Copasa (CSMG3): ação fecha em queda de 8,64% após ter resultado afetado por despesas e com dividendos “decepcionantes”

Analistas, contudo, se dividem sobre recomendações: XP tem recomendação de venda, enquanto Credit e Morgan têm visão mais positiva

Lara Rizério

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A companhia estatal de saneamento mineira Copasa (CSMG3) divulgou números do quarto trimestre que não agradaram o mercado, ao registrar lucro líquido de R$ 64,3 milhões no período, o que representa uma redução de 76,1% em relação ao mesmo trimestre de 2020. Os papéis CSMG3 chegaram a cair mais de 11% no intraday, mas fecharam em queda de 8,64%, a R$ 13,53. 

Conforme a empresa, o resultado foi afetado por itens extraordinários referentes ao Programa de Desligamento Voluntário Incentivado, devolução de tarifas determinada pela Arsae-MG e incremento da  provisão para processo trabalhista.

Os resultados ficaram abaixo das expectativas, aponta a XP, refletindo receitas menores e despesas operacionais maiores com custos de PMSO acima do esperado.

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Além disso, os analistas apontam que a suspensão dos dividendos adicionais até que uma nova política seja decidida decepcionou os investidores.

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“Refrescando nossas memórias, a empresa possui uma política de payout [dividendo em relação ao lucro] de 50%, que poderia ser superada com uma distribuição extraordinária caso a alavancagem ficasse abaixo do ideal considerado de 2,1 vezes”, apontam os analistas.

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A relação entre dívida líquida e o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ficou em 1,7 vez e o dividendo total distribuído foi de R$ 282,7 milhões (ou um tímido dividend yield de 5,2%), apontam.

A Levante destacou os números mais fracos no trimestre, afetados principalmente por custos e despesas
maiores do que o esperado. Dessa forma, já tinha apontado esperar um impacto negativo no preço das ações da companhia para o curto prazo.

Após o resultado,  a XP reiterou continuar vendo um risco-retorno pouco atraente para as ações, e mantém recomendação de venda, com preço-alvo de R$ 15 por ação, ainda um potencial de alta de 1,3% ante o fechamento da véspera.

O Credit Suisse ressaltou que a Copasa entregou um trimestre com números fracos impactado por maiores despesas de PMSO, custos com eletricidade e volumes mais baixos do que o esperado. O efeito negativo da revisão tarifaria também teve impacto no resultado.

O balanço, avaliam os analistas, trouxe alguns não recorrentes que impactaram negativamente, mas as melhores provisões para inadimplência trouxeram algum alivio. Contudo, os analistas seguem com recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado) para a ação, com preço-alvo de R$ 16,60, ou potencial de alta de 12%.

O Morgan Stanley também tem visão positiva com Copasa (CSMG3), com recomendação overweight (exposição acima da média) para o ativo da empresa, com preço-alvo de R$ 20,00 (upside de 35%).

Os principais pilares que sustentam essa visão positiva são o aprimoramento legal e regulatório que o setor de saneamento deverá enfrentar nos próximos anos; o perfil de risco-recompensa atrativo; o risco hidrológico relativamente baixo. Além disso, aponta que a revisão tarifária recente abre caminho para um período relativamente maior de visibilidade regulatória; por fim, a privatização, ainda que não esteja tão próxima, é apontada como uma opção para a companhia.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.