Bolsas mundiais operam em queda, Powell discursa e mais assuntos que vão movimentar o mercado

Com os mercados ainda digerindo decisão do banco central americano de elevar os juros, o presidente do Fed, Jerome Powell, fala novamente

Equipe InfoMoney

(Getty Images)

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Os mercados amanhecem nesta sexta-feira (23) em queda, dando sequência à avaliação dos impactos a curto, médio e longo prazo das decisões da maiorias dos bancos centrais de elevar suas taxas de juros para combater índices de inflação resistentes.

Como consequência destes movimentos monetários, vem ocorrendo o fortalecimento do dólar ante uma cesta de moedas, o que traz um maior temor por elevação dos custos operacionais e financeiros de empresas de vários setores, ao redor do mundo.

Não bastasse a sabatina na “Super Quarta”, nesta semana, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, fala novamente, desta vez em evento promovido pela instituição, em Washington, o que deve trazer novos direcionamentos aos mercado, quanto ao ciclo de alta dos juros nos EUA.

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A agenda ainda segue vazia, tanto aqui quanto no exterior. Entre os destaques de indicadores, está a divulgação dos Índices de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial e de serviços nos Estados Unidos.

No Brasil, as atenções estão voltadas para os últimos dias da campanha eleitoral. Ontem à noite, o Datafolha elevou a probabilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vencer no primeiro turno da disputa.

Segundo a pesquisa, os ex-presidente subiu dois pontos e foi a 47% das intenções de voto, abrindo uma dianteira de 14 pontos sobre Jair Bolsonaro (PL), que se manteve em 33%. Pelos votos válidos, Lula teria hoje 50%.

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1. Bolsas mundiais

EUA

Os futuros de Nova York recuam sob o contínuo impacto da alta de 75 pontos-base anunciada pelo Federal Reserve na quarta-feira e pelos comunicados de que o aperto monetário vai perdurar por um bom tempo. Desde o anúncio, ações dos setores como os de bens de consumo e de tecnologia têm sido as mais atingidas.

No after market de ontem, as ações da Costco, por exemplo, chegaram a cair mais de 2,5%. A varejista mostrou bons números referentes ao quarto trimestre fiscal, mas informou que está prevendo custos de frete e de mão de obra mais altos para os próximos meses.

Veja o desempenho dos índices:

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Dow Jones Futuro (EUA), -0845%
S&P 500 Futuro (EUA), -0,85%
Nasdaq Futuro (EUA), -1,02%

Ásia

As bolsas asiáticas também operaram em terreno fortemente negativo nesta sexta-feira, enquanto continuam a medir os impactos das políticas monetárias mais contracionistas. O Nomura rebaixou sua previsão para o crescimento anual da China em 2023 de 5,1% para 4,3%.

O movimento de queda na região ocorre a despeito de notícias positivas. Hong Kong, por exemplo, se prepara para flexibilizar uma das políticas mais restritivas e extensas de combate à covid. A quarentena para viajantes em hotéis e sua circulação nas cidades deve cair já na segunda-feira.

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Foi divulgado ainda que a inflação na Malásia ficou em linha com as expectativas, embora o índice de preços ao consumidor de Cingapura tenha subido mais que o esperado.

Confira como fecharam as bolsas:

Shanghai SE (China), -0,66%
Nikkei (Japão), -0,58%
Hang Seng Index (Hong Kong), -1,18%
Kospi (Coreia do Sul), -1,81%

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Europa

Na Europa, os mercados em queda repercutem não só o Fed, mas também as decisões de bancos centrais locais ontem. A Suíça, por exemplo, elevou seus juros em 75 pontos-base e saiu da política de taxas negativas após sete anos.

O Banco da Inglaterra (BoE) subiu a taxa em 0,50 ponto porcentual, com renovadas preocupações sobre os preços de energia, apesar de medidas recentes de socorro anunciadas pelo governo britânico.

Hoje, o Reino Unido anunciou um novo plano de crescimento que inclui o maior pacote de cortes de impostos em gerações.

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No continente, as ações de petróleo e gás puxam a queda, enquanto alimentos e bebidas, saúde e varejo mantêm viés de alta.

Veja as cotações do índices europeus:

FTSE 100 (Reino Unido), -1,67%
DAX (Alemanha), -1,46%
CAC 40 (França), -1,00%
FTSE MIB (Itália), -1,62%

Commodities

No mercado de commodities, os preços do petróleo caem forte, com temores de que se concretize na prática a escalada da guerra na Ucrânia, prometida pelo presidente russo Vladimir Putin. Mas há no horizonte alguma perspectiva de manutenção da demanda, especialmente na China.

O contrato do minério de ferro negociado em Dalian (China) com vencimento em janeiro de 2023, teve alta de 1,34% hoje, para US$ 101,03. O movimento foi impulsionado por expectativas de maior demanda chinesa. A aproximação do feriado da Semana Dourada no país, que começa em 1º de outubro, pode ter influenciado nos preços.

