar sem limite de cartão de crédito, visto que boa parte dos gastos acontece no destino”, comenta o CFO, sobre o racional da operação. 

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Mais no ambiente macro, a companhia menciona também que tende a se beneficiar, em 2024, do recuo da demanda por assentos nos voos. “Mesmo com a malha mais restritiva e queda de yield, a demanda por voos caiu um pouco no ano segundo a ANAC, o que deve continuar em março. Isso abre uma janela de oportunidade com as aéreas, para que ocupemos esses assentos vagos nas aeronaves”, menciona Godinho.

Por fim, o CFO ainda comenta que CVC enxerga espaço para que as despesas com vendas, gerais e administrativas (SG&A, na sigla em inglês)continuem a cair. “Em 2023 já caiu, e de forma combinada com o aumento das vendas e com o avanço do nível de satisfação do cliente. A companhia ficou mais dinâmica e ágil”.