Construtoras caem após prévias operacionais; Plano & PLano (PLPL3) afunda 9%

Incorporadoras apresentaram crecimento das vendas na comparação anual

Ana Paula Ribeiro

Prédios construídos pela Direcional em Minas Gerais (Divulgação)

Publicidade

O crescimento das vendas e redução dos estoques não está sendo suficiente para dar impulso às ações das construtoras. Aumento dos distratos e desempenho abaixo das expectativas estão pesando sobre o setor nesta sexta-feira. O maio tombo está com a Plano & Plano, que cai quase 9%.

As ações da Plano & Plano por volta das 12h30 recuavam 8,86%. As vendas líquidas da empresa totalizaram R$ 544 milhões no primeiro trimestre do ano, uma alta de 4% em relação a igual período do ano passado e queda de 52% em relação ao quarto trimestre de 2023. No entanto, os primeiros meses do ano são tradicionalmente menos aquecidos no setor.

Analistas encararam esse resultado como neutro, destacando a redução dos estoques, mas o aumento dos distratos foi encarado como um ponto de atenção.

“O primeiro trimestre costuma ser mais fraco, mas os números da PLPL3 mostraram vendas de seu estoque, o que reforça o impulso operacional positivo da empresa”, avaliaram os analistas do Bradesco BBI.


Continua depois da publicidade


Já para o Itaú BBA, as vendas e lançamentos (R$ 418 milhões), ficaram pouco abaixo da previsão mas o resultado geral foi visto como neutro para o papel.

“Não esperamos que isso provoque um sentimento negativo no mercado, dado o elevado nível de VGV (valor geral de vendas) lançado no quarto trimestre”, segundo relatório divulgado nesta sexta-feira.

No entanto, o Itaú BBA ressaltou que a participação dos distratos nas vendas brutas subiram para 19% (ante 8% do primeiro trimestre de 2023), o que pode ter causado preocupação entre os investidores.

Continua depois da publicidade


Direcional (DIRR3)

Já o desempenho operacional da Direcional (DIRR3) foi encarado como levemente positivo, em especial por ter garantido um volume de vendas acima dos lançamentos. Mas isso não foi suficiente para manter os papéis em terreno positivo. A queda é de 2,09%.

Os analistas do Itaú BBA destacaram a estratégia da empresa, que tem levado ao aumento da velocidade de vendas e redução dos estoques de 17 meses para 14 meses.

“As vendas líquidas atingiram pela primeira vez R$ 1 bilhão (participação da empresa), superando nossas projeções em 10% e aumentando 56% na comparação anual. Prevemos que esse forte desempenho de vendas será bem recebido pelo mercado, mas reconhecemos que a empresa deve acelerar os lançamentos para cumprir nossa projeção de R$ 4,7 bilhões para 2024”, avaliaram.

Publicidade

O Bradesco BBI também destacou o esforço da empresa em melhorar a velocidade de vendas. “Mantemos nossa classificação outperform na Direcional e reforçamos DIRR3 como nossa top pick no segmento de construção residencial, negociando a um atraente P/E24 de 8,0x, um desconto de 19% para CURY3, o que consideramos bastante excessivo.”



Mitre (MITR3) e Even (EVEN3)

O Itaú BBA esperava uma reação neutra para as ações da Mitre (MITR3), mas destacou que os números das prévias vieram abaixo do esperado, o que coloca em risco o desempenho do ano. Os papéis caem 4,90%.

“Vemos risco negativo para nossas expectativas de R$ 1,8 bilhão e R$ 1,5 milhão para lançamentos e vendas em 2024, respectivamente. A velocidade de vendas desacelerou no trimestre para 10% (vs 13% no 4T23 e 12% no 1T23)”, destacaram.

Continua depois da publicidade

O ponto positivo foi a redução dos estoques para 23 meses, ante 25 no final de 2023.

Sobre a Even (EVEN3), que registra recuo de 1,27%, o Bradesco destacou a falta de lançamentos no primeiro trimestre do ano, mas lembrou que o projeto Faena deve compensar essa lacuna.

“A Even apresentou uma velocidade de vendas razoável de seu estoque (R$ 284 milhões em São Paulo; 12% VSO), o que é importante dado o robusto pipeline de lançamentos no FY24. O tão aguardado projeto Faena, com lançamento previsto para o 2T23 (R$ 1,3 bilhão), deve dar o tom do ano”, explicaram, mantendo a recomendação “outperform”.

Ana Paula Ribeiro

Jornalista colaboradora do InfoMoney