Petróleo WTI, -1,94%, a US$ 81,87 o barril
Petróleo Brent, -1,68%, a US$ 88,94 o barril
Minério de Ferro: +1,34%, a US$ 101,03

Bitcoin

Os preços do Bitcoin caem -0,27%, a US$ 19.130

2. Agenda

A sexta-feira tem poucos indicadores econômicos para guiar os investidores. São esperados nesta manhã as divulgações de índices de gerentes de compras (PMI) na Europa e nos Estados Unidos.

Por aqui, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participa de evento promovido pelo Instituto Millenium, em São Paulo.

Ainda na capital paulista, Guedes se encontra com o sócio-fundador do fundo de investimentos Global Infrastructure Partners, Matt Harris, e recebe um grupo de executivos e economistas de bancos e gestoras.

EUA
10:45: PMI industrial (setembro)
10:45: PMI de Serviços

Europa
16h30: Discurso de Joachim Nagel, presidente do Bundesbank

3. Noticiário econômico

Governo projeta primeiro superávit em 9 anos, mas faz novo bloqueio no Orçamento

O Ministério da Economia melhorou substancialmente nesta quinta-feira (22) sua projeção para o resultado fiscal do governo central em 2022 em sua última revisão oficial dos números antes das eleições.

Dessa forma, passou a prever pela primeira vez um superávit primário, marcando o retorno das contas ao azul após rombos consecutivos desde 2014.

Entretanto, anunciou um bloqueio adicional de R$ 2,6 bilhões em verbas de ministérios para respeitar o teto de gastos.

Guedes afirma ser contra o piso da enfermagem, mas recua

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou ontem (22) ser pessoalmente contra o piso salarial da enfermagem, mas, temendo a repercussão negativa da fala para a campanha do presidente Jair Bolsonaro (PL), abandonou uma entrevista que gravava com o jornalista Luís Ernesto Lacombe para a Rede TV.

O ministro disse que, “como cidadão”, é contra o piso, mas se arrependeu logo em seguida. Por isso, pediu que a entrevista fosse interrompida e que não fosse exibida pela emissora.

4. Noticiário político

Lula amplia distância para Bolsonaro no Datafolha: 47% a 33%

A dez dias das eleições, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ampliou a vantagem sobre seus adversários na disputa pelo Palácio do Planalto. É o que mostrou pesquisa do Datafolha nesta quinta-feira (22).

Segundo o levantamento, realizado entre os dias 20 e 22 de setembro, Lula tem 47% das intenções de voto – oscilação positiva de 2 pontos porcentuais em relação com o levantamento anterior, divulgado uma semana antes.

Já o presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, se manteve com 33%. A diferença de 14 pontos entre os dois é a maior em um mês.

Covid

A média móvel de mortes no Brasil voltou à estabilidade após 18 dias em queda. O Brasil registrou nesta quinta-feira (22) 69 mortes pela covid-19 nas últimas 24 horas, totalizando 685.725 desde o início da pandemia.

Com isso, a média móvel de mortes nos últimos 7 dias é de 65. Em comparação à média de 14 dias atrás, a variação foi de -15%, indicando tendência de estabilidade após 18 dias seguidos em queda.

No total, o país registrou 7.784 novos diagnósticos de Covid-19 em 24 horas, completando 34.659.526 casos conhecidos desde o início da pandemia.

5. Radar Corporativo

Vamos (VAMO3)

O conselho de administração da empresa aprovou a precificação de sua oferta subsequente, em R$ 13,25 por ação. O montante total do aumento de capital ficou em R$ 641,43 milhões.

O follow on é uma operação restrita a investidores qualificados. A Simpar, acionista majoritário, passará a deter 68,53% da companhia após a conclusão da oferta.

Movida (MOVI3)

O conselho de administração da companhia aprovou a emissão de R$ 1 bilhão em debêntures simples, não conversíveis em ações. Serão emitidos 1 milhão de títulos com valor nominal de R$ 1 mil cada.

As debêntures terão prazo de vencimento de cinco anos a contar da data de emissão. Os recursos captados, segundo a Movida, serão utilizados na gestão dos negócios da companhia, incluindo capital de giro e aquisição de frota.

Lojas Renner (LREN3)

O conselho de administração da Lojas Renner aprovou o pagamento de R$ 169,28 milhões em juros sobre capital próprio. O valor corresponde a R$ 0,175 por ação, sujeito a desconto de imposto de renda retido na fonte. O provento será pago a quem tiver o papel na data de 27 de novembro. A ação será negociada “ex” a partir do dia seguinte (28).

Cury (CURY3)

A construtora e incorporadora vai distribuir R$ 150 milhões em dividendos, o equivalente a R$ 0,515 por ação. O provento, que tem como base a posição acionária do dia 29 de abril de 2022, será pago no dia 30 de setembro.