Bolsas operam sem direção definida após dados fracos na China, em semana marcada por ata do Fomc; mais assuntos do mercado hoje

Temporada de balanços no Brasil chega a reta final nesta segunda-feira

Felipe Moreira

(Getty Images)

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Os índices futuros dos EUA sobem nesta segunda-feira (15), com investidores de olho na ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, o Banco Central americano, prevista para quarta-feira (17), além de outros indicadores importantes da atividade que devem movimentar as apostas para os juros, após a queda da inflação sinalizar a possibilidade de um aperto monetário menos agressivo.

Na semana passada, nos EUA, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) ficou estável de junho a julho, o índice de preços ao produtor (PPI) mostrou uma queda surpreendente e os preços de importação caíram mais do que o esperado.

Isso ajudou a diminuir as preocupações dos investidores em relação ao crescimento da economia dos EUA e ao ritmo de aperto monetário promovido pelo Fed.

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Os investidores também estão aguardando uma semana de resultados de grandes varejistas, incluindo Home Depot, Walmart e Target, e procuram pistas sobre como seus negócios foram afetados pela inflação e outros desafios macro no trimestre mais recente.

Os dados de vendas no varejo ainda estão programados para serem divulgados nesta semana.

Já os mercados asiáticos fecharam mistos após dados frustrantes da economia chinesa e um corte surpresa nas taxas de juros.

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A produção industrial e vendas no varejo da China vieram abaixo do consenso, nesta segunda-feira, mas o Banco Popular da China cortou a taxa de juro de referência para estimular a economia.

No Brasil, começa oficialmente a campanha dos candidatos que concorrem às eleições de outubro. A partir de quinta-feira (18), eles vão poder distribuir cartazes, panfletos e fazer anúncios na internet.

Em indicadores, o IBC-Br, conhecido vulgarmente como “prévia do PIB”, será divulgado nesta segunda-feira (15) pelo Banco Central e o Itaú prevê uma alta de 0,3% na comparação com maio.

A temporada de divulgação dos resultados das empresas brasileiras chega em sua reta final nesta segunda-feira (15). CSN (CSNA3), Itaúsa (ITSA4) e Nubank (NUBR33) são alguns dos destaques entre as últimas companhias a soltar resultados.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em baixa nesta segunda-feira (15) depois que alguns dados positivos de inflação ajudaram os principais índices subir e antes de uma grande semana de ganhos para varejistas.

Na semana passada, o S&P 500, Nasdaq Composite e O Dow Jones subiram próximo de 3% impulsionados por dados econômicos que sugeriram que as pressões inflacionárias podem estar diminuindo um pouco. O índice de preços ao consumidor ficou estável de junho a julho, o índice de preços ao produtor mostrou uma queda surpreendente e os preços de importação caíram mais do que o esperado.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam sem direção definida nesta segunda-feira (15) após dados de produção industrial e vendas no varejo da China para julho abaixo das expectativas. Além disso, o Banco Popular da China cortou uma taxa de juro de referência para estimular a economia do gigante asiático.

Enquanto isso, os mercados da Índia e da Coreia do Sul estão fechados por um feriado na segunda-feira.

Europa

Os mercados europeus operam com leves ganhos, enquanto lutam para construir uma tendência positiva vista no fechamento do pregão da semana passada.

As bolsas da Europa fecharam em alta na sexta-feira passada, com os investidores digerindo dados econômicos da região, incluindo uma leitura preliminar do PIB do segundo trimestre do Reino Unido, impressões da inflação de julho da França, Espanha e Itália e produção industrial da zona do euro para junho.

Commodities

As cotações do petróleo abrem a semana em baixa após a Saudi Aramco afirmar que está pronta para aumentar a produção enquanto a produção em várias plataformas offshore do Golfo do México está sendo retomada após uma breve interrupção na semana passada.

A petroleira está pronta para aumentar a produção de petróleo bruto para sua capacidade máxima de 12 milhões de barris por dia (bpd) se solicitado pelo governo da Arábia Saudita, disse o presidente-executivo Amin Nasser a jornalistas no domingo.

Já os futuros de minério de ferro de Dalian e Cingapura caíram na segunda-feira em meio a uma onda de indicadores econômicos decepcionantes e ondas de calor na China, enquanto o corte surpresa na taxa de juros pelo banco central do país amenizou o pessimismo dos operadores.

Bitcoin

2. Agenda

O IBC-Br, conhecido vulgarmente como “prévia do PIB”, é o destaque da agenda doméstica. O indicador, referente a junho, sai já hoje (15) e o Itaú prevê uma alta de 0,3% na comparação com maio. Nesse mesmo dia sai o primeiro Relatório Focus, com as previsões para a economia, após a deflação de 0,68% do IPCA de julho.

A agenda internacional, por sua vez, traz dados relevantes. O principal é a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve, o Banco Central americano, prevista para quarta-feira (17). Em seu último encontro, a autoridade monetária elevou o ritmo de aperto, subindo os juros em 75 pontos base.

Na próxima terça (16) sai a produção industrial nos Estados Unidos referente a julho. O consenso Refinitiv prevê alta de 0,3% na comparação com o mês anterior. Na quarta (17), é a vez do dado de varejo, sobre o mesmo mês. A média das projeções do mercado aponta para uma alta de 0,1% na comparação com junho.

“Esses dados, aliados à ata do Fomc, contribuirão para refinar as projeções para a taxa de juros americana”, diz relatório do Bradesco.

