Bolsas mundiais sobem, em início de semana marcada por dados de inflação e decisões de juros no Japão e Europa

Lula deve lançar plano para impulsionar indústrias nacionais e sancionar Orçamento nesta segunda-feira

Felipe Moreira

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A sessão desta segunda-feira (22) é majoritariamente de ganhos para as principais bolsas mundiais, no início de uma semana que será marcada por decisões de juros na Zona do Euro e no Japão, enquanto os EUA contarão com PIB e dados de inflação.

Por aqui, sai a prévia da inflação de janeiro, medida pelo IPCA-15, na sexta-feira (26). No campo político, com o Congresso ainda em recesso, o foco se volta para a MP 1202, que restabelece o pagamento de contribuições previdenciárias. A decisão final sobre o tema, no entanto, deverá acontecer apenas após o fim do recesso legislativo, em 1º de fevereiro.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam em alta, com investidores atentos a uma série de relatórios econômicos que serão divulgados nesta semana, incluindo dados do PIB na quinta-feira e os preços das despesas de consumo pessoal na sexta-feira. Ambos os relatórios poderão fornecer informações sobre a forma como o Fed encara o avanço da política monetária.

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Dados da ferramenta FedWatch do CME Group divulgados na sexta-feira mostram que os investidores estão agora avaliando uma chance de cerca de 47% de um corte nas taxas do Fed em março, uma queda acentuada em relação aos 81% da semana anterior. Na temporada de resultados de Wall Street, gigantes da tecnologia como Tesla, Microsoft, Verizon, IBM e Intel divulgarão seus resultados nos próximos dias.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados asiáticas fecharam sem direção única nesta segunda-feira, com fortes quedas na China após a manutenção dos principais juros locais e nova máxima em quase 34 anos em Tóquio, antes de decisão de política monetária do Banco do Japão (BoJ).

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Na China continental, o índice Xangai Composto recuou 2,68%, a 2.756,34 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto sofreu tombo ainda maior, de 4,47%, a 1.611,26 pontos. O mau humor se instalou após o PBoC, como é conhecido o banco central chinês, deixar seu juros de referência inalterados pelo quinto mês consecutivo, apesar da persistente crise no setor imobiliário do país e sinais de fraqueza no consumo.

Europa

Os mercados europeus operam em alta, com as atenções voltadas para decisão de juros do BCE na quinta-feira. Todos os 85 entrevistados na pesquisa da Reuters não veem nenhuma mudança na taxa juros do bloco europeu, dada a resistência que houve por parte dos legisladores na semana passada. Quase metade dos analistas previu um primeiro corte para junho, com os futuros a sugerirem agora apenas uma probabilidade de 20% para março, mas ainda cerca de 80% para abril.

Commodities

Os preços do petróleo caem, à medida que os ventos econômicos contrários pressionaram as perspectivas da procura global de petróleo e superaram as preocupações geopolíticas no Oriente Médio e um ataque a um terminal de exportação de combustível russo no fim de semana.

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As cotações do minério de ferro na China fecharam em alta, enquanto os investidores ponderavam sobre as perspectivas de demanda na ausência de uma flexibilização monetária esperada no principal consumidor, a China. Já o preço de referência do minério de ferro SZZFG4 de fevereiro na Bolsa de Cingapura recuava 0,46 %, a US$ 129,3 a tonelada.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda da semana tem como destaque a divulgação dos primeiros dados de inflação de 2024, com IPCA-15, na sexta-feira (26). A estimativa do Bradesco para o dado é de 0,46% de avanço. Na terça-feira, a FGV trará o índice de preços ao consumidor (IPC) da semana e, no dia seguinte, o Banco Central divulga os dados semanais de Fluxo Cambial e a Confederação Nacional das Indústria (CNI) apresenta a Sondagem Industrial de dezembro.

A semana ainda será marcada pela divulgação de dados do PIB nos EUA e de decisão de juros na Europa. Os EUA abrem a semana com a apresentação de indicadores antecedentes do Conference Board, com dados de dezembro. O destaque da semana ficará para o PIB do quarto trimestre, para o qual o consenso LSEG estima alta de 1,9% na comparação trimestral, e será apresentado na quinta-feira. Na sexta, serão conhecidos os dados de rendimento pessoal de dezembro, com estimativa LSEG de alta de 0,3% na comparação mensal, e de gastos pessoais, com projeção LSEG de alta de 0,4% em relação à novembro. No mesmo dia, o Deflator do PCE de dezembro. Já o foco da semana, na Europa, será a decisão de juros pelo Banco Central Europeu na quinta-feira. A expectativa é que haja, pela terceira vez, manutenção em 4,50%.

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Brasil

8h25: Boletim Focus semanal

10h15: Monitor do PIB de novembro

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15h: Balança comercial semanal

22h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, concede entrevista ao Programa Roda Viva da TV Cultura

EUA

12h: C. Board: Indicadores antecedentes de dezembro

3. Noticiário econômico

Lula deve lançar plano para impulsionar indústrias nacionais e sancionar Orçamento nesta segunda-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participa nesta segunda do lançamento de um plano de ações para tentar estimular e desenvolver as indústrias brasileiras. O programa prevê, entre outros instrumentos, a disponibilização de linhas de crédito, subsídios e investimentos públicos.

Lula ainda deve sancionar o Orçamento de 2024, que traz estimativa de arrecadação para o próximo ano e fixa limites para gastos públicos. O texto foi aprovado pelo Congresso no mês passado, durante uma sessão conjunta, e agora espera o aval do presidente.

4. Noticiário político

TSE inicia debate sobre as regras para eleições municipais

A Justiça Eleitoral fará três audiências para discutir, entre outros temas, as resoluções que tratam de pesquisas eleitorais e o Fundo Eleitoral. A Corte recebeu sugestões até a sexta-feira (19) e, nos últimos dias, publicou minutas de resoluções que serão debatidas nessas audiências. Uma delas trata da proibição de transporte de armas e munições no dia da eleição.

5. Radar Corporativo

Energisa (ENGI11)

A Energisa (ENGI11) protocolou pedido de registro de oferta pública de distribuição primária de ações ordinárias e ações preferenciais de emissão da companhia, sob o rito de registro automático de distribuição, destinada exclusivamente a investidores profissionais, totalizando um montante de, no mínimo, inicialmente, R$ 2,002 bilhões.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)