Brasil mantém terceiro lugar em ranking de atuação no mercado de carbono

China, Índia, Brasil e México somam 76,5% dos projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – O Brasil manteve o terceiro lugar entre países que sediam mais projetos de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo), em abril. Desta forma, está entre os que mais vendem créditos de carbono, segundo o Boletim sobre Carbono divulgado pela Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro).

Existem hoje 1.596 projetos em MDL registrados no Conselho Executivo da ONU (Organização das Nações Unidas) e 68 em processo de registro, que geram, todos os anos, 292 milhões de créditos de carbono. Enquanto o Reino Unido e a Suíça são os principais compradores desses créditos, a China se mantém na liderança do ranking dos países com mais projetos registrados. São 530, no total. Em seguida, aparecem Índia (420) e Brasil (158).

Para se ter uma ideia, China, Índia, Brasil e México somam 76,5% dos projetos de MDL, gerando cerca de 232 milhões de RCEs (Reduções Certificadas de Emissões) ao ano. A China se destaca ao responder por 57,9% das RCEs.

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No Brasil, a maior parte das atividades dos projetos registrados está no setor energético. O País apresenta também 69 projetos de redução de gás metano, subdivididos em suinocultura, aterro sanitário e emissões fugitivas. A região Sudeste concentra 43% dos projetos de MDL brasileiros, sendo São Paulo o estado com participação mais expressiva.

Valor dos créditos

Nem mesmo o mercado de carbono escapou da crise mundial da economia. As RCEs (Reduções Certificas de Emissões) obtidas com projetos de MDL sentiram os reflexos da queda do preço das permissões de emissão da União Europeia. Depois de protagonizar forte crescimento nos últimos três anos, o início de 2009 apresentou queda acentuada.

Em março e abril, entretanto, os preços voltaram a subir, girando em torno de 11,50 euros. Esse valor já representa um aumento de 50% em relação ao mínimo atingido este ano (7,39 euros). A recuperação é reflexo do aumento dos preços do carbono no mercado da União Europeia, que vem retomando um espaço, apoiando-se nos preços mais fortes dos combustíveis e da eletricidade, bem como em algumas melhorias no panorama para as commodities em geral.

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Segundo o boletim divulgado pela Firjan, no entanto, compradores e vendedores de créditos de carbono estão cautelosos, porque desconhecem a extensão da recessão econômica. Apesar da pequena recuperação nos preços, estes ainda não são suficientes para viabilizar grande parte dos novos projetos de redução de emissões.

Perspectiva para o mercado

Uma pesquisa realizada pela consultoria Point Carbon revelou que, apesar da desaceleração econômica mundial, é grande a crença de que os Estados Unidos irão aderir às regras do mercado de carbono até 2015. Mais de 80% dos 3 mil entrevistados ligados ao mercado de carbono de 116 países disseram que os EUA deverão implantar uma legislação federal para regulamentar as emissões de gases nocivos ao meio ambiente.

No que se refere ao preço das permissões de emissão da União Europeia, houve queda da expectativa positiva dos respondentes, sendo que agora somente 13% deles apostam em um preço acima de 25 euros para 2010. A principal causa é a crise, uma vez que 60% dos entrevistados de empresas com operações no comércio de carbono afirmaram ter, por este motivo, reduzido as projeções, atrasado ou cancelado projetos de redução ou mitigação de gases do efeito estufa.

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Por fim, a confiança no mercado futuro, no entanto, se manteve: 45% esperam que as permissões alcancem 35 euros ou mais em 2020. O prognóstico também é positivo quanto às Reduções Certificadas de Emissões, negociadas pelo Tratado de Quioto. Enquanto na edição de 2008 da pesquisa, apenas 8% dos entrevistados afirmaram ter negociado RCEs para entrega após 2012 (ano em que finda o Protocolo de Quioto e deve ser selado um novo acordo climático), na edição de 2009, este número subiu para 20%*.

*Com informações da Point Carbon e do CarbonoBrasil.