CCR e Ecorodovias caem até 10% em 2 pregões, CSN interrompe rali e cai quase 3% e Vale tem nova sessão de alta

Confira os destaques do noticiário corporativo da sessão desta quinta-feira (7)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O Ibovespa registrou mais uma sessão morna nesta quinta-feira (7) em meio à cautela no exterior após as falas do presidente do BCE (Banco Central Europeu) e com o mercado à espera de novos sinais sobre a reforma da Previdência.

No início da sessão, as ações da CSN (CSNA3), maior alta do Ibovespa no ano, eram o destaque de ganhos ao chegarem a subir  2,64% no que seria a sua quarta sessão de forte valorização, mas logo viraram para queda e registraram baixa durante boa parte da sessão. Na véspera, os papéis subiram 9,39% com três boas notícias e já acumulam ganhos de 71% apenas em 2019 (veja mais clicando aqui)

Mas o grande destaque de queda fica para a CCR (CCR3), estendendo as perdas e chegando a cair 8% após o acordo de leniência com o Ministério Público Federal do Paraná, o que também influenciou as ações da Ecorodovias (ECOR3). Os papéis CCRO3 fecharam em queda de 6%.

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Enquanto isso, os papéis da Vale (VALE3) tiveram uma nova sessão de ganhos, seguindo o movimento da véspera com o mercado reavaliando o afastamento dos diretores da mineradora. Nesta tarde, a Bloomberg publicou ainda que o Ministério Público de Minas espera que a Vale demita mais executivos esta semana. Confira os destaques da B3 nesta sessão:

CCR (CCRO3)

Em resposta à matéria do Valor Econômico, a CCR informou que não tem conhecimento acerca de supostas novas investigações conduzidas pelo Ministério Público do Estado de São Paulo envolvendo a Companhia ou suas controladas. 

Na véspera, o Ministério Público Federal do Paraná informar que firmou acordo de leniência com a Rodonorte, concessionária de rodovias do grupo CCR, em que a empresa se compromete a pagar R$ 750 milhões até 2021. Com isso, os papéis caíram 3,15% na última quarta, com as baixas se intensificando nesta sessão. 

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O comunicado foi divulgado após o jornal divulgar que a CCR pode fechar ainda neste ano um novo acordo de leniência com o MP-SP envolvendo o pagamento de multas que devem superar os R$ 750 milhões do acordo fechado pela controlada Rodonorte com a força-tarefa da Operação Lava-Jato, segundo fontes a par do assunto.

“Embora o mercado estivesse esperando o acordo, acreditamos que o valor superou as expectativas. Após o acordo, também vamos monitorar os contratos da Ecorodovias (ECOR3) com o estado do Paraná”, destaca o Itaú BBA. Em dois pregões, os papéis da Ecorodovias registram baixa de 10%, enquanto a CCR tem queda de cerca de 9%. 

 

Azul (AZUL4)

A companhia aérea Azul informou seus números operacionais do mês de fevereiro. Houve aumento de 18,4% na tráfego de passageiros (RPK), enquanto a oferta de assentos (ASK) subiu 16,9%, isso na comparação com o mesmo mês de 2018. Assim, em um ano, a taxa de ocupação dos voos passou de 80,1% para 81,1%. Em dois meses, a demanda subiu 15,6% e a oferta avançou 16,4%, o que resultou em queda de 0,6 ponto porcentual na taxa de ocupação, para 82,4%.

A melhora no mês de fevereiro foi impulsionada pelos voos domésticos, com RPK em alta de 24,4%, e ASK subindo 20,1%. Assim, a taxa de ocupação avançou 2,9 pontos, para 82,1%. Em dois meses, houve crescimento de 18,7% na demanda e de 17,7% na oferta, e a taxa de ocupação avançou 0,7 ponto, a 82,3%.

Nos voos internacionais, a demanda teve aumento de 1,3%, ante 7,4% de alta na oferta. Isso resultou numa queda de 4,7 pontos na taxa de ocupação, para 78%. No ano, essa taxa caiu 4,4 pontos, a 83%, resultado de crescimento de 6,8% na demanda e de 12,4% na oferta.

“A Azul divulgou números operacionais sólidos para fevereiro. A demanda continua muito forte no Brasil; a queda de 4,7 pontos percentuais na taxa de ocupação internacional não prejudicou o valor consolidado. Como os passageiros internacionais tendem a reservar voos com mais antecedência do que os passageiros domésticos, não acreditamos que o declínio na taxa de ocupação neste segmento seja preocupante, pois tenderá a se recuperar com um cenário cambial mais favorável para esses passageiros”, destaca o Itaú BBA. 

Gol (GOLL4)

A Gol informa que registrou alta de 6,9% na demanda doméstica em fevereiro, na comparação com igual mês do ano passado, enquanto a oferta aumentou 1,3%. A taxa de ocupação doméstica foi a 82,4%, um aumento de 4,3 pontos porcentuais (p.p.) em relação a fevereiro de 2018. O volume de decolagens reduziu 0,8% e o total de assentos aumentou 4,0%, na mesma base de comparação.

A demanda por voos internacionais, por sua vez, teve alta de 17,8%, enquanto a oferta crescer 23,8%, levando a taxa de ocupação a 74,4%, queda de 3,8 p.p. em relação a fevereiro de 2018.

A demanda total da GOL aumentou em 8,4% no segundo mês do ano em relação a fevereiro de 2018. Já a oferta total da Gol aumentou em 4,5% devido ao aumento de 3,5% no total de assentos e da redução das decolagens em 0,9%. A taxa de ocupação consolidada atingiu 81,1%.

