Carrefour (CRFB3): Avanço nas vendas digitais e sinergias com o Grupo BIG são apostas para o segundo semestre

Grupo espera ver vendas online melhorando no segundo semestre e também terminar de encontrar sinergias com companhia adquirida

Vitor Azevedo

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O Carrefour Brasil (CRFB3) realizou nesta quarta-feira (27) sua teleconferência de resultados do segundo trimestre e, nela, divulgou alguns planos da companhia para o futuro – como destaque, ficaram as perspectivas que o grupo tem para o seu braço digital e também para o seu processo de sinergias com o BIG, adquirido em junho.

Em abril, o Carrefour anunciou a chegada de Samuel James como seu novo diretor executivo de Transformação Digital e englobou os esforços desta frente, tanto do seu braço de varejo como do atacado, sob uma única pasta.

A companhia destacou, no segundo trimestre, que o canal online representou 3,4% das vendas totais do Atacadão (número 1,1 ponto percentual maior na base trimestral), chegando a R$ 1 bilhão.

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As vendas gerais online atingiram R$ 1,5 bilhão no período, mais que dobrando em relação ao mesmo segundo trimestre do ano passado e crescendo 31,9% na base sequencial.

“Estamos trabalhando em um novo aplicativo na frente de digitalização, que trará novos benefícios ao usuário”, comentou Stephane Maquaire, diretor executivo (CEO) do Carrefour. “Além disso, buscamos integrar o digital e as lojas físicas. O que está funcionando muito bem. Levou a um aumento das vendas de eletrodomésticos em junho, por exemplo, braço que estava performando muito mal”.

A perspectiva do Carrefour é que o e-commerce aumentará sua contribuição positiva nos próximos resultados, sendo que os canais digitais já estariam sendo muito mais rentáveis do que no passado.

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“O modelo digital do Atacadão já é rentável. Temos margem e vendas adicionais. Estamos utilizando uma estrutura de delivery já pronta no modelo business to business e contando com um ticket médio muito alto”, explicou o diretor financeiro (CFO) David Murciano.

No varejo, a inovação chamada In Store Picking, que consiste na compra pelo aplicativo do Carrefour, teve penetração de 43% em todas as lojas do grupo.

Apesar da rentabilidade deste último canal ser menor, segundo Murciano, o Carrefour vem trabalhando nesta frente. “Temos que lembrar que o modelo digital é multicanais. Não temos de olhar apenas a rentabilidade do e-commerce apenas, mas também que essas operações nos trazem dados e melhor conhecimento dos nossos clientes. É uma construção para o longo prazo”, defendeu o CFO.

Apesar de o canal digital estar crescendo principalmente por conta do segmento alimentar, o grupo espera estar bem posicionado para surfar através dele as vendas de eletrônicos e eletrodomésticos durante a Black Friday e também nos preparativos para a Copa do Mundo de 2022. “Temos uma oportunidade enorme nesta frente, devido a novas iniciativas que estão implementando”, comentou Maquaire.

Carrefour espera também avançar em sinergias com o Grupo BIG

No dia 6 de junho, o Carrefour terminou o processo de aquisição do Grupo BIG e, neste mesmo mês, começou o processo de integração dos 80 pontos de venda da companhia adquirida. 16 lojas BIG já estão sendo convertidas para lojas do Atacadão e do Carrefour.

A aquisição pesou levemente no resultado do segundo trimestre da companhia, sendo apontada por analistas como parcialmente responsável pelos recuos das margens de lucratividade.

“Tivemos 13 lojas BIG convertidas para Atacadão e três para Carrefour. Agora, a próxima onda de conversões começa em setembro. Estamos muito focados nessa transação e  estaremos mais bem posicionados para oferecer aos clientes as melhores ofertas e para gerar mais valor para nossos acionistas”, comentou o CEO.

Apesar da animação, os executivos do Carrefour afirmaram que preferem, até então, não traçar guidances nesta frente, apesar de verem convergências na integração. Segundo os executivos, a “jornada de sinergia está apenas começando” e não é possível, até então, tirar tirar conclusões e fazer projeções para o ano.

“O que sabemos é que o segundo semestre tem sazonalidade favorável. Não temos preocupações com margens. Temos melhoras sequenciais no varejo e pretendemos ver o fim da conglomeração do BIG”, apontou Murciano.

A companhia, por fim, espera também ver seus números impulsionados no futuro próximo pelo auxílio emergencial, que deve melhorar algumas disparidades regionais e sociais, além de continuar a beneficiar, principalmente, o rendimento do Atacadão.

“Com inflação mais alta, houve maior frequência dos clientes nas lojas, queda do ticket médio e menos itens por cesta”, disse Murciano. “O consumo não cíclico foi destaque, principalmente dos produtos únicos, como horftruit, que avançaram 82% no ano. O cliente do Atacadão é mais sensível à inflação, mas temos o melhor posicionamento de preço. Nós nos beneficiamos do fluxo de procura por preços menores e esperamos que isso continue”.

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