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SÃO PAULO – O preço da cerveja, do refrigerante e da água mineral vai subir 10% em dois meses. Isso porque o Ministério da Fazenda não aceitou a proposta do setor de manter os preços de referência.
Desde janeiro de 2009, os preços de referência, que servem de base para a indústria repassar o preço para o consumidor, não eram reajustados. O governo manteve os preços para estimular a produção de bebidas durante a crise econômica, segundo a Agência Brasil.
De acordo com o vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria de Refrigerantes e Bebidas Não Alcóolicas, Milton Seligman, o reajuste de 10% é baseado na inflação acumulada de aproximadamente um ano e meio. Segundo o Ministério da Fazenda, o aumento segue uma pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas).
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Seligman afirmou que ainda não é possível dizer se o repasse para o preço final será integral. “O setor de bebidas é um dos que mais paga impostos no mundo e um aumento não é bem visto”, disse.
Tentativa de acordo
Representantes do setor e o ministro da Fazenda, Guida Mantega, se reuniram nesta quinta-feira (17) para tentar conter o aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), mas não conseguiram.
Os fabricantes ainda propuseram investir R$ 7,7 bilhões este ano e criar 60 mil empregos, mas, mesmo assim, não conseguiram convencer a equipe econômica.
“Ao gerar empregos, nossa proposta aumentaria a arrecadação em mais de R$ 1 bilhão em relação à base anual, mas o governo usou a justificativa de que a crise acabou e que os incentivos não são mais necessários”, concluiu Seligman.