Crédito puxa BB, Caixa e Itaú, e lucro dos 5 maiores bancos vai a R$ 107,5 bi em 2023

. O melhor desempenho dos três compensou a retração nos números de Bradesco e Santander Brasil, que diante da inadimplência ainda alta em operações de crédito mais antigas, cresceram menos a carteira de empréstimos

Estadão Conteúdo

Publicidade

Puxado pelos desempenhos de Itaú Unibanco (ITUB4), Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil (BBAS3), o lucro dos cinco maiores bancos brasileiros cresceu 1,9% em 2023, somando R$ 107,5 bilhões, de acordo com dados compilados pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado). O melhor desempenho dos três compensou a retração nos números de Bradesco e Santander Brasil, que diante da inadimplência ainda alta em operações de crédito mais antigas, cresceram menos a carteira de empréstimos.

A maior alta de resultado veio do Itaú, que equilibrou o crescimento das margens com crédito e também o resultado da tesouraria. No BB, essa mesma combinação foi observada, mas com um desempenho melhor da tesouraria, graças aos números do banco argentino Patagonia. Na Caixa, o crédito foi a alavanca tanto das margens quanto das receitas com serviços.

A carteira do banco público foi a que mais cresceu no ano passado, com alta de 10,6% em relação a 2022, para R$ 1,119 trilhão. O banco originou ao todo R$ 544,3 bilhões em crédito, o maior volume da história, o que ajudou a expandir as margens em 19,5% no ano, e as receitas com serviços decorrentes do crédito em 8,3% no mesmo período.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Quase 70% das operações da Caixa estão em crédito imobiliário, portfólio que teve alta de 14,6% ao longo do ano. Enquanto os bancos privados reduziram as concessões diante dos juros altos, a Caixa manteve os negócios, o que levou os clientes das demais instituições a procurá-la.

No BB, o crescimento das operações foi de 10,3%, puxado pelo agronegócio, que cresceu 14,7% em 2023. Neste ano, o banco projeta elevar a carteira em até 12%, novamente com o impulso do agro, mesmo diante de perspectivas menos positivas para o setor, que tem pedido ao governo para renegociar dívidas diante da queda dos preços das principais commodities.

“Na carteira agro, nós vemos uma alta marginal de inadimplência que é causada pelo menor crescimento da carteira, natural após os últimos anos”, disse o vice-presidente de Gestão Financeira e de Relações com Investidores do banco, Geovanne Tobias, em teleconferência com analistas no último dia 9. Único banco a divulgar projeções para o lucro líquido, o BB espera um aumento de até 12% no indicador.

Continua depois da publicidade

Saiba mais: Desafios para Bradesco e Santander, ROE além de 20% para BB e Itaú: o saldo dos bancões

Retomada

Entre os bancos privados, a perspectiva é de retomada do crescimento da carteira neste ano. O Bradesco (BBDC4), que viu o portfólio encolher em 1,6% no ano passado diante do modo de redução de riscos que adotou a partir de 2022, espera um crescimento entre 7% e 11% neste ano.

Continua depois da publicidade

Em coletiva de imprensa no início do mês de fevereiro, o presidente do banco, Marcelo Noronha, disse que a retomada se dará com modelos de crédito aprimorados, e um apetite de risco mais rigoroso que no ciclo anterior. “Não vamos fazer maluquice com crédito para entregar resultado”, disse ele.

O Bradesco tem ambições de ganhar espaço no mercado de crédito até 2028, período que mira o plano estratégico apresentado por Noronha para aumentar a rentabilidade do banco. Hoje, o conglomerado estima ter 14% do mercado, e quer chegar a algo entre 15% e 19% no final do período. O segmento de varejo é um dos pilares deste avanço.

O Itaú, que tem reduzido a exposição ao varejo, espera crescer até 9,5% no crédito em 2024, após uma alta de 5,3% no ano passado. “Nós vamos crescer dois dígitos nas carteiras que nós selecionamos”, disse o presidente do banco, Milton Maluhy, no início do mês.

Publicidade

O Santander (SANB11) não dá projeções ao mercado, mas também espera um crescimento seletivo. O foco é manter o custo do crédito controlado. “Esperamos que o custo de crédito nos novos portfólios seja menor que a média”, disse o presidente do banco, Mario Leão. Um dos focos do conglomerado é justamente reduzir a concentração dos resultados no crédito e no segmento de varejo.