Queda do Bitcoin esfria e preço sobe 6% com Fed no radar; Cosmos, Fantom e outras altcoins disparam até 18%

Criptomoedas ganharam terreno acompanhando reviravolta nas bolsas no fim do pregão de ontem em meio a um sentimento de que preços estavam baratos demais

Paulo Barros CoinDesk

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Após liquidações generalizadas que levaram ao pior resultado semanal desde maio de 2021, o Bitcoin (BTC) recupera terreno, sobe 6,2% e volta a ser negociado na faixa dos US$ 36,5 mil na manhã de hoje, enquanto o mercado aguarda pela primeira reunião do ano do Federal Reserve (Fed), que começa hoje e divulgará sua decisão amanhã (26), às 16h.

Investidores estão de olho em maiores indícios sobre a intensidade do aperto monetário do Fed, e temem por uma subida mais forte nos juros para combater a inflação. A expectativa é que o o banco central americano realize quatro aumentos no ano, a começar pelo mês de março, e inicie redução patrimonial a partir de julho.

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No entanto, o sell-off de ontem deixou os preços exageradamente baixos, na visão de alguns analistas. O Bitcoin subiu junto com uma reviravolta das bolsas americanas no final da sessão, com Dow Jones revertendo para alta de 0,30%, a 34.366 pontos, S&P500 para 0,29%, a 4.410 pontos, e Nasdaq em valorização de 0,63%, fechando o pregão a 13.855 pontos.

Embora o Bitcoin e o mercado de criptomoedas pareçam estar acompanhando o desempenho do mercado de ações, a relação entre o BTC e o índice Nasdaq 100, do setor de tecnologia, permanece fraco – um lembrete de que existem outros mais fatores importantes que podem afetar as criptos para além do cenário macroeconômico.

“Pelo menos por enquanto, pode-se dizer que o preço do Bitcoin é uma combinação de algum apetite de risco global e muito da dinâmica do mercado na China (e as consequências das restrições lá)”, escreveu Lawrence Lewitinn, da CoinDesk. “As influências desses fatores não são estáticas, mas explicam muito mais do que observar cada movimento do Fed”, avaliou.

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De acordo com a empresa de análise de dados de criptomoedas Kaiko, apesar de uma forte liquidação na semana passada, o volume diário de negociação à vista de Bitcoin ainda foi menor do que durante a queda de preço de dezembro.

Os ganhos do Bitcoin nas últimas 24 horas impulsionam diversas altcoins, com pelo menos 15 valorizando dois dígitos. Enquanto o Ethereum (ETH) recupera 4,3% e vai a US$ 2.432, blockchains rivais avançam com mais força, caso da Elrond (EGLD), que sobe 14,2%, além de Fantom (FTM) e Cosmos (ATOM), disparam na casa dos 18% em meio a um movimento de traders em busca de refúgio em produtos de rendimento no ambiente de finanças descentralizadas (DeFi).

Segundo dados do rastreador de blockchain Fantomscan, mais de 1,2 milhão de transações foram processadas na rede Fantom nas últimas 24 horas, superando as 1,1 milhão de transações da Ethereum, conforme dados do rastreador Etherscan.

Segundo levantamento da Hashdex, o valor total depositado em protocolos DeFi saltou de US$ 1 bilhão em junho de 2020 para mais de US$ 100 bilhões em novembro de 2021, ao passo que a base de usuários evoluiu de 20 mil usuários, em janeiro de 2020, para cerca de 3,5 milhões, em outubro de 2021.

“Vários protocolos DeFi desenvolveram casos de uso que satisfazem as necessidades reais dos usuários e estão sendo amplamente utilizados pelo mercado”, comenta Carlos Eduardo Gomes, Head de Research da Hashdex.

A gestora ressalta que, ao contrário do Bitcoin e de outros criptoativos do tipo ‘commodity’, que não possuem fluxos de caixa futuros previstos, parcela relevante dos protocolos de DeFi geram receita com a cobrança de uma taxa sobre as operações efetuadas nas suas plataformas. Essas taxas são revertidas para os usuários dos protocolos ou diretamente para os proprietários de tokens, de forma similar aos dividendos de uma empresa.

