Bolsas operam em alta, PEC e Copom; veja esses e mais assuntos que vão movimentar o mercado hoje

Mercados mundiais operam em alta em meio à redução das preocupações sobre a gravidade da Ômicron; por aqui PEC e Copom no radar

Equipe InfoMoney

B3 Bovespa Bolsa de Valores de São Paulo (Germano Lüders/InfoMoney)

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Os mercados mundiais operam em alta na manhã desta terça-feira (7) em meio à redução das preocupações entre os investidores sobre a gravidade da variante do vírus Ômicron do novo coronavírus.

Por aqui, todos os olhares seguem na promulgação da PEC dos Precatórios, que após aprovada pelo Senado, precisará ter trechos que não são em comum encaminhados à nova análise pela Câmara dos Deputados.

Além disso, começa hoje o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para definição da taxa Selic, com ampla aposta de alta dos atuais 7,75% para 9,25%. A decisão sai amanhã.

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Por fim, segue o embate entre o presidente Jair Bolsonaro, que cobra redução dos preços dos combustíveis, por recente desvalorização da commodity, e a Petrobras.

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1. Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA avançam nesta manhã de terça-feira (7). A aceleração no ritmo da redução gradual do Fed na compra de títulos deve abrir caminho para o aumento das taxas no ano que vem, como principal ferramenta de combate à alta da inflação e vem testando o apetite por parte dos investidores.

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Segundo analistas de Wall Street, o fim das compras de títulos pelo banco central americano vai piorar a situação.
Isso porque quando os mercados pararam no ano passado, a liquidez na maioria dos instrumentos do Tesouro americano desapareceu, forçando o Fed a anunciar compras gigantescas de ativos e outras medidas para evitar um colapso.

Agora o BC dos EUA está reduzindo essas compras, focadas nos títulos do Tesouro menos líquidos, e está prestes a acelerar o processo de saída. Paralelamente, o governo está fazendo menos captações.

A alta volatilidade nos papéis do Tesouro no mês passado mostrou o que está em jogo. Inflação e pandemia persistentes causam grandes oscilações diárias no rendimento dos papéis, o que indica liquidez escassa e traz à tona memórias de crises passadas.

Na agenda, destaque hoje para a balança comercial americana de outubro, que sai às 10h30, que deve . Segundo projeções da Infinity, a balança comercial dos EUA deve registrar déficit de 67,50 bilhões.

Também estão previstos o resultado do crédito ao consumidor de outubro e os estoques de petróleo americano da semana até 26/11.

Veja o desempenho dos mercados futuros, às 7h00:

Ásia

Os mercados asiáticos fecharam no terreno positivo, com destaque para o índice de ações da Ásia-Pacífico da MSCI que se encaminhou para seu maior ganho em mais de 3 meses. As ações de Hong Kong subiram com o Alibaba Group liderando a recuperação nas empresas de tecnologia chinesas após a companhia anunciar uma mudança em sua gestão.

Os legisladores da China sinalizaram ontem uma flexibilização das restrições ao mercado imobiliário e prometeram estabilizar a economia. O BC chinês disse que reduzirá a taxa de reservas obrigatórias da maioria dos bancos, enquanto o primeiro-ministro Li Keqiang disse que há espaço para uma variedade de ferramentas de política monetária.

Na Ásia, as exportações da China cresceram mais rápido do que o esperado em novembro e a crise da dívida imobiliária do país, que tem sido um obstáculo para a economia, continua a ser monitorada de perto.

Veja como fecharam os mercados:

Europa

Os mercados europeus se recuperam à medida que os temores do omicron diminuem. O conselheiro médico-chefe da Casa Branca, Dr. Anthony Fauci, disse no domingo que os dados iniciais sobre a variante foram “encorajadores”, embora ele tenha alertado que mais informações são necessárias para entendê-lo completamente.

Entre os indicadores, o PIB da Zona do Euro cresceu 2,2% no 3º trimestre de 2021, confirmando a leitura anterior. A economia do bloco se expandiu em um ritmo mais forte no terceiro trimestre, recuperando quase totalmente a perda registrada durante a recessão provocada pela pandemia.

Já Produção industrial da Alemanha sobiu 2,8% em outubro, ante previsão de alta de 1,0%.

Veja a cotação das bolsas europeias:

Commodities

O avanço do petróleo no mercado internacional é suportado pelo otimismo de que o risco da variante omicron pode não ser tão ruim quanto temia.

