CSN afunda 20%, Petrobras desaba 16% em 5 dias e educacionais sobem forte

Confira os principais destaques da Bovespa na sessão desta quarta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O cenário que parecia bom antes da abertura do mercado brasileiro mostrou-se insuficiente para alimentar o ânimo dos investidores nesta quarta-feira (23) e o Ibovespa atingiu sua quarta queda consecutiva. O alívio no campo político, após o governo conseguir aprovação de 26 dos 32 vetos da presidente Dilma Rousseff a projetos que aumentavam os gastos públicos, foi momentâneo. Incertezas sobre a política contribuem para a continuidade da alta do dólar, que na máxima encostou nos R$ 4,15. 

Um movimento que contribuiu para a alta das ações de empresas com receitas expostas à moeda americana, como Braskem, JBS e Marfrig, que apareceram como as maiores altas do Ibovespa nesta sessão. As empresas de papel e celulose Fibria e Suzano também registraram ganhos, apesar de notícia de que o BNDESPar está vendendo ações das empresas.

Por outro lado, as ações da Vale e siderúrgicas caíram forte após dados desanimadores na China aumentando ainda mais o receio de uma desaceleração forte na economia no gigante asiático. Os bancos também aceleraram as perdas durante tarde em meio ao mau humor do mercado. 

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Confira os principais destaques da Bovespa na sessão desta quarta-feira:

Vale e siderúrgicas
As ações da Vale (VALE3, R$ 18,90, -2,88%VALE5, R$ 14,92, -2,80%) caíram após dados desanimadores da China e pressionaram também os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 8,95, -3,97%), holding que detém participação na mineradora. 

O setor siderúrgico seguiu o mesmo caminho, mas com uma desvalorização mais forte com CSN (CSNA3, R$ 4,07, -20,51%), Usiminas (USIM5, R$ 3,31, -15,35%) e Gerdau (GGBR4, R$ 5,90, -3,59%). Esses papéis caíram pelo terceiro pregão seguido depois de rali entre 50% (caso de Gerdau) e 100% (para a CSN) do dia 25 de agosto até 10 de setembro.

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Além do PMI Industrial chinês mostrar o menor resultado desde março de 2009, a queda do preço do minério de ferro no porto de Qingdao, na China contribui para o sentimento negativo nos setores. 

Por sua vez, sobre a Vale há uma notícia com viés positivo. A mineradora disse que cortará o custo de produção do minério de ferro para menos de US$ 13,00 a tonelada até 2018 ante cerca de US$ 16,00 atualmente, disse um executivo nesta quarta-feira, tornando a brasileira a produtora com menor custo do mundo. 

“A Vale está progredindo para atingir o menor custo caixa de produção da indústria e será competitiva em qualquer cenário de preços”, disse Claudio Alves, diretor global de marketing e vendas da Vale, em evento do setor. A redução de custo ocorrerá após a conclusão do projeto de expansão de 90 milhões de toneladas conhecido como S11D na Amazônia, disse Alves.

Educacionais
As ações das educacionais tiveram um repique após forte derrocada na véspera em meio a preocupações sobre o Fies. Uma matéria da coluna Radar, da Veja, apontava que o programa de financiamento estudantil do governo poderia ser alvo de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Hoje, todas as ações expostas ao programa subiram: Kroton (KROT3, R$ 7,78, +1,83%), Estácio (ESTC3, R$ 12,50, +1,79%), Ser Educacional (SEER3, R$ 8,05, +9,52%) e Anima (ANIM3, R$ 9,82, +4,58%). Na véspera, a Kroton foi a ação que mais caiu, fechando com desvalorização de 7,95%. 

Petrobras (PETR3, R$ 8,26, -1,08%; PETR4, R$ 6,82, -2,15%)
As ações da Petrobras viraram para queda durante a tarde, juntamente com o movimento negativo dos preços do petróleo. Com o recuo, as ações preferenciais da estatal acumulam desvalorização de 16,15% em cinco pregões. Lá fora, o petróleo Brent, usado como referência pela estatal, passava para queda de 1,65%, a US$ 48,28. 

