Cade e CVM aprovam compra de participação em controlada da Totvs pela B3

A negociação foi vista como certeira por analistas do mercado financeiro, dado que pode destravar valor para ambas as companhias

Mitchel Diniz

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SÃO PAULO – O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) aprovaram a compra de 37,5% do capital da Dimensa pela B3 (B3SA3). O negócio foi anunciado em 12 de  julho pela Bolsa brasileira. A Dimensa, antes conhecida como TFS Soluções em Software, é controlada pela Totvs (TOTS3), que fica com a fatia societária remanescente, de 62,5%. A B3 informou que aportou R$ 600 milhões no negócio.

“Com a obtenção dessas aprovações, foram cumpridas todas as condições precedentes e necessárias para o fechamento da transação”, diz o comunicado da B3.

A negociação foi vista como certeira por analistas do mercado financeiro, dado que pode destravar valor para ambas as companhias.

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De um lado, a Bolsa brasileira mostra que está buscando oportunidades para gerar ganhos fora de seus negócios principais. Do outro, a Totvs consegue um forte parceiro para crescer em um mercado altamente fragmentado e de grande potencial de crescimento, o de softwares para o mercado financeiro.

Na época em que a compra de parte da Dimensa pela B3 foi anunciada, o Credit Suisse destacou que a transação traz oportunidade de crescimento orgânico de mais de 10% para a subsidiária da Totvs, novas avenidas de crescimento com a parceria com a B3 e as oportunidades para expansão inorgânica, por ser um consolidador no mercado de softwares de fintechs.

“Com receita de R$ 140 milhões em 2020, caixa de R$ 650 milhões e um valor de mercado de R$ 1,6 bilhão, estimamos que a transação tenha um múltiplo de 6,8 vezes o valor de mercado sobre vendas (EV/Sales), bem razoável em nossa visão, considerando o múltiplo da Totvs de valor sobre vendas de 8,1 vezes, e da Sinqia, sua principal concorrente, de 7,9 vezes para 2020”, escrevera os analistas na ocasião.

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Novos canais de atuação para a B3

Mesmo o acordo não sendo “transformacional” para a B3, dado o tamanho relativo do negócio em relação à Bolsa, o Credit Suisse afirmou que o movimento é estratégico e pode aproximar a companhia de seus maiores clientes. Isso porque o principal produto da Dimensa é software para custódia.

O movimento também deve apoiar a B3 no lançamento de novos produtos, segundo os analistas do banco, garantindo um melhor serviço e aprimoramento na experiência do cliente.

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Por fim, abre espaço para novas avenidas de crescimento, em linha com a estratégia da companhia de expandir a presença em potenciais áreas adjacentes onde pode adicionar valor aos clientes dentro do seu ecossistema.

Na avaliação da casa de análise Levante, a notícia é positiva para ambas as empresas, mas os papéis da Bolsa brasileira devem ser os mais beneficiados dado que a parceria dá uma resposta ao mercado dos novos caminhos que a B3 pode tomar em meio às mudanças regulatórias no setor financeiro, com a chegada do Pix, incentivo à competição e Open Banking.

Na avaliação do Itaú BBA, o acordo é positivo e pode acelerar as operações da Dimensa e fazer com que ela se consolide no mercado de softwares para o mercado financeiro.

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A visão é de que a parceria com a B3 fornece um parceiro bem capitalizado à empresa, podendo gerar uma grande oportunidade de venda cruzada para a TFS com a base de clientes da empresa, ao mesmo tempo em que fornece à Bolsa brasileira diversificação de receita por meio do desenvolvimento e expansão de soluções.

O Bradesco BBI também vê a transação criando valor para a Dimensa, dado que a empresa poderá se beneficiar de uma administração independente e renovada, levando a um foco maior em suas operações.

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Mitchel Diniz

Repórter de Mercados