Os contratos futuros do minério de ferro em Dalian e Cingapura subiram na esperança de que uma flexibilização da política monetária na China possa conter os riscos de queda enfrentados pela maior produtora e consumidora de aço do mundo, mas os ganhos foram limitados por temores de controle da produção de aço.

Veja as cotações:

Bitcoin

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2. Covid

A Ford Motor adiou novamente a volta dos colaboradores aos escritórios nos EUA, citando a disseminação da Covid-19. O estado onde a montadora tem sede, Michigan, se tornou um dos principais locais de avanço da pandemia no país.

O retorno foi transferido de janeiro para março, conforme anúncio de ontem (6). O plano inicial da montadora era que os funcionários voltassem em julho de 2021 e depois ela adiou a data para janeiro de 2022.

A Ford agora planeja trazer de volta um número limitado de colaboradores em fevereiro para testar um sistema “híbrido flexível” no qual eles só se encontram na empresa para o trabalho colaborativo. O retorno completo está programado para o mês seguinte.

Brasil

No Brasil, a média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 194, queda de 16% em comparação com o patamar de 14 dias antes, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h. 

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 8.8996, o que representa queda de 5% em relação ao patamar de 14 dias antes. 

Chegou a 137.095.914 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 64,27% da população.

159.618.843 pessoas, o que representa 74,82% da população, tomaram ao menos a primeira dose de vacinas.

A dose de reforço foi aplicada em 17.946.295 pessoas, ou 8,41% da população.

Leia também: STF dá 48h para governo decidir sobre passaporte de vacina

3. PEC dos Precatórios 

No plano político, todos os olhares continuam voltados para a publicação da PEC dos Precatórios. Quase quatro meses após enviada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Congresso Nacional, a PEC dos Precatórios passou por diversas modificações ao longo de sua tramitação no parlamento, mas continua a prioridade do governo federal para abrir espaço fiscal no Orçamento de 2022 e garantir o pagamento do Auxílio Brasil em parcelas de R$ 400,00.

O texto, aprovado na semana passada pelo Senado Federal, precisa ser submetido a nova análise pela Câmara dos Deputados. Por se tratar de Proposta de Emenda à Constituição, pela regra, a mesma versão precisa ser apreciada pelas duas casas legislativas para que a matéria possa ser promulgada. Do contrário, ela segue em pingue-pongue a cada modificação.

O Palácio do Planalto tem pressa para ver o texto em vigor, por isso patrocina a possibilidade de “fatiamento” da proposta, caminho defendido pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Tal encaminhamento viabilizaria a promulgação dos pontos em comum aprovados pelas duas casas e o envio das modificações feitas pelos senadores à análise dos deputados.

O movimento, no entanto, sofre resistências por parte dos senadores, que temem que a “PEC Paralela” pare na gaveta da Câmara dos Deputados, como ocorreu em outras ocasiões ‒ caso da própria discussão da reforma da previdência.

Possíveis avanços

Após o clima tenso da reunião realizada, na tarde desta segunda-feira (6), entre os senadores e Lira, a impressão nos bastidores é de que o ambiente melhorou com o avançar da noite.

Senadores antes irredutíveis com a ideia do “fatiamento” passaram a fazer acenos favoráveis à possibilidade de acordo. Em outra ponta, a decisão da ministra Rosa Weber, do STF, de liberar a execução das emendas de relator-geral do orçamento (RP-9) previstas para o ano de 2021, trouxe alívio no mundo político.

Neste momento, ganha força a possibilidade de promulgação parcial da PEC dos Precatórios associada ao compromisso de Arthur Lira em colocar em votação direto no plenário das alterações promovidas pelos senadores. Uma das opções seria apensar a “PEC paralela” a outra proposta de temática similar já pronta para ir a plenário.

Mas, mesmo com o avanço do ponto de vista político do imbróglio, será necessário malabarismo técnico para a promulgação dos pontos em comum aprovados pelas duas casas em nível satisfatório para a maioria dos atores envolvidos nas negociações. Muitos nós ainda precisam ser desatados e o tempo joga contra o governo.

4. Gasolina e Copom

Depois de dizer que a Petrobras anunciaria uma redução no valor dos combustíveis nesta semana – e levar a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) a abrir processo administrativo contra a estatal -, o presidente Bolsonaro declarou nesta segunda-feira (6) que o preço da gasolina “tem que cair” com as baixas nas cotações do petróleo Brent no mercado internacional.

“Precisa ter bola de cristal para dizer que tem que cair o preço da gasolina caindo o Brent? Se eu não me engano, quase US$ 10 de redução. Tem que cair. Eu falei isso aí, pronto, informação privilegiada”, afirmou Bolsonaro a apoiadores ao chegar ao Palácio da Alvorada ontem, sinalizando, assim, não ter recebido de forma antecipada notícias sobre estratégias da empresa.

