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Apesar de a Cury (CURY3) estar sendo negociada acima de seus múltiplos históricos, a XP reiterou a construtora como sua principal escolha no setor, bem como elevou o preço-alvo da ação de R$ 28 para R$ 37, com um múltiplo-alvo de Preço/Lucro de 9,2 vezes para 2026.
A casa estima em relatório um crescimento médio anual (CAGR) do lucro por ação (LPA) de 30% entre 2024 e 2027 e projeta rendimentos de dividendos de 7% e 10% para 2025 e 2026, respectivamente. Essa combinação, na avaliação da XP, justifica um prêmio de múltiplo frente a outras ações do setor e ao universo de ações cíclicas.
A revisão de preço tem com base três principais fatores: (i) impactos positivos das recentes revisões do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), que podem impulsionar tanto os preços de lançamento quanto o volume de unidades lançadas no 2S25; (ii) manutenção de margens brutas elevadas, apoiadas por uma combinação favorável de preços e controle nos custos de materiais, além de um cenário cambial mais benigno; e (iii) perspectivas melhores de geração de caixa no portfólio de financiamento direto, como reflexo da implementação da Faixa 4 do MCMV.
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Lançamentos devem crescer após revisões do Minha Casa, Minha Vida
A XP acredita que os ajustes recentes no MCMV e a introdução da Faixa 4 podem aumentar a acessibilidade de compradores nas faixas em que a Cury atua, elevando a demanda e abrindo espaço para aumento de preços no curto prazo.
A corretora destaca que a companhia já apresenta velocidade de vendas (VSO) acima da média do setor, o que, combinado ao novo ambiente regulatório, pode resultar em tíquetes médios mais altos ano contra ano — mesmo com maior concentração de projetos em São Paulo. A XP também projeta um avanço no número de unidades lançadas no 2S25, chegando a 26,4 mil unidades no ano, sem pressionar a capacidade de execução da empresa. Com isso, as projeções de lançamentos foram elevadas para R$ 8,5 bilhões em 2025 e R$ 9,5 bilhões em 2026.
Faixa 4 pode sustentar margens
Segundo a XP, a perspectiva de aumento nos preços de lançamento, aliada à inflação de custos mais controlada — especialmente nos materiais —, deve permitir que a Cury mantenha suas margens brutas elevadas, mesmo com a pressão de custos trabalhistas.
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Com isso, a corretora revisou para cima sua estimativa de margem bruta ajustada em 50 pontos-base para 2025 e 2026. A XP também vê a Faixa 4 como um fator positivo para a geração de caixa, ao conter o crescimento da carteira de financiamento direto e antecipar o recebimento de recursos antes da entrega dos imóveis. Esses efeitos devem sustentar uma conversão de caixa sólida, mesmo com o aumento nos volumes lançados.

