CEO da Copel (CPLE6) projeta alta da alavancagem e prioridade em buscar oportunidades de investimentos

Daniel Slaviero, entrevistado do programa “Entre Reis e CEOs", apresentado por Tiago Reis, da Suno, destacou oportunidade de crescimento da companhia

Augusto Diniz

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Os fatores por trás dos bons resultados nos últimos anos registrados pela Copel (CPLE6) foram um dos assuntos tratados pelo Daniel Slaviero, CEO da companhia, na primeira entrevista do novo programa do InfoMoney, “Entre Reis e CEOs”, apresentado por Tiago Reis, fundador e CEO da Suno Research.

A migração da empresa para o nível 2 da B3, em dezembro do ano passado, é considerado por Slaviero como um dos impulsionadores do crescimento da estatal paranaense de energia. Os números se refletem no bom desempenho da empresa na Bolsa, cuja ação CPLE6 avança cerca de 23% no acumulado do ano. No primeiro trimestre de 2022, ainda que com queda do lucro, analistas destacaram que tanto o segmento de distribuição quanto o de geração e transmissão (GT) apresentaram bons números para o período.

O novo estatuto também impõe dar reajustes tarifários apenas aqueles definidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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“É uma garantia ainda maior de governança”, diz, afastando “ações populistas” no preço da energia. “Isso está fora do mapa de risco de qualquer investidor da Copel”.

O executivo comentou que a empresa também teve forte redução de custos no período. Só de pessoal houve diminuição de mais de 2 mil colaboradores. A companhia teve o maior lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da história ano passado: R$ 8,4 bilhões.

Política de dividendos

Sobre a política de dividendos, estabelecida na gestão de Daniel Slaviero, a proposta é que “o investidor possa ter uma perspectiva” de ganhos.

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O executivo explicou que se se alavancagem tiver abaixo de 1,5 vez, faz-se 65% de payout, ou a proporção de pagamento de dividendos em relação ao lucro líquido; se tiver entre 1,5 vez e 2,7 vezes, aplica-se 50% de payout; e acima de 2,7 vezes, faz-se 25% de payout. Nos últimos anos, a Copel tem feito payout de 65%.

“Mas nosso objetivo não é continuar com alavancagem tão baixa. Os resultados vão continuar crescendo, mas precisamos melhorar nossa estrutura de capital”, explica Slaviero.

“Nossa alavancagem está em 1,1 vez e não é uma estrutura de capital adequada. Ela está na nossa meta de médio e longo prazo mais próxima de 2,5 vezes e pagar dividendos de 50%”, destaca.

Participação no próximo leilão de transmissão

Segundo Daniel Slaviero, a “prioridade é procurar oportunidade de investimentos, seja em M&A [fusões e aquisições] seja em leilões”.

Aliás, sobre o leilão, a empresa participa do certame de transmissão, programado pela Aneel para o final do mês. A Copel fez uma parceria com a Engie para concorrer aos lotes disponíveis. “Pretendemos ser competitivos”, destacou.

O CEO da companhia disse ainda que o mercado fio (regulado) da Copel Distribuição teve crescimento no primeiro trimestre de 5,8%, acima da média nacional.

“Isso facilita investimento grande em tecnologia. Nossa base de ativos tem crescimento significativo”, comentou. “Numa distribuidora, a palavra chave é ter controle de custo e investimento para acompanhar o crescimento”.

A empresa focará nos próximos anos em energia eólica e solar, que ocupa hoje 13% do portfólio de geração da companhia. Mas Slaviero afirma que a empresa pretende chegar em breve ao índice de 25% nessas matrizes energéticas.

Eletrobras

Daniel Slaviero comentou sobre a privatização da Eletrobras (ELET3;ELET6) e afirmou que trará “impacto muito grande” no setor. A empresa não participará da oferta de ações da estatal: “Não faz sentido. Nossos investimentos não são financeiros, mas nos negócios”.

A Copel é sócia de ativos de Furnas e Eletrosul, duas subsidiárias da Eletrobras. O executivo elogiou o modelo de desestatização da Eletrobras.

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“Quando o Estado libera a empresa para seguir o caminho de competir no mercado e mantém uma participação, ele vai capturar toda a valorização dela, vai participar dos dividendos e vai ter assento no conselho”, afirmou.

Assista a entrevista completa de Daniel Slaviero, CEO da Copel, no programa “Entre Reis e CEOs”, apresentado por Tiago Reis, da Suno Research: