Camil (CAML3) reporta resultado pouco animador, mas analistas apontam próximos trimestres melhores para companhia

Companhia divulgou seus resultados trimestrais na noite da última terça-feira (10)

Felipe Moreira

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A Camil (CAML3) registrou baixa de 50,1% no lucro líquido no segundo trimestre fiscal de 2023, encerrado em agosto, em relação a igual período do ano passado, saindo de R$ 93,9 milhões para R$ 46,9 milhões, informou a companhia na noite de terça-feira (11).

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi de R$ 212,4 milhões, alta anual de 1,9%. A margem Ebitda caiu 0,4 p.p. (pontos percentuais), para 7,3%.

De forma geral, na avaliação do Itaú BBA, a Camil reportou resultados neutros, uma vez que a melhor dinâmica dos volumes de açúcar e a sazonalidade mais forte no Uruguai impulsionaram os resultados consolidados, ainda afetados pelas tendências negativas (amplamente esperadas) na divisão de açúcar e pelas despesas financeiras mais pesadas.

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Com relação a lucratividade, o BBA destaca que o Ebitda ajustado veio 6% acima da sua expectativa, com margem ajustada em linha com sua estimativa.

Analistas do BBA também ressaltam que o acordo com a Raízen (RAIZ4) para exportação de açúcar a granel foi a novidade dos resultados do 2T23 na divisão de alto faturamento. Para o segundo semestre, eles esperam que a empresa se beneficie dos preços mais elevados do arroz.

O Bradesco BBI, por sua vez, pontua que os resultados não atingiram o consenso, mas os fundamentos macro devem ajudar nos próximos trimestres.

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A margem bruta caiu para 19,7%, -1,5 p.p. na base anual e -1 p.p. na base mensal, o que na opinião do BBI reflete uma concorrência mais desafiadora no mercado de açúcar brasileiro e preços mais elevados de commodities que ainda não foram repassados.

Nesse sentido, o BBI espera que os preços da Camil se recuperem devido sua visão otimista em relação aos preços do arroz e do açúcar, que devem ajudar a empresa a entregar um Ebitda mais forte nos próximos trimestres.

Para a XP Investimentos, a Camil apresentou um trimestre misto, com Ebitda 3% abaixo de suas expectativas.

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Analistas da XP pontuam que o aumento nos volumes na categoria de Alto Valor no Brasil, impulsionado pelo café, contribui para um desempenho positivo recorrente nos recentes M&As (isto é, massas e biscoitos).

Na categoria de Alto Giro, apesar dos preços mais altos do arroz e açúcar, os volumes aumentaram e a estratégia de exportação de açúcar deve trazer resultados.

No segmento Internacional, apesar do bom desempenho no Equador e de uma sazonalidade esperada menor no Uruguai, o Peru continua atrasado.

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A equipe de research da XP ainda destaca que a alavancagem permanece desconfortável em 3,4 vezes Dívida líquida/Ebitdas (últimos doze meses), impactando negativamente o lucro líquido, e um cenário mais tranquilo favoreceria a execução, embora não seja o nosso cenário base.

O Itaú BBA mantém visão positiva em relação à Camil à medida que os múltiplos se comprimem para níveis mais palatáveis ​​em 2024. Qualquer normalização nas margens no segmento de alta rotatividade traria, na opinião do banco, uma vantagem para a avaliação atual da Camil.

Dessa forma, o BBA optou manter avaliação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para ações da companhia e preço-alvo de R$ 9.

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O BBI também manteve classificação outperform e preço alvo para o final de 2023 de R$ 12,00, visto que a Camil está negociando a um Valor da Firma (EV)/Ebitda para 2024 de 4,7 vezes, um desconto de 25% em relação à sua média histórica.