Sobre a empresa, um levantamento feito pela Economatica a pedido de O Estado de S. Paulo mostra que, com a disparada do dólar, a dívida em moeda estrangeira da companhia já contabiliza uma alta de R$ 100 bilhões, podendo atingir R$ 513 bilhões ao final de setembro. 

Bancos
Os papéis dos bancos aceleraram as perdas nesta tarde, refletindo o mau humor generalizado do mercado. Nesta tarde foram divulgados dados de crédito pelo Banco Central, que não surpreenderam, em dia de ajuste e recessão econômica. Nos destaques nos dados, o saldo de crédito desacelerou 9,6% nos últimos 12 meses, contra 9,9% até julho, em termos nominais; as taxas de juros ainda estão em alta, refletindo o ajuste da Selic; os spreads estão em alta; e, por fim, a inadimplência começa a subir. Considerando o crédito livre e direcionado, passou de 3% em julho para 3,1% em agosto. 

Na Bolsa, caíram forte as ações de todos os grandes bancos: Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 26,40, -3,97%), Bradesco (BBDC3, R$ 24,30, -3,19%; BBDC4, R$ 21,93, -3,39%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 15,70, -3,56%) e Santander (SANB11, R$ 13,12, -3,67%). 

Pão de Açúcar e Via Varejo
As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 50,45, -4,36%) e de sua controlada Via Varejo (VVAR11, R$ 4,76, -8,46%) vivem dias de pesadelo na Bolsa. Esse foi o quinto pregão seguido de perdas dos papéis, que afundam em meio a projeções cada vez mais pessimistas para as companhias. Na semana passada, uma série de relatórios – UBS, HSBC e Itaú BBA – revisaram para baixo suas projeções para o grupo, além das recomendações para as ações e preços-alvos.

Com essas quedas, as ações do Pão de Açúcar vão para mínima de novembro de 2009, enquanto Via Varejo renova mínima histórica.

Fibria (FIBR3, R$ 57,80, +1,85%) e Suzano (SUZB5, R$ 19,30, +0,78%)
Após rumores na semana passada sobre venda de ações do BNDESPar – desmentido pelo banco posteriormente – uma matéria do Valor desta quarta-feira voltou a falar sobre a redução de participação no banco estatal no capital da Fibria e Suzano. No final de 2014, o BNDESPar possuía 30,4% da Fibria. No final de agosto, essa participação caiu para 29,08%. Na Suzano, a participação passou de 16,39% para 11,38%. 

Na nota, o BNDESPar negou que estivesse vendendo suas ações para fazer caixa, mas “especificamente em relação aos desinvestimentos, tradicionalmente realiza vendas em Bolsa quando entende oportuno, sempre com a premissa de não pressionar o mercado.

Apesar da notícia com viés negativo, as ações das duas companhia sobem hoje, impulsionadas pela escalada do dólar. 

Lojas Renner (LREN3, R$ 94,74, -1,47%)
A Lojas Renner informou que seus acionistas aprovaram, em assembleia geral extraordinária realizada nesta quarta-feira, o desdobramento de suas ações na proporção de uma ação em cinco, tendo como base a posição acionária de hoje. A empresa disse que a operação tem como objetivo o aumento de liquidez, assim como facilitar o acesso a pequenos investidores. Considerando a cotação deste momento, a ação da Lojas Renner iria para R$ 19,09 após desdobramento.  

Gol (GOLL4, R$ 3,75, -0,27%)
As ações Gol voltaram a fechar no negativo após terem caído 18% nos últimos dois pregões em meio ao cenário adverso com a alta do dólar. Ontem, o UBS cortou a recomendação das ações da companhia para venda, com preço-alvo de R$ 2,00 por ação.  

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