Bolsas da Europa e futuros dos EUA operam estáveis em meio a discussões sobre novas sanções à Rússia: os assuntos do mercado hoje

Divulgação do Relatório Focus foi adiada em meio à greve no Banco Central, enquanto investidores repercutem notícias sobre a Petrobras

Equipe InfoMoney

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Índices futuros americanos e mercados europeus operam perto da estabilidade na manhã desta segunda-feira (4), com potências ocidentais preparando mais sanções contra a Rússia após alegações de massacres de civis em cidades ucranianas.

O principal promotor da Ucrânia disse que 410 corpos foram encontrados em cidades recapturadas de forças russas em retirada em torno de Kiev como parte de uma investigação sobre possíveis crimes de guerra, enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky acusou a Rússia de genocídio. A Rússia negou as alegações de que suas forças mataram civis em Bucha, 37 quilômetros a noroeste de Kiev.

A União Europeia planeja introduzir novas sanções contra Moscou após as novas atrocidades relatadas, com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, anunciando no Twitter que “mais sanções e apoio da UE estão a caminho”.

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Os mercados asiáticos fecharam em alta, com o índice Hang Seng de Hong Kong liderando os ganhos, com as ações da tecnologia chinesa subindo após um sinal recente das autoridades chinesas de progresso na resolução de uma disputa de auditoria, que ameaçou empresas chinesas listadas nos EUA com fechamento de capital.

Em indicadores, a agenda internacional é relativamente fraca. Nos EUA, o destaque é a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto do Banco Central americano (Fomc, na sigla em inglês). A divulgação da minuta está prevista para quarta-feira. “A ata do Fomc provavelmente vai incluir detalhes conclusivos sobre o aperto quantitativo, preparando terreno para um anúncio na reunião de maio”, diz Ethan Harris, economista do Bank of America, em relatório.

Investidores ainda acompanham dados sobre estoques de petróleo no país, que virão a público na terça-feira (5) e na quarta-feira (6). Também será divulgada uma série de PMIs (índices de gerentes de compras), nos EUA, Europa e Ásia. A União europeia reporta números do varejo na quarta-feira.

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Por aqui, o Ibovespa terá o desafio de manter o ritmo de alta no qual embarcou ao longo dos três primeiros meses do ano. Até a última sexta-feira, o índice acumulava quase 16% de valorização em 2022. Mas os próximos dias podem revelar um cenário inflacionário mais grave do que se imagina, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), referente a março. O indicador é o principal destaque na agenda desta semana e está previsto para sexta-feira (8).

Também na sexta-feira saem os dados de produção agrícola pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os números de março da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Na quarta-feira (6) sai o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), da Fundação Getúlio Vargas.

No campo corporativo, Rodolfo Landim decidiu renunciar à indicação para o conselho da Petrobras e as incertezas rondam a indicação de Adriano Pires para presidir a estatal.

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O mercado ainda acompanha o andamento da greve de servidores do Banco Central, que começou na última sexta-feira.

Confira mais destaques:

1. Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam perto da estabilidade nesta manhã, após S&P 500 registrar a terceira semana consecutiva de ganhos. 

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Na quarta-feira, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) publicará a ata da reunião de março do banco central, dando aos investidores uma compreensão mais profunda de como o Fed vê as condições do mercado.

Os investidores também estão monitorando os últimos desenvolvimentos na Ucrânia. O chanceler alemão Olaf Scholz disse no domingo que os países ocidentais imporão sanções adicionais à Rússia nos próximos dias.

Veja o desempenho dos mercados futuros:

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Ásia

Os mercados asiáticos fecharam no campo positivo, com índice Hang Seng subindo 2,10%.

O sentimento dos investidores é impulsionado por um sinal recente das autoridades chinesas de progresso na resolução de uma disputa de auditoria que ameaçou as empresas chinesas listadas nos EUA com o fechamento de capital.

