Bolsas mundiais sobem, em início de semana marcada por PIB e dados de emprego no Brasil e nos EUA; os destaques do mercado hoje

Roberto Campos Neto, presidente do BC, discursará em dois eventos nesta 2ª; Ásia sobe apoiada pelo corte nas taxas sob transações na bolsa pela China

Felipe Moreira

(Shutterstock)

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A sessão desta segunda-feira (28) é de ganhos para as principais bolsas mundiais, no início de uma semana que será marcada pelo produto interno bruto (PIB) do 2º trimestre e dados de emprego no Brasil e nos Estados Unidos, além de indicadores de inflação da zona do euro e EUA.

Os mercados sobem apoiados pelo corte nas taxas sob transações na bolsa pela China, além dos sinais de que novos estímulos devem ser anunciados. A queda nos juros americanos, após fala de Jerome Powell levar a fortes altas em Wall Street na sexta, contribui para o momentum positivo.

O principal indicador econômico da semana será divulgado na quinta-feira (31), o PCE, índice de preços de gastos com consumo nos EUA. O indicador é visto como importante para definir os próximos passos do Federal Reserve em sua próxima reunião de política monetária.

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Os investidores ainda seguem avaliando o discurso do presidente do Fed, Jerome Powell, em Jackson Hole, na semana passada. Powell disse que a inflação continua demasiadamente elevada e que o BC americano está pronto para continuar a aumentar as taxas de juro para controlar os preços persistentemente elevados.

Segundo a ferramenta FedWatch do CME Groupos, agentes do mercado projetam uma probabilidade de quase 20% de que o Fed aumente as taxas novamente na sua próxima reunião de setembro.

Por aqui, os principais destaques da semana são o PIB do segundo trimestre de 2023 (sexta), a geração de empregos formais do Caged de julho (quarta) e a taxa de desemprego (Pnad), na quinta.

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Na seara política, a discussão sobre a reforma ministerial poderá voltar aos holofotes nos próximos dias.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA sobem nesta manhã de segunda-feira, à medida que investidores se preparam para uma semana carregada de indicadores importantes, incluindo payroll e inflação PCE. Agentes do mercado vêem apontando mercado de trabalho como um dos fatores decisivos para o rumo da política monetária, junto com a resiliência da economia.

A última semana de negociações de agosto começa na segunda-feira, com todos os principais índices a caminho de terminar o mês com perdas. O Dow e o S&P caíram 3,4% e 4%, respectivamente, desde o início do mês, enquanto o Nasdaq perdeu cerca de 5,3%.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticos iniciaram a última semana de agosto em alta, com as ações da da China continental e de Hong Kong liderando os ganhos na região.

As autoridades chinesas reduziram sobre as negociações de ações, a partir de segunda-feira. O Ministério das Finanças disse que a medida pretendia “revigorar o mercado de capitais e aumentar a confiança dos investidores”.

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Já as ações da incorporadora imobiliária mais endividada do mundo, China Evergrande Group caiu 87% com a retomada da negociação após 17 meses.

Europa

Os mercados europeus operam em alta, com investidores avaliando a perspectiva de juros e aguardando os próximos dados econômicos desta semana.

Os agentes do mercado continuam a refletir sobre um resumo dos comentários do simpósio anual da Fed de Kansas City, em Jackson Hole, Wyoming, na semana passada. Na reunião, vários banqueiros centrais reuniram-se para discutir a política monetária e como lidar com a inflação persistentemente elevada em muitas das principais economias.

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Os mercados estão fechados no Reino Unido devido a um feriado.

Commodities

Os preços do petróleo operam com alta, depois que a China adotou medidas para apoiar a sua economia em declínio, embora os investidores continuassem preocupados com o ritmo de crescimento, bem como com novos aumentos das taxas de juro nos EUA, que poderiam atenuar a procura de combustível.

As cotações do minério de ferro na China iniciaram a semana no campo negativo.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque o relatório JOLTS, que traz a abertura de vagas e a oferta de mão de obra no mercado de trabalho dos Estados Unidos, que está previsto para esta terça-feira (29).

Na quarta, haverá a segunda estimativa do PIB americano no 2º trimestre e PMIs (Índices de Gerentes de Compras) da China referentes a agosto, que podem dar maior clareza sobre a tendência de crescimento no atual semestre.

Na quinta-feira, a inflação ao consumidor da zona do euro de agosto e a medida de inflação preferida do Federal Reserve (núcleo do deflator das despesas de consumo pessoal) relativa a julho serão publicadas.

Por último, na sexta-feira (1) haverá a divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos (Nonfarm Payroll) referente a agosto.

