CEO da Crypto.com nega problemas financeiros e diz que exposição à FTX é “mínima”

Clientes se queixaram de longa espera para conclusão de retiradas na corretora, que tem presença no Brasil

CoinDesk

Kris Marszalek, CEO da Crypto.com

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O CEO corretora cripto Crypto.com, Kris Marszalek, disse durante uma entrevista em seu canal do YouTube nesta segunda-feira (14) que, apesar do difícil “inverno cripto” (período de queda de preços), a exchange está com as contas em dia.

Nos últimos sete dias, o token CRO da Crypto.com caiu quase 45% devido a preocupações de que a exchange com sede em Cingapura seja a próxima a enfrentar uma crise de liquidez. O volume diário da plataforma caiu de cerca de US$ 4 bilhões no ano passado para US$ 284 milhões em outubro, de acordo com dados da Nomics.

Consumidores começaram a se queixar nas redes sociais que os saques na corretora estavam travados ou demorando demais para serem concluídos. As acusações de possível crise de liquidez surgiram após dados em blockchain flagrarem que a Crypto.com tinha enviado US$ 1 bilhão para a FTX e poderia ter perdido o montante após a corretora falir na semana passada.

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Na entrevista, Marszalek reiterou que a empresa tem um caixa sólido e disse que sua exposição à FTX, na verdade, está limitada a US$ 10 milhões. “Recuperamos US$ 990 milhões da FTX”, disse Marszalek, ressaltando que os fluxos de recursos entre as duas empresas são uma parte necessária do negócio.

Uma auditoria está em andamento na Crypto.com, mas levará algum tempo, disse o CEO. As empresas de auditoria “não trabalham na velocidade das criptomoedas”, afirmou, enfatizando que a exchange e a indústria precisam de total transparência para avançar.

O executivo também garantiu que as retiradas estão funcionando conforme o esperado, e que a única paralisação no momento envolve os criptoativos Gala GALA, Serum (SRM) e Raydium (Ray).

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“O SRM está intimamente ligado à FTX”, disse ele.

Marszalek disse que o CRO, o token da Crypto.com, nunca foi usado como garantia para empréstimos, ao contrário da relação entre a FTX e o token FTT. “Nunca vamos levantar dinheiro [usando capital de clientes]”, acrescentou, afirmando que o negócio tem fluxo de caixa positivo.

Um dos movimentos mais controversos da Crypto.com foi o patrocínio de estádios com preços extremamente altos. Há dúvidas sobre a eficácia da estratégia. Marszalek falou que é um investimento que vale a pena, lembrando às pessoas que os contratos são pagos anualmente.

“Pagamos uma pequena quantia todos os anos, o que equivale a cerca de 10% da nossa receita. Isso não é loucura comparado a outras empresas”, disse ele. “O crescimento para 70 milhões de usuários não é possível sem algum investimento em reconhecimento da marca.”

Assista: Colapso da FTX – como uma das maiores corretoras do mundo foi à falência em uma semana

Parte da desconfiança do mercado em relação à Crypto.com está associado a um recente episódio em que a exchange enviou por engano US$ 400 milhões em Ethereum (ETH) para uma conta na corretora cripto Gate.io. Foi a segunda vez que a empresa cometeu esse tipo de erro. Em agosto, foi revelado que a corretora havia enviado US$ 10,5 milhões para uma mulher em Melbourne e levou sete meses para notar o fato.

Marszalek explicou que todos os endereços para transferências estão na lista de permissões. O endereço de destino era a conta corporativa da Crypto.com na Gate.io e os fundos foram devolvidos depois que a exchange aumentou o limite diário de transferência.

“Os fundos não corriam risco de serem perdidos”, falou Marszalek. “O sistema não nos permite enviar dinheiro para algum lugar que não possa ser recuperado”.

Usuários especularam que a transferência fazia parte de um esquema para reforçar o caixa da Gate.io antes que a corretora divulgasse publicamente suas carteiras, no que vem sendo chamado na indústria de Prova de Reservas. Marszalek, no entanto, garantiu que o motivo não foi esse. “As alegações não têm substância”, falou.

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