Europa

Os mercados europeus operam mistos à medida que os investidores digerem notícias sobre conversas de novas sanções à Rússia. A União Europeia planeja introduzir novas sanções contra Moscou após as novas atrocidades relatadas.

Commodities

As cotações do petróleo têm uma sessão de volatilidade nesta segunda-feira. Após registrarem alta mais cedo, à medida que as preocupações com a oferta apertada persistiram, os preços passaram a ter leve queda durante a manhã. Os investidores ficam de olho na liberação de suprimentos de reservas estratégicas de países consumidores e uma trégua no Iêmen despertou esperanças de que os problemas de abastecimento no Oriente Médio possam diminuir.

Bitcoin

2. Agenda

Na primeira semana cheia de abril, os investidores seguem atentos aos dados inflacionários, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA), referente a março. O indicador é o principal destaque na agenda desta semana e está previsto para sexta-feira (8).

O Itaú espera que o índice venha com uma variação positiva de 1,33% em relação a fevereiro, levando a taxa de 12 meses a 10,98%. “A leitura será pressionada por preços regulados, refletindo, principalmente, os ajustes anunciados pela Petrobras em meados de março”, diz análise do Itaú. Na visão do banco, itens fora do núcleo da inflação, como alimentação em casa e veículos novos e usados também podem seguir pressionados. Já o núcleo da inflação, de bens e serviços, devem se manter em níveis elevados, “sem mostrar sinais de desaceleração”.

Na quarta-feira (6) sai o IGP-DI (Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), da Fundação Getúlio Vargas, e o Itaú prevê um crescimento de 2,4% mensal em março, levando o índice de 12 meses para 15,6%. “A leitura será pressionada por preços agrícolas no atacado e por combustíveis, como gasolina e diesel”.

Também na sexta-feira saem os dados de produção agrícola pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e os números de março da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

O mercado também acompanha o andamento da greve de servidores do Banco Central, que começou na última sexta-feira. O Relatório Focus, com previsões dos economistas, não será divulgado na segunda-feira (4). Outros dados também não serão divulgados nas datas previstas. O mesmo vale para o Indeco (Indicadores Econômicos) e o Relatório de Poupança.

Brasil

BC adia divulgação do Relatório Focus por conta da greve dos servidores da autarquia

EUA

9h30: Variação nas encomendas à indústria mensal

Japão

21h30: PMI de serviço e composto 

3. Petrobras (PETR3;PETR4) em foco

O empresário Rodolfo Landim, presidente do Clube de Regatas do Flamengo, recusou ontem (3) a indicação ao posto de presidente do Conselho de Administração da Petrobras (PETR3;PETR4).

Ele comunicou sua decisão em nota publicada no site do Flamengo e informou ao ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, através de uma carta.

Em nota, o empresário alegou que quer se dedicar inteiramente ao Flamengo. “Apesar do tamanho e da importância da Petrobras para o nosso país, e da enorme honra para mim em exercer este cargo, gostaria de informá-lo que resolvi abrir mão desta indicação, concentrando todo meu tempo e dedicação para o ainda maior fortalecimento do nosso Flamengo”, escreveu.

No entanto, riscos de questionamentos podem ter levado à desistência de Landim da indicação à presidência do conselho de administração da estatal. Nos últimos dias, as empresas de recomendação de voto ISS e Glass Lewis sugeriram a investidores estrangeiros que não votassem no empresário na assembleia marcada para o dia 13, informou o jornal Valor.

Indicação de Pires como CEO da Petrobras

Apesar do ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) confirmar ao portal Poder360 que o governo mantém a indicação do economista Adriano Pires para presidir a Petrobras, as incertezas não se dissiparam. Isso porque pesa na decisão de Pires uma exigência que parece ser incontornável: deixar sua empresa, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) sob comando de seu filho, Pedro Rodrigues Pires, hoje sócio-diretor do empreendimento.

A Lei das Estatais impede que um executivo da Petrobras tenha parentes atuando no mercado para empreendimentos que possam ser considerados concorrentes.