Leia mais:

PIB do 2º tri e dados de emprego no Brasil e nos EUA, PMI da China e mais: o que acompanhar na semana

Já no Brasil, a inflação IGP-M de agosto será divulgada na quarta-feira (30). Na atividade econômica, os principais destaques da semana são o PIB do segundo trimestre de 2023 (sexta), a geração de empregos formais do Caged de julho (quarta) e a taxa de desemprego (Pnad), na quinta.

Em relação ao PIB, o Itaú estima um crescimento de 0,3% na base trimestral (+2,7% ano a ano), com a maior contribuição positiva proveniente do setor de serviços (+0,6% na base trimestral, alta de +2,2% ano a ano), seguido pela estabilidade na indústria (estável no trimestre; +0,3% frente o 2T22), enquanto o segmento agrícola deve apresentar uma contribuição negativa (-2,4% trimestralmente; +13,7% ano a ano).

Com relação aos dados do mercado de trabalho, o Itaú espera uma criação de empregos formais de 137 mil para o Caged (94 mil com ajuste sazonal, vindo de 105 mil e 123 mil em junho e maio, respectivamente), e a taxa de desemprego (Pnad-Contínua) cairá de 8,0% para 7,9% (de 7,9% para 7,8%, com ajuste sazonal).

Brasil

8h: INCC-M de agosto

8h25: Boletim Focus

10h: Roberto Campos Neto, presidente do BC, tem reunião com Marco Stefanini, Presidente & Global CEO da Stefanini Group (fechado à imprensa)

11h15: Campos Neto tem reunião por teleconferência com Thomas Jordan, Presidente do Swiss National Bank (fechado à imprensa)

12h30: Campos Neto tem reunião com Murilo de Aragão, Presidente da Arko Advice, e Felipe Scudeler Salto, Economista-chefe da Warren Rena (fechado à imprensa)

14h: Campos Neto fará palestra no evento “Warren Day: Economia e Política 2023”, promovido pela Warren, em São Paulo.

19h: Campos Neto concederá palestra em evento do Fundo Comunitário Keren Hayesod, em São Paulo

EUA

11h30: Índice de atividade industrial Fed Dallas

3. Noticiário econômico

Lula sanciona hoje reajuste do salário mínimo e aumento da faixa de isenção do IR

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve sancionar, nesta segunda, a medida provisória que eleva o salário mínimo para R$ 1.320 e subiu para R$ 2.640 a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) Pessoa Física.

O texto prevê ainda que, a partir de 1° de janeiro de 2024, o reajuste do salário mínimo deve seguir os mesmos critérios que vigoraram até 2015: atualização pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que é a inflação oficial, mais a variação positiva do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

A MP foi aprovada na semana passada pelo Congresso Nacional, às vésperas de perder a validade.

4. Noticiário político

 Lula deve entrega ministérios ao Centrão

De volta a Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve avançar, nesta semana, nas negociações sobre as próximas mudanças ministeriais.

Segundo o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, Lula já tomou a decisão de acolher o pedido de duas bancadas federais e indicar parlamentares para compor o ministério.

Os deputados federais André Fufuca (PP-MA) e Sílvio Costa Filho (Republicanos-PE) são cotados para ocupar ministérios, aproximando os dois partidos da base parlamentar do governo. Juntos os dois partidos detêm 90 cadeiras na Câmara. Não há definição ainda, no entanto, de quais pastas seriam ocupadas pelos deputados.

5. Radar Corporativo

Eletrobras (ELET3;ELET6)

O Conselho da Eletrobras (ELET3;ELET6) aprovou a a emissão de R$ 7 bilhões em debêntures, informou a elétrica na noite de sexta-feira (25).

Esta será a 4ª emissão de debêntures simples, não conversíveis em ações, da espécie quirografária, em duas séries, para distribuição pública, com garantia firme de colocação. A oferta seguirá o rito de registro automático de distribuição, sem análise prévia, e será destinada ao público em geral.

Tupy (TUPY3)

A Tupy (TUPY3) comunicou ao mercado a renúncia de dois membros do Conselho de Administração da companhia e a entrada de novos nomes para o lugar.

Um dos pontos que chamaram a atenção do mercado e geraram rebuliço em redes sociais é que os escolhidos foram Anielle Franco, atual ministra da Igualdade Racial, e Carlos Roberto Lupi, ministro da Previdência Social do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Ambos entram no lugar de Carla Gaspar Primavera e de Fabio Rego Ribeiro.

No documento, a Tupy informou que a indicação veio de um dos acionistas da companhia, a BNDES Participações S.A. (Bndespar), que detém atualmente 28,2% das ações da empresa.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)