Recomendações

Na noite da última quarta-feira, o Goldman Sachs reiniciou a cobertura para ações do setor de shopping centers. BR Malls (BRML3) e Aliansce (ALSC3) com recomendação de compra e preços-alvo respectivos de R$ 17 e R$ 24. Enquanto isso, Iguatemi (IGTA3) tem recomendação neutra e preço-alvo de R$ 44 e Multiplan (MULT3) tem recomendação de venda com preço-alvo de R$ 24. 

Já a Bradespar (BRAP4) foi rebaixada a ’manutenção’ por HSBC, com preço-alvo de R$ 32,50. 

O Itaú BBA, por sua vez, elevou o preço-alvo para as ações do Burger King (BKBR3) de R$ 23 para R$ 27 para 2019 após revisar o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) para cima depois do resultado do quarto trimestre de 2018. A recomendação para os ativos segue outperform. 

IRB (IRBR3)

A administração do Banco do Brasil quer realizar uma oferta subsequente para vender as ações detidas no IRB, diz o Valor Econômico citando três fontes não identificadas com conhecimento do assunto. O modelo seria igual ao adotado pela Caixa, em fevereiro, quando vendeu a participação detida pelo fundo Fgeduc.

Enquanto a operação do Fgeduc levou 56 dias para acontecer, a do BB deve levar de 9 meses a um ano, porque as ações da BB Seguros estão vinculadas ao acordo de acionistas, diz Valor citando uma das fontes.

A operação precisaria de autorização do Tribunal de Contas da União e da Superintendência de Seguros Privados. O BB Seguros detém fatia de 15,23% no IRB, segundo dados compilados pela Bloomberg. Do total, 13,5% estão vinculadas ao acordo de acionistas, segundo o Valor.

O BB Seguros tem preferência de compra em caso de venda das ações detidas pela União; já no caso de venda de participação pela BB Seguros, ordem de preferência é União, FIP Barcelona, Itaú e Bradesco Seguros. A União e FIP Barcelona não exerceriam direito, segundo a atual política governamental. Não há pressa para que a operação aconteça, disse uma fonte ao jornal.

“A fatia do BB, que não se posicionou oficialmente sobre a possível oferta, vale atualmente R$4,2 bilhões. A saída do banco poderia abrir caminho para a resseguradora se transformar em uma corporação, sem controlador definido”, destaca a XP Research. 

Klabin (KLBN11)

A Sogemar retirou seu consentimento para a proposta de incorporação pela Klabin. Anunciado no mês passado, o acordo permitiria que a Klabin explorasse diretamente as marcas de seus produtos, pelo qual paga royalties para a Sogemar. Segundo a companhia, a decisão se deve à reação de um acionista contra o negócio. A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) marcada para o dia 14 de março foi cancelada.

Em Fato Relevante, a Klabin faz uma extensa defesa do acordo, que atribuía o valor de R$ 343,895 milhões à Sogemar, montante que representaria um desconto de aproximadamente 50% sobre o valor presente do fluxo de pagamento de royalties, segundo laudo elaborado pela Deloitte. Por isso, a Klabin revela que recebeu “com enorme surpresa” a solicitação de um único acionista de realização de assembleia para rescindir o contrato de licenciamento com a Sogemar.

Segundo a Klabin, a proposta é uma “completa, inédita e absurda” desconsideração dos mecanismos de administração. A companhia cita ainda o posicionamento da Associação dos Investidores no Mercado de Capitais (Amec), que em comunicado, “roga” que os administradores da Klabin “reflitam sobre o seu dever de lealdade”, que os investidores “exerçam seu poder de voto na AGE” e que os reguladores “apurem a regularidade” da operação.

No seu posicionamento, a Klabin lembra que, dias antes da manifestação, o presidente da Amec havia sido indicado por acionista minoritário para concorrer a uma cadeira no conselho de administração. “A proposta carece de seriedade mínima, pois pretende imputar aos acionistas uma decisão que, para ser tomada com um mínimo de diligência, por quem quer que fosse, requereria uma análise criteriosa sob o ponto de vista jurídico, financeiro e empresarial quanto ao seu cabimento, custos, benefícios e riscos”, diz a empresa no documento.

Segundo o Credit Suisse, há dois ângulos para analisar a decisão dos controladores. A primeira possibilidade seria um desfecho onde os acionistas poderiam criar uma nova proposta para terminar o pagamento de royalties e que a mesma poderia ser ainda melhor para os minoritários do que a original. Além disso, o crescente debate sobre melhora de governança na Klabin poderiam levar a medidas mais robustas, como uma migração para o Novo Mercado.

A segunda possibilidade indica um caminho onde parte do valor criado pelo primeiro acordo já estaria precificado no papel e que agora existe uma incerteza com relação ao novo negócio.

“Acreditamos que a ultima opção deve prevalecer, principalmente em função da falta de clareza com relação ao timing e escopo da nova proposta. O impacto em valuation não chega a ser muito relevante dado que na proposta inicial considerava cerca de 1% de melhora no stake econômico dos minoritários”, destaca o Credit. 

Petrobras (PETR3;PETR4

A Petrobras elevou o preço médio do litro da gasolina A e do diesel sem tributo nas refinarias, com valores válidos para a próxima sexta-feira (8).

A gasolina teve elevação de 2,50%, passando de R$ 1,6865 o litro para R$ 1,7285 o litro, enquanto o preço do diesel subiu 1,91%, passando de R$ 2,1462 para R$ 2,1871, conforme tabela disponível no site da empresa.

(Com Agência Estado)

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.