Custodiante de novo ETF cripto do Itaú sofre corrida de saques de US$ 485 milhões

Gemini suspendeu seu programa de ganhos de retornos, abalando a confiança dos usuários na plataforma

CoinDesk

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A Gemini, exchange de criptomoedas que também oferece serviços de custódia para ETFs, entre eles o QBTC11, da QR Asset, e o BITI11, lançado pelo Itaú em parceria com a Galaxy Digital na semana passada, sofreu uma onda de resgates após contágio pelo colapso da FTX e da Alameda.

O impacto até agora está no fluxo de depósitos e retiradas de contas de varejo, e não no negócio de custódia da empresa, que foi fundada pelos irmãos bilionários Tyler e Cameron Winklevoss, conhecidos por terem sido um dos primeiros investidores do Facebook.

Dados da plataforma de inteligência blockchain Nansen mostram que a Gemini registrou US$ 485 milhões em resgates líquidos nas últimas 24 horas, a maior entre as exchanges de criptomoedas.

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As saídas totalizaram US$ 563 milhões e foram compensadas por apenas US$ 78 milhões em entradas. Nos últimos sete dias, a Gemini registrou um total de saídas líquidas de US$ 684 milhões – a diferença de entradas de US$ 866 milhões e saídas de US$ 1,55 bilhão, de acordo com a Nansen – sugerindo que a maioria das retiradas ocorreu na quarta-feira (16).

Os saldos de ativos digitais em carteiras de criptomoedas da Gemini caíram de cerca de US$ 2,2 bilhões para US$ 1,7 bilhão um dia antes, de acordo com a plataforma de dados blockchain Arkham Intelligence. Arkham e Nansen não cobrem dados da blockchain Bitcoin (BTC) e podem não incluir todas as carteiras da Gemini nos levantamentos.

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A corrida por retiradas ocorreu quando a Gemini interrompeu, na quarta-feira (16), os resgates de sua conta de rendimento chamada Earn. A unidade de empréstimo do banco de investimento cripto Genesis Global Trading, que operava a conta Earn da Gemini, anunciou que estava suspendendo os resgates de clientes citando “deslocamento extremo do mercado” e “perda de confiança da indústria causada pela implosão da FTX”.

A Gemini também sofreu uma interrupção nesta quinta-feira (17), que logo foi resolvida, mas que ampliou o medo sobre sua estabilidade.

Procurada pelo CoinDesk, a Gemini não retornou o pedido de comentário. Mais cedo, a empresa disse em um tweet que todos os ativos depositados pelos clientes estão disponíveis para retirada a qualquer momento.

Medo de contágio se aproxima

A pressão aumentou entre exchanges de criptomoedas e empresas de empréstimos após a implosão da FTX e sua empresa irmã, a casa de análise Alameda Research.

Investidores se puseram mais cautelosos e passaram a retirar ativos digitais de corretoras em meio a “crescentes preocupações sobre a solvência de outras exchanges”, escreveu a empresa de pesquisa cripto Delphi Digital em um relatório divulgado nesta semana.

Binance, Coinbase e KuCoin experimentaram grandes resgates recentemente, de acordo com dados da Nansen. Além disso, algumas plataformas menores, como AAX, Liquid e o credor Salt, interromperam os saques nos últimos dias.

Múltiplas exchanges tentaram mitigar o medo generalizado compartilhando ou prometendo publicar seus acervos de criptomoedas, inclusive no Brasil.

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