Credit Suisse recomenda compra para ações da Azul e corta recomendação da Gol para venda

Analistas argumentam que a Azul possui uma forte execução apesar da pandemia de Covid-19, e que lidera a retomada no mercado brasileiro

Mariana Zonta d'Ávila

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SÃO PAULO – Um dos setores mais afetados da economia pela pandemia de coronavírus, com fechamento de fronteiras ao redor do mundo e drástica redução no fluxo de passageiros, o segmento aéreo pode oferecer boas oportunidades em meio ao avanço da vacinação. Ao menos essa é a avaliação do Credit Suisse.

Em relatório sobre companhias aéreas da América Latina, o banco defende que o setor deve se beneficiar de uma maior penetração de viagens aéreas na região em relação a outras economias globais.

Ainda que no curto prazo as receitas do setor possam ser negativamente impactadas pelo aumento nos preços de combustíveis, no longo prazo o banco acredita que a maioria das economias latino-americanas devem se beneficiar de um preço mais elevado do petróleo, dado que são consideradas grandes produtoras.

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Além disso, preços mais altos de combustível geralmente trazem disciplina de capacidade, escreve o analista Alejandro Zamacona, que assina o relatório, permitindo que as companhias aéreas alcancem um ambiente de rendimento mais saudável.

O Credit Suisse escreve ainda que após a saída da Interjet e da Avianca Brasil, a disciplina de capacidade ficará mais forte no México e no Brasil, já que essas duas empresas passaram a agregar capacidade de forma não sistemática ao mercado antes da Covid-19, prejudicando a lucratividade do setor.

Azul é a preferida na B3

Neste cenário, a empresa preferida do Credit Suisse na Bolsa brasileira é a Azul (AZUL4). O banco iniciou a cobertura das ações da companhia com recomendação outperform (performance acima da média do mercado) e preço-alvo de R$ 50, o que implica potencial de alta da ordem de 32% ante o último fechamento.

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Os analistas argumentam que a Azul possui uma forte execução apesar da pandemia de Covid-19, e lidera a retomada no mercado brasileiro, conseguindo ampliar sua participação de mercado de 21%, em 2019, para 34% em julho deste ano.

No ano até segunda (30), as ações AZUL4 tinham queda de 3,6% na Bolsa, ante ganhos de 0,6% do Ibovespa no período. Nesta terça (31), os papéis operavam em leve alta de 0,5%, por volta das 10h30 (horário de Brasília), negociados a R$ 38,09.

“Acreditamos que a Azul continuará a superar seus pares em termos de capacidade, liderando a recuperação do tráfego entre as operadoras brasileiras. Também reconhecemos que a Azul aproveitou a situação provocada pela pandemia Covid-19 para se tornar uma empresa mais forte em termos de participação de mercado”, escreve os analista.

Entre os principais catalisadores para as ações AZUL4, o Credit Suisse cita uma retomada do tráfego aos patamares pré-Covid, desde que consiga manter sua fatia de participação no mercado.

Uma oportunidade “desejável” para a Azul, segundo o time de análise, seriam sinergias potenciais de negociar sua frota em conjunto com companhias aéreas irmãs (como a JetBlue, por exemplo).

Já para Gol (GOLL4), o banco reduziu a recomendação de neutra para underperform (performance abaixo da média do mercado), em meio à fraca liquidez e altos custos, com preço-alvo para as ações da companhia de R$ 19, valor 6% abaixo do fechamento da véspera.

De acordo com o Credit Suisse, a Gol pode se beneficiar de uma retomada do tráfego no segmento de negócios no Brasil, dada sua forte malha aérea em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

No entanto, a geração enxuta de fluxo de caixa livre, o aumento da concorrência com a Azul, uma posição de liquidez fraca, além de uma estrutura de custos pesada e um foco ESG pouco claro mantêm o Credit Suisse menos construtivo com a companhia no momento.

Nesta terça, os papéis GOLL4 operavam em queda da ordem de 1%, por volta das 10h30, negociados a R$ 19,94.

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