BTG eleva recomendação de Cyrela e HSBC elege BRF a preferida do setor

Somente Cyrela teve recomendação de compra reiterada pelo BES e Ágora, enquanto BTG Pactual elevou preço-alvo; HSBC revisa frigoríficos e reforça preferência pela BRF

Paula Barra

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SÃO PAULO – Cinco bancos e corretoras revisaram suas estimativas para ações dos setores de construção civil, financeiro e frigoríficos.

O principal destaque ficou com as imobiliárias, com a Cyrela sendo a mais citada entre os analistas. A empresa foi a única do setor que recebeu recomendação de compra – tanto pelo Banco Espírito Santo quanto Ágora -, enquanto BTG Pactual elevou sua recomendação e preço-alvo.

Quem também chamou atenção foram os frigoríficos. A BRF (BRFS3) foi listada como a preferida pelo HSBC num relatório divulgado trimestralmente com análise do setor. No mesmo dia, o mesmo banco de investimentos classificou o Itaú Unibanco (ITUB4) como seu preferido. Confira as recomendações: 

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BES revisa setor de construção civil
O BES se mostrou cauteloso com as construtoras brasileiras no curto prazo, e espera que as empresas reportem resultados fracos no quarto trimestre de 2012.

Os analistas Eduardo Silveira e Frederico Mendes apontam que as companhias devem continuar apresentando problemas de execução devido ao aumento de entrega de projetos entre os meses de outubro e dezembro do ano passado.

Assim, eles separam as empresas do setor em três grupos: Cyrela (CYRE3) e MRV Engenharia (MRVE3) parecem estar à frente de seus competidores em termos de reestruturação, ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido, na sigla em inglês) e alavancagem. Por sua vez, a Gafisa (GFSA3) e Brookfield (BISA3) devem reportar resultados fracos, mas sem grandes surpresas, o que eles consideram como positivo diante do cenário atual.

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No último grupo, aparecem Tecnisa (TCSA3), Rossi (RSID3) e PDG Realty (PDGR3), que devem reportar resultados decepcionantes, com espaço para mais surpresas negativas, como excesso de custo, cancelamento de vendas, provisões e reversões de receita, avaliam. 

Cyrela: Ágora corta preço-alvo, mas BTG eleva
A Cyrela (CYRE3) foi o principal alvo dos analistas. A Ágora/Bradesco Corretora cortou o preço-alvo da ação para R$ 21,30 em dezembro de 2013 – o que representa um potencial de valorização de 27,54% em relação ao fechamento da última terça-feira (19), tendo em vista as menores projeções de lançamentos de empreendimentos sob participação da Cyrela, avalia José Cataldo, analista da corretora.

Por outro lado, a construtora viu a recomendação dada pelo BTG Pactual ser elevada de venda para neutra, com o preço-alvo subindo de R$ 16,00 para R$ 19,00 – upside de 13,77%. Para Marcello Milman e Gustavo Cambauva, analistas que assinam o relatório do banco, a companhia vai mostrar crescimento de 15% no número de lançamentos em 2013 com a aprovação de grandes projetos nas principais cidades, deixando para trás a decepção com a queda do volume de vendas em 2012.

Itaú Unibanco na lista de preferências do HSBC
Já no setor financeiro, o HSBC reiterou recomendação overweight (desempenho acima da média) para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4), e indicou preferência para os papéis do banco na América Latina. 

Segundo os analistas Victor Galliano e Mariel Santiago, o Itaú Unibanco está mais bem posicionado para alavancar melhor qualidade de crédito em 2013, o que associado ao controle de custos e à retomada no crescimento de prestações de serviços pode conter erosão de margens que está comprimindo os resultados. 

“Vemos que o pior em termos da fragilidade no segmento de crédito ao consumidor já passou e que a pressão sobre os resultados dos bancos comerciais deve afrouxar, conforme a inadimplência melhora e o crescimento do crédito se recupera”, reforçam.

Bradesco revisa preço-alvo para unit do Santander
Por sua vez, o Bradesco reiterou recomendação marketperform (desempenho em linha da média) das ações do Santander (SANB11), em função de estimativas mais baixas para receita líquida de juros, enquanto a evolução do cenário de crédito ainda é incerta. O preço-alvo dos papéis foi revisado para baixo, de R$ 18,25 para R$ 18,00. 

BRF: a preferida do HSBC no setor
Por fim, o HSBC revisou o setor de carnes e reiterou sua preferência para os papéis da BRF (BRFS3), no aguardo de resultados sólidos no quarto trimestre e expansão significativa de margens em 2013, em função da queda nos preços de grãos, de recuperação nos mercados de exportação e de aumentos de preços, com administração agora concentrada em suas operações e não na implementação das taxas do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). 

Já o frigorífico JBS (JBSS3) os analistas veem como uma empresa em melhor posição para tirar proveito da melhoria no segmento de proteínas dos Estados Unidos e da forte dinâmica de carne bovina no Brasil, enquanto apontam que o foco do Minerva (BEEF3) no segmento de carnes no mercado interno é o maior dos seus pares e a reestruturação da dívida deve trazer um aumento de fluxo de caixa. 

No caso do Marfrig (MRFG3), eles mantêm cautela no curto prazo, uma vez que a alavancagem da empresa continua alta, ao passo que as melhorias decorrentes dos ativos da BRF devem ser compensados pelas despesas de integração. 

Confira as projeções dos analistas:

Banco/Corretora Empresas Ticker Recomendação Preço-alvo Upside*
Ágora Cyrela CYRE3 Compra R$ 21,30 +27,54% 
BES  Brookfield BISA3 Neutro R$ 4,00  +26,18%
Cyrela CYRE3 Compra R$ 20,00 +19,76%
Gafisa GFSA3 Neutro R$ 4,50 +6,13%
MRV MRVE3 Neutro R$ 12,00  +2,92%
PDG Realty PDGR3 Venda R$ 2,50 -19,09%
Rossi RSID3 Venda R$ 5,00 +31,58%
Tecnisa TCSA3 Neutro R$ 11,00 +38,02%
BTG Pactual Cyrela CYRE3 Neutro R$ 19,00  +13,77%
Bradesco Santander SANB11 Marketperform R$ 18,00 +24,83%
HSBC  Itaú Unibanco  ITUB4   Overweight R$ 41,00  +17,61% 
Marfrig MRFG3 Neutro R$ 12,00 +21,33%
Minerva BEEF3 Overweight R$ 15,00 +13,38%
JBS JBSS3 Overweight R$ 9,00 +25,70%
Brasil Foods BRFS3 Overweight R$ 48,00 +13,64%
 *Upside: potencial de valorização em relação ao fechamento da última terça-feira (19)