Pires também tem sido pressionado a revelar os clientes para quem presta serviço em sua consultoria, ele trabalha não apenas para a associação do setor, a Abegás, mas também para os negócios de Carlos Suarez, sócio de oito distribuidoras de gás no Brasil, e para a Compass, distribuidora do empresário Rubens Ometto.

Na sexta,  o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) pediu à corte que investigue eventual conflito de interesse na indicação de Pires para a presidência da estatal.

4. Covid

No último domingo (03), o Brasil registrou 77 mortes e 4.178 casos de covid-19 em 24h, segundo informações do consórcio de veículos de imprensa, às 20h.

A média móvel de mortes por Covid em 7 dias no Brasil ficou em 192, recuo de 34% em comparação com o patamar de 14 dias antes.

A média móvel de novos casos em sete dias foi de 22.950, o que representa queda de 38% em relação ao patamar de 14 dias antes. 

Chegou a 160.945.452 de pessoas totalmente imunizadas contra a Covid no Brasil, o equivalente a 74,92% da população.

O número de pessoas que tomaram ao menos a primeira dose de vacinas atingiu 175.893.139 pessoas, o que representa 81,88% da população.

A dose de reforço foi aplicada em 78.175.498 pessoas, ou 36,04% da população.

5. Radar Corporativo

Petrobras (PETR3;PETR4)

A estatal informou a descoberta de nova acumulação de petróleo no pré-sal da porção sul da Bacia de Campos, em poço pioneiro no bloco Alto de Cabo Frio Central.

O poço 1-BRSA-1383A-RJS está localizado a 230 km da cidade do Rio de Janeiro-RJ, em profundidade d’água de 1.833 metros.

Eletrobras (ELET3; ELET6)

O governo federal regulamentou, por meio de decreto, uma possível oferta secundária de ações da Eletrobras (ELET3;ELET6) caso seja necessária para diluir o controle acionário da União durante a privatização. O decreto foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União na última sexta-feira, 1º.

A possibilidade de uma segunda oferta de ações da empresa estava prevista na medida provisória, já convertida em lei, que autoriza a desestatização. A privatização será feita por meio de aumento de capital, que é a venda de novas ações no mercado, mas sem a participação da União, que hoje possui 51,82% das ações ordinárias. A expectativa é que o volume de ações adquiridas por entes privados seja suficiente para diluir essa participação.

Caso a União não perca o controle da companhia na primeira oferta, serão ofertadas ações que estão em posse do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ou de suas controladas, principalmente as detidas pelo BNDES Participação, o BNDESPar. Esses papéis equivalem a 16,78% do total de ações ordinárias da Eletrobras.

Vale (VALE3)

A Vale (VALE3) informou que está em discussões avançadas para vender as suas empresas de Minério de Ferro, Minério de Manganês e Logística que compõem o Sistema Centro-Oeste. O valor da operação não foi revelado.

CBA (CBAV3

A CBA (CBAV3) lançou oferta subsequente de ações (follow on) de R$ 677,6 milhões.

Kora Saúde (KRSA3)

O conselho de administração da rede de hospitais Kora Saúde aprovou a captação de até R$ 700 milhões em debêntures simples, não conversíveis em ações, quirografárias. A 1ª emissão de debêntures da empresa será dividida em duas séries, com total de 700 mil papéis, valor nominal de R$ 1 mil e vencimentos em maio de 2027, na primeira série, e em maio de 2029, na segunda série.

Segundo a companhia, os recursos serão utilizados para reforço de caixa e alongamento da dívida.

Pague Menos (PGMN3)

A rede de farmácias Pague Menos aprovou aumento de até R$ 5 milhões na remuneração da sua diretoria e conselheiros referente ao ano de 2022. Com a elevação, a cifra passou de até R$ 30 milhões em 2021 para até R$ 35 milhões neste ano.

Do montante, a maioria, ou até R$ 34 milhões serão destinados à diretoria da Pague Menos, enquanto R$ 1 milhão é para remunerar os integrantes do Conselho da companhia.

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