Cemig (CMIG4) quer fazer desinvestimentos fora de MG porque ativos “não geraram resultados esperados”

O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, espera que, até o final do ano, o plano de desinvestimentos tenha sido todo realizado.

Augusto Diniz

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A estatal de energia elétrica de Minas Gerais, a Cemig (CMIG4), realizou a teleconferência de apresentação dos resultados do 4T21 e de 2021, nesta quarta (20), a analistas de mercado. No encontro virtual, a companhia foi questionada sobre as empresas envolvidas no plano de desinvestimentos.

O presidente da Cemig, Reynaldo Passanezi Filho, espera que, até o final do ano, o plano tenha sido todo realizado.

“Nosso objetivo é seguir com o programa de desinvestimento. Eu estou convencido cada vez mais que a gente tem que fazer o plano de desinvestimento para as perguntas serem sobre a Cemig”, disse, mostrando desconforto com o excesso de questionamentos sobre as empresas envolvidas no plano durante a teleconferência.

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“Quando a gente vê, está falando de Santo Antônio (UHE que tem participação), Gasmig, Taesa (TAEE11), e não falando da Cemig. Isso é a maior demonstração que temos que nos concentrar na Cemig. Nosso objetivo é de seguir o programa de desinvestimentos”, ressaltou, apontando que a empresa tem a expectativa de concluir a venda da Taesa, entre outras companhias, ainda em 2022.

Passanezi Filho destacou que o objetivo é desfazer de ativos com participações minoritárias fora de Minas Gerais.

Na Gasmig, plano é vender 49% da participação

“É a nova situação da companhia – ao invés de investir em participações fora de Minas, que infelizmente não geraram resultados esperados”, destacou.

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“Nosso lema é focar em Minas e vencer. Isso implica em desfocar em ativos de participações minoritárias da companhia”.

De acordo com o executivo, “o plano de investimentos envolve a Taesa (empresa de transmissão), Aliança (empresa de geração que tem sociedade com a Vale), venda de 49% da Gasmig (empresa de gás controlada pela Cemig), da participação nas usinas (hidrelétricas) de Belo Monte e Santo Antônio, além de outras participações menores, como Axxiom (soluções) e Ativas (tecnologia da informação)”.

Segundo o executivo, “esse plano (de desinvestimento) é estratégico para o acionista controlador e estratégico para pensar na Cemig em suas atividades core”.

No ano passado, a Cemig concluiu a alienação de participação na Light (a operação representou capitalização da Cemig de R$ 1,3 bilhão) e anunciou a venda em novembro do ano passado de participação na Renova Energia (como foco em renováveis), aguardando finalização da operação.

Empresa planeja crescer 1,5 GW em geração

A Cemig confirmou a analistas de mercado o retorno aos leilões de transmissão. Além disso, anunciou que pretende crescer 1,5 GW em geração de energia.

O planejamento de 2022 prevê investir R$ 3,973 bilhões no ano, sendo R$ 3,225 bilhões em distribuição.

Em 2021, a empresa investiu R$ 2,1 bilhões. O plano é aplicar no total R$ 22,5 bilhões até 2025 em seus negócios de distribuição, geração e transmissão.

Análises do balanço

As ações da Cemig fecharam a sessão desta quarta-feira após balanço com leves ganhos, de 0,89%, a R$ 14,77.

O Itaú BBA apontou que a empresa de energia divulgou resultados fortes no quarto trimestre, superando todas as suas estimativas, além de um anúncio positivo de dividendos a serem pagos nos próximos meses.

A companhia anunciou uma distribuição de dividendos de R$ 1,011 bilhão a serem pagos em duas parcelas iguais. Ela já havia aprovado R$ 955 milhões em juros sobre o capital próprio relacionado ao ano fiscal de 2021. Por isso, o total de dividendos a serem pagos para o ano é de R$ 1,966 bilhão, indicando um retorno (dividend yield) de 8,8%

Entre os destaques, o BBA ressaltou o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado de R$ 1,528 bilhão, 7% acima da sua projeção e com um forte crescimento em bases anuais de 48%, decorrente dos números robustos em todos os segmentos, principalmente no setor de distribuição.

Contudo, seguem com recomendação neutra (desempenho em linha com a média do mercado) para CMIG4, com preço-alvo de R$ 13 (ou um valor 12% frente o fechamento desta quarta).

A XP também tem recomendação neutra com preço-alvo de R$ 13 para a ação, apesar de destacar que a Cemig reportou fortes resultados financeiros e operacionais do 4T21, com o segmento de distribuição surpreendendo em qualidade e eficiência operacional.

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