Criptomoeda ligada à FTX se recupera e pode disparar mais 100%, afirmam analistas

O token SOL subiu 114% em 2023, recuperando-se lentamente das perdas de 2022, e pode estar preparando nova disparada

CoinDesk

Escritório da Solana em Nova York (Danny Nelson/CoinDesk)

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O SOL, um dos tokens mais afetados pela crise das criptomoedas de 2022, entrou com o pé direito em 2023 e deve fechar o ano ainda melhor. A moeda nativa da blockchain Solana disparou 114% nos últimos 20 dias, batendo em US$ 21,34 na manhã desta sexta-feira (20), segundo o agregador CoinMarketCap.

No início desta semana, o criptoativo encostou nos US$ 24, preço que só havia sido visto antes da crise com a exchange cripto FTX e sua empresa-irmã Alameda Research.

Só na semana passada, o SOL disparou 22%.

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O rali da criptomoeda começou após o apoio público do cofundador do Ethereum (ETH), Vitalik Buterin. Via Twitter, ele disse ter “esperança” de que a comunidade Solana terá “sua chance justa de prosperar” após o SOL ter caído para a mínima de US$ 8,19 no fim do ano passado.

O comentário de Buterin eliminou os danos vindos após investidores descobrirem que o token era a segunda maior participação da Alameda Research, o braço de trading da FTX, cuja “contabilidade criativa” levou a corretora à falência.

Vale lembrar, no entanto, que o ativo já tinha caído significativamente antes da revelação sobre a proximidade do token com a corretora.

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Segundo dados da ferramenta de análise DefiLlama, o valor total investido em projetos da rede Solana caiu 96% em 2022, passando de US$ 6,68 bilhões em janeiro para US$ 206 milhões no final de dezembro.

A recuperação de preços do SOL renovou as esperanças entre os analistas de cripto, desenvolvedores e executivos de blockchain sobre o futuro de longo prazo do projeto.

Críticos apontaram que a Solana ela muito centralizada e controlada por empresas capital de risco. Mas Riyad Carey, analista de pesquisa da casa de research Kaiko, disse que, “com o fim da Alameda, o protocolo está, em certo sentido, livre desse peso e pode se tornar mais centrado na comunidade”.

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“Acho que a Solana definitivamente tem muito poder de permanência”, disse Carey ao CoinDesk. “Será uma das três ou cinco principais redes por TVL (sigla em inglês para Valor Total Bloqueado) em um ano? Eu realmente não tenho certeza, mas certamente tem potencial.”

Mais volume

O analista sênior de pesquisa da Messari, Tom Dunleavy, escreveu em uma nota recente que o desempenho on-chain () de Solana tem sido forte.

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Ele disse que as carteiras ativas diárias estão interagindo nos principais protocolos Solana e permanecendo constantes no pós-FTX. Além disso, falou, os volumes de transações e contas ativas estão voltando aos níveis pré-FTX.

“É certamente uma questão em aberto o quão espesso é esse novo nível de volume; no entanto, no mínimo, um nível consistente de volume com a FTX saindo do ecossistema é um sinal positivo”, escreveu ele.

Michael Repetny, principal colaborador do Marinade Finance, um protocolo de staking que roda na Solana, destacou que, como o preço do SOL caiu após a crise da FTX, o número de validadores também diminuiu de 2.400 para 2.000.

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Repetny atribuiu o recente aumento no volume de trading de SOL ao crescente interesse na memecoin BONK, baseado na Solana.

“Bonk é como um ponto de entrada para o ecossistema Solana, assim como as pessoas vêm para tokens não-fungíveis (NFTs) para jogar”, disse ele ao CoinDesk em uma entrevista, acrescentando que “com confiança e fé na comunidade Solana”, o SOL vai se desvencilhar de Sam Bankman-Fried, ex-CEO da FTX, e parar de ser visto como “a moeda do Sam”.

Resiliência

Stefan Rust, CEO da empresa de tecnologia blockchain Laguna Labs, disse que a Solana “se manteve firme” ao permanecer entre as 20 principais criptomoedas por capitalização de mercado pós-FTX, ao mesmo tempo em que atingiu as métricas que os desenvolvedores buscam, como “distribuição”, “marketing e visibilidade” e “dinheiro”.

Ele espera que o preço do SOL se recupere para US$ 30 e, possivelmente, até US$ 50 até o final do ano – uma alta adicional, portanto, que poderia passar de 100%.

Brendon Sedo, colaborador da blockchain Core DAO, comparou o atual cenário da Solana com a queda do Ethereum em 2018. Ele acredita que o projeto se recuperará da mesma forma, apesar do aumento da concorrência.

“Acho que esse provavelmente será o resultado para Solana, realizando o que o Ethereum acabou conseguindo após os dias sombrios da baixa de mercado em 2018”, falou.

“Embora possa levar algum tempo para se livrar do peso da FTX e da Alameda, no longo prazo é possível que a perda dessas entidades tóxicas leve a uma rede mais descentralizada e equitativa”, disse Akash Mahendra, gestor de portfólio da plataforma Yield App.

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