CBA (CBAV3) reverte prejuízo e tem lucro líquido de R$ 100 milhões no terceiro trimestre

Companhia conseguiu melhorar margens mas resultado foi impulsionado principalmente por conta de fatores financeiros

Vitor Azevedo

Detalhe de chapa de alumínio
Detalhe de chapa de alumínio

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A CBA (CBAV3), ou Companhia Brasileira de Alumínio, lucrou R$ 100 milhões de forma líquida no terceiro trimestre de 2022, revertendo o prejuízo líquido de R$ 41 milhões registrados no mesmo período do ano passado.

A melhora na linha final do relatório se dá mesmo com a empresa tendo visto sua receita caindo 2% na base anual, para R$ 2,3 bilhões.

“O recuo da receita se deu principalmente pela redução de R$50 milhões do faturamento do negócio de energia nos períodos comparados, devido ao menor volume excedente de energia para venda, em função do menor volume de contratos e aumento do consumo pela CBA”, justifica a companhia no documento publicado na noite desta terça-feira (8).

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Na frente de alumínio, a CBA destaca que sua receita se manteve estável na comparação ano a ano, em R$ 2,2 bilhões. A queda de 11% no preço médio da commodity, com a tonelada indo a US$ 2,35 mil, foi compensada pelo aumento de 4% dos volumes vendidos, que foram a 129 mil toneladas.

A alta do lucro se deu em parte porque a empresa conseguiu reduzir seu custo dos produtos vendidos (CPV) em 4% no ano, para R$ 1,9 bilhão – também por conta da menor negociação de energia.

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“Por outro lado, o custo do negócio de alumínio manteve-se estável nos trimestres comparados, apesar do maior volume vendido e da continuidade da inflação de custos”, destaca a empresa. “Esses efeitos foram compensados pelo fim da operação de trading de lingote, que teve 26 mil toneladas vendidas no terceiro trimestre de 2021 e foi encerrada desde o segundo trimestre deste ano”.

As despesas operacionais da CBA ficaram em R$ 106 milhões entre julho e setembro deste ano, alta de 23% na comparação com o mesmo período de 2021. A alta é justificada pela empresa por conta do seu crescimento, incluindo a aquisição da Alux do Brasil.

O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês), mesmo com esses maiores gastos, avançou 5% no ano, para R$ 331 milhões, com a margem Ebitda subindo um ponto percentual, para 15%.

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Por fim, subtraiu-se do lucro líquido da CBA um resultado financeiro negativo de R$ 27 milhões, número bem menor do que o déficit de R$ 255 milhões do terceiro trimestre de 2021.

“O resultado financeiro líquido teve melhora de 89%, principalmente em função da melhora de R$92 milhões na marcação a mercado dos instrumentos derivativos da dívida com o BNDES e dos contratos de energia eólica. Além disso, houve também o vencimento das vendas a termo de alumínio e dólar americano (hedge estratégico da receita) que deixou de ser executado em 2021”, justificam.

A CBA fechou setembro com uma dívida líquida de R$ 1,3 bilhão, número aquém dos R$ 2,2 bilhões do mesmo mês de 2021.