Na Europa, destaque para o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro no segundo trimestre, que sai na quarta-feira. O consenso Refinitiv prevê variação positiva de 0,7% na comparação com os três primeiros meses do ano e de 4%, na base anual. Na quinta (18), tem a inflação ao consumidor do bloco em julho, com a média das projeções do mercado apontando para alta de 0,1% em relação ao mês anterior.

Brasil

08h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, profere palestra na 1ª Edição – Millenium Exclusive: Debatendo a inflação no Brasil

8h25: Boletim Focus

9h: IBC-Br de junho

10h: Paulo Guedes, ministro da Economia,se reúne com secretários especiais

12h30: Guedes tem almoço com representantes do Bank of America, em São Paulo, para tratar de assuntos institucionais. (fechado à imprensa)

14h30: Guedes tem reunião, por videoconferência, com representantes da Legacy Capital para apresentação, por parte dos audientes, de seu cenário macroeconômico, em São Paulo. (fechado à imprensa)

15h: Balança comercial semanal

15h: Guedes participa da 4ª Reunião Extraordinária do Conselho Nacional de Política Energética – CNPE

20h30: Pesquisas eleitorais do Ipec

EUA

9h30: Índice de manufatura Empire State

11h: Índice do mercado imobiliário residencial NAHB

3. Guerra de versões sobre manutenção do Auxílio Brasil em R$ 600

Líderes nas pesquisas de intenção de voto das eleições presidenciais de outubro, Jair Bolsonaro e Luiz Inácio Lula da Silva travaram neste sábado uma guerra de versões sobre a continuidade do pagamento de R$ 600 do programa Auxílio Brasil em 2023, durante transmissões ao vivo na internet.

Participando do podcast “Cara a Tapa”, o presidente Bolsonaro foi alertado pela produção do programa, ao vivo, que, pouco antes, o ex-presidente Lula havia dito, em uma live, com o deputado federal André Janones (Avante-MG), que o governo Jair Bolsonaro acabaria com o atual valor do Auxílio Brasil no final do ano.

Ao ser confrontado pelo apresentador do podcast, Rica Perrone, Bolsonaro negou, afirmando ser “mentira” a declaração do opositor. Além de dizer que seguirá, com “responsabilidade fiscal”, Bolsonaro ressaltou que o atual benefício é três vezes maior do que o Bolsa Família, programa anterior.

Moraes toma posse como presidente do TSE

Nesta terça-feira (16), o ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), toma posse como presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

4. Covid

Na última segunda-feira (15), o Brasil registrou 70 mortes e 7.195 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.

A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 214, redução de 5% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 22.312, o que representa baixa de 34% em relação ao patamar de 14 dias antes.

Chegou a 169.567.101 o número de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 78,93% da população.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 180.339.985 pessoas, o que representa 83,95% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 101.022.042 pessoas, ou 47,02% da população.

5. Radar Corporativo

Eletrobras (ELET3;ELET6)

A Eletrobras (ELET3;ELET6) obteve lucro líquido de R$ 1,401 bilhão no segundo trimestre do ano, queda de 45% na comparação com o mesmo período de 2021. No acumulado do ano até junho, o lucro da companhia caiu 1%, para R$ 4,117 bilhões.

Segundo a companhia, o resultado foi impactado negativamente pela provisão para perdas em investimentos no montante de R$ 890 milhões, em função, principalmente, do aporte de capital realizado por Furnas na SPE Santo Antônio Energia. No trimestre também pesou o registro de R$ 694 milhões em Provisão para Crédito de Liquidações Duvidosas (PCLD) relativo à inadimplência da distribuidora Amazonas Energia.

Cemig (CMIG4)

O lucro líquido da Cemig (CMIG4) caiu 97,44% no segundo trimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2021, para R$ 49,876 milhões, impactado pela provisão de R$ 1,405 bilhão feita para atender às determinações da Lei 14.385/2022, que disciplina a devolução de créditos tributários referentes à cobrança de PIS e Cofins na base de cálculo do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). No acumulado do ano até junho o lucro da Cemig alcançou R$ 1,505 bilhão, recuo de 36,45% em base anual de comparação.

Em comunicado, a empresa informou que aguarda a regulamentação da Lei pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e avalia junto aos assessores legais eventuais ações futuras relacionadas à questão.

A receita líquida da companhia no segundo trimestre cresceu 11,7% para R$ 8,213 bilhões, e no acumulado do semestre a empresa registrou receita de R$ 16,060alta de 11,0%. Entre abril e junho, o Lucro Antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização (Ebitda, da sigla em inglês) ajustado pela exclusão de itens não recorrentes, cresceu 37,02% em base anual de comparação, para R$ 1,809 bilhão.

Cosan (CSAN3)

A Cosan (CSAN3) registrou lucro líquido ajustado de R$ 53,6 milhões no segundo trimestre de 2022 (2T22), cifra 94,6% menor do que a reportada na mesma etapa de 2021.

Sem levar em conta os ajustes, o prejuízo seria de R$ 125 milhões no segundo trimestre, ante dado positivo de R$ 996,6 milhões em igual período do ano anterior. Segundo a companhia, o desempenho foi impactado por despesas financeiras adicionais, sem efeito caixa, no corporativo, e pela alta na taxa de juros que, consequentemente, elevou o custo do endividamento em todos os negócios do grupo.

O lucro antes juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado totalizou R$ 4,144 bilhões no 2T22, um crescimento de 34,5% em relação ao 2T21.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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