Cielo (CIEL3): ações fecham em alta de 11,3% após JP Morgan elevar recomendação para compra

Estabilização de participação de mercado, gastos controlados e fim do ciclo de alta da Selic podem impulsionar resultados

Vitor Azevedo

(Divulgação/Cielo)

Publicidade

O JP Morgan elevou sua recomendação para as ações ordinárias da Cielo (CIEL3) de neutra para overweight (ou exposição acima da média do mercado) – ou seja, os papéis estão mais baratos atualmente do que aquilo que o banco acredita ser o “preço justo”.

Com isso, as ações ordinárias da Cielo fecharam em alta de 11,30% nesta quinta-feira (26), negociadas a R$ 4,04, ainda longe dos R$ 5 fixados pelo banco americano como preço-alvo, com um upside de cerca 25%.

O banco justifica a mudança de visão sobre as ações da adquirente após alguns dados trazidos pela empresa em seu balanço do primeiro trimestre, com destaque para o fato de a Cielo ter estabilizado sua participação de mercado, conseguido repassar preços no pré-pagamento e ter mantido seus gastos de forma disciplinada.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“Somando esses fatores à proximidade do fim do ciclo de alta da Selic, agora vemos uma ótima perspectiva para a Cielo”, comentam os analistas Domingo Falavina, Guilherme Grespan, Yuri Fernande e Marlon Medina.

Na frente de participação de mercado, os analistas destacam que a Cielo, após anos de perda de participação, estabilizou a sua fatia em cerca de 26,1% das transações de pagamento processadas (TPV, na sigla em inglês) por três trimestres consecutivos.

Leia mais:

Continua depois da publicidade

“Supondo que essa taxa de participação permaneça em níveis semelhantes (por exemplo, sem considerar novas redefinições de preços) e se aplique a cerca de R$ 835 bilhões em TPV para o ano, isso já implicaria em um aumento de receita de ~ R$ 835 milhões”, explicam. “Isso seria suficiente para cobrir os custos de captação de R$ 8,4 bilhões do Receba Rápido”.

Nos custos, a Cielo trouxe um aumento de 5% no ano, abaixo da inflação, e um opex [despesa operacional] avançando 6%, algo visto como “comportado” pelos analistas do JP Morgan – ainda mais visto o crescimento de 24% do TPV na mesma base. “Embora acreditemos ser difícil para a Cielo Brasil manter um nível de custos tão baixo, ainda vemos a empresa crescendo abaixo da inflação (e muito menor vs crescimento do TPV), o que deve ser favorável às margens”, explicam.

Por fim, com o fim do ciclo de alta da Selic no horizonte, a Cielo deve ver uma queda da pressão sobre sua operação. O banco vê ainda um aumento de 150 pontos-base na taxa básica de juros, menor na comparação com os 300 pontos registrados entre o terceiro e o quarto trimestre de 2021 e com os 250 pontos entre o quarto trimestre de 2021 e o primeiro deste ano, “fazendo com que as pressões de captação sejam menos pronunciadas”.

O JP revisou, por fim, suas projeções de lucros para a Cielo – agora, o banco espera que a adquirente tenha ganhos de R$ 851 milhões em 2022, alta de 6%, e de R$ 791 milhões em 2023, subindo 24%. “O aumento é explicado principalmente por maiores receitas esperadas devido aos primeiros sinais de repactuação efetiva do produto de pré-pagamento”, justificam.

Os analistas destacam ainda que o preço de mercado da Cateno, joint venture da companhia com o Banco do Brasil (BBAS3) na frente de gestão de contas e pagamentos, ao se levar em conta um múltiplo de preço sobre lucro entre 15 e 20, pode valer o atual preço de mercado da Cielo – algo entre R$ 9 e R$ 12 bilhões, frente R$ 10 bilhões de valor de mercado da adquirente.

Procurando uma boa oportunidade de compra? Estrategista da XP revela 6 ações baratas para comprar hoje.