China estuda fechar brecha usada por techs para IPOs no exterior

Medida fecharia uma brecha usada há muito tempo pelo setor de tecnologia do país para levantar capital com investidores internacionais

Bloomberg

Estátua de Mao e bandeira da China (Foto: Getty Images)

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A China planeja proibir empresas de abrir o capital em bolsas estrangeiras por meio de entidades de participação variável, segundo pessoas com conhecimento do assunto. A medida fecharia uma brecha usada há muito tempo pelo setor de tecnologia do país para levantar capital com investidores internacionais.

A proibição, destinada em parte a abordar preocupações sobre a segurança de dados, está entre as mudanças incluídas em uma nova versão preliminar das regras para listagem no exterior que podem ser finalizadas ainda este mês pelo governo chinês, disseram as pessoas, que não quiseram ser identificadas. Empresas que usam entidades de participação variável (VIE, na sigla em inglês) ainda poderão realizar ofertas públicas iniciais em Hong Kong, sujeitas à aprovação regulatória, segundo as fontes.

A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China disse no site da agência na quarta-feira que uma reportagem na mídia sobre a proibição de listagens no exterior de empresas que usam a estrutura VIE é não era verdadeira, sem dar mais detalhes.

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Empresas atualmente listadas nos EUA e em Hong Kong que usam VIEs precisariam fazer ajustes para que suas estruturas de controle sejam mais transparentes nas revisões regulatórias, especialmente em setores excluídos para o investimento estrangeiro, disseram as pessoas. Não está claro se isso significaria uma renovação dos acionistas ou, mais drasticamente, a deslistagem de companhias mais sensíveis, medidas que poderiam trazer novamente temores de desconexão entre China e EUA em áreas como tecnologia. Os detalhes das regras propostas ainda estão sendo discutidos e podem ser alterados.

A reforma representaria um dos maiores passos do governo de Pequim para reprimir listagens no exterior após o IPO em Nova York da gigante de aplicativo de transporte Didi Global, que foi em frente apesar de questões regulatórias. Desde então, autoridades agiram rapidamente para limitar o grande número de empresas que buscam abrir o capital nos EUA, bloqueando uma via que gerou bilhões de dólares para empresas de tecnologia e seus investidores de Wall Street.

Tudo isso faz parte de uma campanha iniciada há um ano para frear o crescimento vertiginoso do setor de Internet da China, classificado de expansão “imprudente” do capital privado. Bloquear VIEs em listagens estrangeiras fecharia uma brecha usada há duas décadas por gigantes de tecnologia como Alibaba e Tencent para contornar as restrições ao investimento estrangeiro e abrir o capital no exterior. Isso potencialmente frustra as ambições de empresas como a ByteDance, com planos de IPO fora da China continental.

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A Comissão Reguladora de Valores Mobiliários da China não respondeu de imediato a um pedido de comentário.

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