Co-fundador da Azul: ‘Temos mais alguns anos até a gente voltar a ter a liquidez do pré-pandemia’

Em entrevista ao InfoMoney, Alex Malfitani falou sobre aumento de tarifas, novos destinos, expectativa de aumento de receitas e custo com combustível

Anderson Figo

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Apesar do aumento de 130,5% da receita líquida no segundo trimestre de 2022, na comparação com igual período do ano passado, a Azul (AZUL4) teve prejuízo de R$ 721,4 milhões entre abril e junho. Para o co-fundador e CFO da aérea, Alex Malfitani, ainda vão alguns anos até que a empresa volte a ter a liquidez que tinha no pré-pandemia.

“Tivemos um crescimento de receita maior do que qualquer outra companhia aérea do mundo, comparado com o pré-pandemia. A gente está com a satisfação dos nossos clientes nas alturas. Voltou aos níveis de 2018. Nossa pontualidade é uma das melhores do mundo. O negócio está indo bem em várias dimensões. A gente tem alguns anos à nossa frente até realmente voltarmos a ter os indicadores, principalmente de balanço e liquidez, que a gente tinha no pré-pandemia”, disse.

Ele participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

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“No final de 2019, a gente tinha uma posição de caixa muito saudável e alguns dos nossos investidores já estavam cobrando a gente para ter uma política de dividendos. A gente começou a estudar, mas veio a pandemia, e a gente precisou manter o caixa conosco. E hoje, como a gente ainda está nesse trabalho de desalavancagem, até a gente chegar aos níveis de desalavancagem que a gente tinha em 2019, a gente vai manter o caixa aqui. Mas a gente acredita que a gente chega nessa situação, se não em 2023, mais provavelmente em 2024”, afirmou.

O CFO da companhia falou sobre o aumento nos preços dos combustíveis, que atualmente representam mais de 40% do custo operacional da companhia. “É um dos desafios do setor porque o preço do combustível de aviação é influenciado tanto pelo preço do petróleo quanto pelo câmbio. A parte boa é que quando você olha num prazo longo, existe uma correlação negativa muito forte entre o preço do petróleo e a cotação do real”, disse.

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Segundo Malfitani, a troca da frota por aviões mais modernos que queimam menos combustíveis fez a companhia mais eficiente, o que ajuda a compensar o aumento dos gastos com combustíveis. Além disso, a produtividade da força de trabalho, os tripulantes, também aumentou. “O resto a gente acaba tendo que mitigar por tarifa. As margens do setor são bem estreitas. Quando tem impacto de custo, ou você aumenta tarifa ou encerra a rota”, disse.

O executivo falou ainda sobre a cobrança extra por bagagem despachada, sobre aquisição de novas aeronaves, maior ganho de eficiência na malha aérea, perspectiva de expansão de destinos no Brasil (serão cerca de 170 até o fim do ano), operações internacionais em segundo plano (sem perspectivas para retomar voo para Nova York no curto prazo), além de Azul Cargo e Tudo Azul. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.