Cosan (CSAN3) adota cautela e realoca capital, com “agravamento de cenário”

Empresa diz que revisou eficiência, projetos e otimizou capital; cenário de juros elevado aumentou custo de capital

Augusto Diniz

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Reavaliar projetos em 2022 entrou na pauta da Cosan (CSAN3) e isso envolve, principalmente, olhar mais de perto os negócios de suas subsidiárias: Raízen (RAIZ4), Rumo (RAIL3), Compass e Moove.

“A gente tem uma definição clara para todos os negócios de revisão de portfólio. Pelo cenário que estamos enfrentando hoje, de taxa de juros, custo de capital que foi pra outro patamar, nós temos que ser bastante consciente como alocar esse capital”, afirmou Marcelo Martins, VP Estratégia da Cosan, em teleconferência com analistas de mercado nesta terça (22), para comentar o balanço do quarto trimestre da Cosan.

“Fizemos uma grande revisão aqui de aumento de eficiência, de projetos e otimização de capex”, disse o executivo, sem detalhar as medidas.

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Cosan vê cenário agravado

Ricardo Lewin, CFO da Cosan, foi na mesma linha de Marcelo Martins e afirmou que “para esse ano, frente ao agravamento do cenário macro e o aumento de custo de capital com a inflação, adotamos uma posição mais conservadora em relação aos investimentos em 2022”.

Segundo o executivo, a proposta é otimizar o capex, aumentar redução de custos e dar mais seletividade aos projetos.

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A primeira ação prática ocorreu nesta segunda (21). Trata-se da rescisão do acordo de investimento celebrado com a Porto Seguro Serviços, controlada da Porto Seguro (PSSA3), encerrando as tratativas para a potencial formação da joint venture para atuação em mobilidade.

“Gostamos da tese da Mobitech (nome da empresa criada pela joint venture). Entretanto, hoje dentro da nossa estrutura de capital, não faz sentido dispor uma quantidade tão grande de capital (para a Mobitech). Não é compatível manter um plano de investimento dessa magnitude no cenário que temos no Brasil”, afirmou o VP.

Com relação aos outros projetos, ele disse que a realocação de capital é geral nos negócios. No caso da mineração, pela própria natureza do projeto, disse que existe na área “flexibilização” de alocação de capital.

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“É um ativo bastante estratégico”, ressaltou. “Na medida em que as etapas forem sendo concluídas, quando for colocar de capital, vemos como vai ser a decisão final”.

Ano passado, a Cosan fez uma proposta vinculante de aquisição de 100% do Terminal de Uso Privado (TUP) São Luís, no Maranhão, com a companhia chinesa Communications Construction Company Limited (CCCC), controladora do projeto.

Na mesma ocasião, firmou um memorando de entendimentos vinculante com Aura Minerals (AURA33) para a formação de uma joint venture para a exploração de minério de ferro em Carajás (PA), com escoamento pela estrada de ferro da Vale (VALE3) e pelo TUP São Luís.

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Das quatro subsidiárias da Cosan, a Rumo Logística foi a que apresentou o pior resultado, com a queda do volume transportado de milho por conta da quebra da safra do grão.

Por outro lado, a Compass (que tem sob seu guarda chuva a Comgás) ganhou folego com aumento do consumo doméstico e industrial de gás. A Moove, de comercialização de lubrificantes, teve redução de 26% no volume vendido no 4T21, mas no ano assinalou um Ebitda de mais 26% fruto de estratégia de precificação e suprimentos.

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