CEO da Boa Safra vê pontos positivos para o agro em 2023

Ao InfoMoney, executivo diz que o país pode ganhar com ESG sob nova gestão e acredita que insegurança jurídica no campo não é 'cenário-base'

Anderson Figo

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a presidência da República desagradou boa parte dos representantes do agronegócio brasileiro, que apoiavam a reeleição do atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Mas o CEO da Boa Safra (SOJA3), Marino Colpo, enxerga pontos positivos para o setor a partir de 2023.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

“A gente não é muito pessimista na Boa Safra. Tem alguns pontos de preocupação com o novo governo, este novo cenário. Mas tem alguns pontos que a gente vê que podem ser de vantagens para o agro. Um ponto de preocupação que todo mundo tem um pouco a segurança jurídica no campo. A Boa Safra não tem terras, ela planta em fazendas de terceiros, mas se a gente tiver uma insegurança jurídica no campo, que eu não acho que é o cenário-base, pode ser muito ruim para o agro como um todo”, disse o executivo, em entrevista ao InfoMoney.

“No outro lado, eu acho que a gente tem a ganhar principalmente na agenda ESG [meio ambiente, social e governança]. O agro do Brasil é um grande preservador do meio ambiente. A gente tem uma legislação ambiental muito boa e muito melhor que qualquer país. Eu já estive em toda a Europa visitando empreendimentos rurais do agro, nos Estados Unidos também. Nenhum desses países tem uma legislação que se compare à nossa. A gente tem uma oportunidade aí para, de repente, fazer uma propaganda melhor da boa legislação que a gente já tem e acabar colhendo frutos, completou.

Colpo participou do Por Dentro dos Resultados, projeto no qual o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Os executivos falam sobre o balanço do terceiro trimestre de 2022 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Segundo o CEO, o cenário fiscal no Brasil é outro ponto de preocupação, mas ele diz que a companhia acaba se beneficiando de uma cotação mais alta do dólar no longo prazo. “Como a gente vende soja, que é uma commodity cotada em dólar (…), para a companhia, se o câmbio caminhar para um dólar mais valorizado, no limite, para nós é positivo”, afirmou.

O executivo falou ainda sobre o hedge que a companhia faz para se proteger de oscilações do câmbio, sobre o avanço na construção de plantas novas e sobre a compra de uma pequena empresa de milho. “A gente está bem animado. A aquisição da Bestway é pequena. A gente quer conhecer o mercado. O processo fabril do milho é um pouco diferente. (…) A conta do milho é muito boa e tem muita sinergia com nosso negócio de soja”, disse. “A gente quer se tornar um player semelhante no milho.”

Ele também comentou sobre como a guerra na Ucrânia influencia o mercado global de sementes e os negócios da Boa Safra, sobre como está o nível de endividamento da companhia e posição de caixa, pagamento de dividendos, inclusive com uma distribuição extra de proventos recentemente, além de ter falado sobre o fiagro (fundo de investimento do setor agro) que a companhia tem em parceria com a Suno. Assista à entrevista completa acima, ou clique aqui.

Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.