Referência internacional para a formação de preços da Petrobras, o petróleo Brent, negociado em Londres, fechou hoje a US$ 73,08 o barril. Um mês atrás, o contrato futuro mais líquido desse ativo terminou a sessão cotado em US$ 82,74. Em um mês, portanto, houve queda de US$ 9,66.

Mais cedo, a Petrobras desmentiu a declaração de Bolsonaro de ontem e informou que não antecipa decisões sobre reajustes de preços. Ainda assim, a CVM instaurou processo para investigar a empresa.

Copom

O destaque da semana no Brasil vai para o Copom, que deve elevar a Selic a 9,25% na próxima quarta-feira (8). Pesquisa do Projeções Broadcast mostra que é unânime no mercado a aposta de que a instituição elevará a taxa de 7,75% a 9,25%.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e os diretores da autarquia participam nesta terça-feira, 7, na sede do BC em Brasília, do primeiro dia de reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para definição da Selic. 

Das 10h às 12h30, ocorre a primeira sessão de Análise de Mercado. Depois, das 14h30 às 18h, acontece a primeira sessão de Análise de Conjuntura.

O Itaú BBA acredita que manter o ritmo de 1,5 p.p e levar a taxa Selic a um patamar significativamente contracionista ajudará no processo de desinflação, ainda que esses movimentos não sejam suficientes para garantir a convergência da inflação para a meta em 2022.

Além do Copom, destaque para divulgação do IGP-DI às 8h de hoje. A Refinitiv projeta queda de -0,94% no mês de novembro.

Gastos públicos

O ministro da Economia, Paulo Guedes, repetiu nesta segunda-feira (6) que a equipe econômica atual teria conseguido domar os principais gastos públicos. “Derrubamos e recontrolamos a trajetória de gastos com previdência, juros, salários do funcionalismo e finalmente essa jabuticaba brasileira, que são os precatórios”, afirmou.

“O País tinha um déficit de 2% do PIB quando nós chegamos, reduzimos para 1% em 2019, fomos a 10,5% do PIB em meio à pandemia, esse ano volta a 1% e ano que vem está previsto em 0,5%”, reafirmou o ministro da Economia.

Desestatização

O presidente Bolsonaro editou ontem (6) o decreto que exclui a Casa da Moeda do Programa Nacional de desestatização (PND) e revoga a qualificação da estatal no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

A iniciativa do governo não foi a primeira tentativa de privatizar a estatal. Em 2017, o então presidente Michel Temer anunciou que pretendia privatizar a empresa, mas não conseguiu.

Em novembro de 2019, Bolsonaro chegou a editar uma medida provisória que colocava fim ao monopólio da Casa da Moeda na confecção de dinheiro e passaporte. No entanto, a MP caducou, pois não foi aprovada pelo Congresso após o fim do período de duração de 180 dias.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR3;PETR4)

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu ontem (6) um processo administrativo envolvendo a Petrobras (PETR3;PETR4) após o presidente da República, Jair Bolsonaro, declarar, no domingo (5), que a estatal anunciaria redução dos combustíveis até o fim de dezembro.

Além disso, a estatal concluiu ontem (06) a venda das três usinas termelétricas, localizadas em Camaçari (BA), para a São Francisco Energia.

A operação foi concluída com o pagamento de R$ 61 milhões à Petrobras, já considerando os ajustes previstos no contrato de venda.

As termelétricas, todas movidas a óleo combustível, englobam as usinas Arembepe, Bahia 1 e Muricy, com potência total instalada de 329 MW.

Leia mais no Radar Corporativo, que traz as notícias que vão movimentar o mercado desta terça-feira

PetroRecôncavo (RECV3)

A PetroRecôncavo concluiu a aquisição do Polo Miranga, localizados na Bahia e detidos pela Petrobras. O valor total da aquisição foi de US$ 220,1 milhões.
Com a cessão dos contratos de concessão à subsidiária integral da Companhia, SPE Miranga, a PetroReconcavo assumirá a partir de 07 de dezembro as operações dos campos.

CSN (CSNA3)

A CSN (CSNA3) aprovou novo programa de recompra de ações de emissão da própria companhia, para aquisição, no período de 07 de dezembro de 2021 a 30 de junho de 2022, de até 30 milhões de ações ordinárias.

(Com Estadão, Reuters, Bloomberg e Agência Brasil)

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