Confira o desempenho das principais criptomoedas às 7h13:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Bitcoin (BTC) US$ 36.454,89 +6,2%
Ethereum (ETH) US$ 2.432,45 +4,3%
Binance Coin (BNB) US$ 371,30 +4,9%
Cardano (ADA) US$ 1,04 +2,5%
Solana (SOL) US$ 92,65 +9,4%

As criptomoedas com as maiores altas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Fantom (FTM) US$ 2,34 +18,5%
Cosmos (ATOM) US$ 36,56 +18,3%
Pocket Network (POKT) US$ 1,30 +18,2%
OKB (OKB) US$ 22,44 +16,9%
Loopring (LRC) US$ 0,888711 +16,5%

As criptomoedas com as maiores baixas nas últimas 24 horas:

Criptomoeda Preço Variação nas últimas 24 horas
Leo Token (LEO) US$ 3,38 -4,6%

Confira como fecharam os ETFs de criptomoedas no último pregão:

ETF Preço Variação
Hashdex NCI (HASH11) R$ 46,10 +5,01%
Hashdex BTCN (BITH11) R$ 48,65 -2,71%
Hashdex Ethereum (ETHE11) R$ 39,89 -11,13%
QR Bitcoin (QBTC11) R$ 13,00 -1,51%
QR Ether (QETH11) R$ 10,20 -6,33%

Veja as principais notícias do mercado cripto desta terça-feira (25):

Binance sela patrocínio da seleção argentina de futebol

A Binance se tornará a principal patrocinadora da seleção de futebol da Argentina, além da liga nacional de futebol do país, por cinco anos, anunciou a exchange de criptomoedas na segunda-feira (24).

A corretora disse que assinou um acordo com a Associação Argentina de Futebol (AFA), entidade que administra o futebol argentino.

É o primeiro acordo selado pela Binance com uma seleção de futebol nacional no mundo. De acordo com a empresa, o acordo inclui o desenvolvimento de um fan token que será lançado no mercado “em breve”.

“Através deste acordo, esperamos apoiar o futebol argentino em todos os níveis e aumentar a conscientização sobre a Binance, o mundo das criptomoedas e blockchain para os fãs de futebol em todo o país e no mundo”, disse Maximiliano Hinz, diretor da Binance Latin America, em comunicado.

Na semana passada, a Binance anunciou negócio com a Federal Paulista de Futebol para se tornar patrocinadora do Campeonato Paulista de futebol, em acordo que prevê também a emissão de NFTs com gols do torneio.

Grayscale está de olho em 25 novos ativos para fundos de criptomoedas

A Grayscale Investments, maior gestora de ativos digitais do mundo, adicionou 25 novos criptoativos a uma lista de “ativos em consideração”, incluindo tokens de protocolos DeFi e metaverso. Entre eles estão Algorand (ALGO) e Convex (CVX), The Sandbox ([ativo=SANF]), Axie Infinity (AXS) e Yield Guild Games ([ativo=YGG]).

Em comunicado, a empresa diz que considera os ativos como “possíveis candidatos para inclusão em um produto de investimento futuro”, mas também observou que “nem todos os ativos em consideração serão transformados em um de nossos produtos de investimento” e que a Grayscale pode considerar ativos não está atualmente na lista.

No início deste mês, a Grayscale disse que adicionou Amp (AMP) a uma lista de 23 outros ativos digitais do seu portfólio, que já incluía criptos como Bitcoin, Ethereum e Cardano (ADA). AMP é o token nativo da rede Flexa, uma rede de pagamentos que permite pagamentos com garantia de criptomoedas em lojas físicas e online.

Varejo brasileiro adota criptomoedas para pagamentos

Aproveitando a onda de adoção de criptomoedas pelo Mercado Livre, o varejo brasileiro se mexe e anuncia a entrada no ramo por meio de pagamentos com Bitcoin e outros criptoativos.

O Grupo Shibata, rede de supermercados responsável por lojas espalhadas na Grande São Paulo, no litoral e no interior, anunciou plano para aceitar moedas digitais como forma de pagamento. A iniciativa será realizada em parceria com a Wiboo, startup que criou a moeda digital WiBX.

Antes, lojas do Grupo Shibata já contavam com caixas e totens de criptomoedas e permitiam trocar tokens WiBX, que funcionam como pontos de fidelidade, por compras nesses supermercados.

Já na semana passada, o marketplace brasileiro de produtos de luxo Espirito Bird passou a aceitar Bitcoin, Dash (DASH), Binance Coin (BNB) e Tether (USDT) como meios de pagamento. A solução é oferecida em parceria com a Coinpayments, que usa a Lightning Network, rede que acelera e barateia transferências de Bitcoin.

Ações de principal compradora de Bitcoin da Nasdaq despenca 15%

As ações da MicroStrategy, empresa com maior investimento em Bitcoin dentre as companhias de capital aberto nos EUA, caíram quase 15% no início desta semana

O recuo veio após a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês) rejeitar a adoção de um modelo contábil usado nos relatórios da companhia. A MicroStrategu buscava evitava impacto negativo da desvalorização do Bitcoin no seu balanço.

O mercado de criptomoedas e as empresas de capital aberto de criptomoedas estão enfrentando um momento difícil em meio à queda das criptomoedas, com papeis sendo negociados em  forte correlação com o Bitcoin.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos