BM&FBovespa rompe os R$ 10 e dispara 5,5%, Petrobras sobe 4% e Vale avança 5%

Acompanhe aqui a atualização dos principais destaques da Bovespa nesta terça-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – A Bovespa dispara nesta terça-feira (17) ignorando os ganhos do dólar frente ao real. O mercado é puxado pelas blue chips Petrobras, Vale e bancos, que pressionaram o índice nas últimas semanas e agora trazem alívio ao Ibovespa. Ajudam o movimento também os papéis das exportadoras que são diretamente beneficiados pela valorização moeda americana.

No radar do investidor entra a informação de que o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, realizará uma reunião com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, às 16h30 (horário de Brasília). Ainda não se sabe a pauta do encontro, mas diante do cenário tenso na política, começam especulações sobre os ajustes e possíveis novos anúncios por parte do governo.

Além disso, destaque também para a fala do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, que disse não acreditar que as mudanças promovidas pelo governo após a reeleição da presidente Dilma Rousseff representam uma mudança no discurso em relação às promessas feitas durante a campanha eleitoral. Ele também afirmou que o foco do governo no ajuste fiscal foi ajustar impostos e tributos já existentes, e não criar nova carga tributária. “O que o governo fez foi a correção sobre impostos que já existem, não tem imposto novo”, disse. Confira abaixo os principais destaques da Bovespa, segundo cotação das 15h27 (horário de Brasília):

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Petrobras (PETR3, R$ 8,60, +4,24%; PETR4, R$ 8,77, +3,66%)
Depois de abrir em queda, as ações da Petrobras viraram para alta nesta manhã e sobem mais forte nesta tarde. Os papéis anulam a notícia de que a estatal não será mais integrante, a partir de 23 de março, do Dow Jones Sustainability Index World, do qual fazia parte desde 2006. De acordo com o comunicado, a decisão do comitê foi baseada nas denúncias de corrupção investigadas no âmbito da Operação Lava Jato. 

Investidores dão mais atenção hoje à notícia da Folha de S. Paulo de que a empresa definiu os ativos que devem entrar no programa de desinvestimentos. O pacote inclui termelétricas, participação em distribuidoras de gás, em campos de petróleo, postos de gasolina no exterior e uma fatia da BR Distribuidora. A estatal já havia comunicado que pretende levantar US$ 13,7 bilhões com a venda de ativos e tem como principal objetivo reduzir o nível de endividamento e preservar o caixa. Ainda ajuda a impulsionar os ganhos da companhia a cotação do petróleo nos mercados externos, com o WTI, negociado no Texas, virando para o positivo nesta tarde e operando a US$ 44,02, enquanto o Brent, negociado em Londres, seguia com leves perdas, a US$ 53,56.

Vale (VALE3, R$ 19,82, +4,87%; VALE5, R$ 17,09, +4,02%)
As ações da Vale disparam hoje após sua diretoria aprovar proposta de dividendos, mas também junto com seus pares globais como a BHP (+1,26%) e Rio Tinto (+0,24%). Ontem, a diretoria da mineradora informou que quer pagar US$ 1 bilhão (valor total bruto) no dia 30 de abril, equivalente a US$ 0,19404 por ação ordinária ou preferencial. O valor já havia sido anunciado em 30 de janeiro. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 11,72, +2,27%), holding que detém as ações da Vale. 

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Bancos
Os papéis dos bancos seguem o bom humor do mercado e sobem na esteira. Destaque para as ações do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,46, +1,86%), Bradesco (BBDC3, R$ 35,00, +2,64%; BBDC4, R$ 34,93, +2,25%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 22,21, +3,93%) e Santander (SANB11, R$ 13,92, +2,95%).

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,50, +5,42%) 
As ações da BM&FBovespa disparam nesta tarde, liderando os ganhos do Ibovespa. Segundo o analista Lauro Vilares, da Guide Investimentos, não há nenhuma notícia no radar que justifique o movimento, a não ser o fato técnico de que o papel rompeu nesta tarde uma importante resistência dos R$ 10. “A BVMF3 tentou ultrapassar essa região três vezes, um topo formado no final de dezembro do ano passado. Hoje, a ação voltou a tentar e quando rompeu, foi embora”, disse. Ele comenta que essa era uma das ações que recomendou ficar de olho na véspera, dando como trigger o possível rompimento dos R$ 10, que de fato ocorreu.

Usiminas (USIM3, R$ 20,12, +10,25%; USIM5, R$ 5,05, +3,27%)
As ações ordinárias da Usiminas voltam a subir forte hoje. Nos últimos três pregões, a alta chegou a 129%, considerando a máxima deste pregão. O movimento ocorre em meio à briga societária enfrentada pela companhia. Em 2014, a CSN ingressou com pleito na CVM, para que a autarquia reavaliasse a necessidade de que o grupo Ternium-Techint faça a OPA, sob a argumentação de que houve troca de controle quando o grupo ingressou no capital da Usiminas no fim de 2011. Uma decisão favorável poderia acionar o “tag along”, mecanismo que prevê que, diante da alienação do controla de uma companhia, o comprador terá que fazer a mesma oferta aos demais acionistas minoritários detentores das ações ordinárias. O fundo L.Par, de Lírio Parisotto, seguiu a CSN e encaminhou à CVM uma manifestação apoiando o pedido da siderúrgica.  

Além disso, na última sexta-feira, chamou atenção uma reportagem do Valor, que apontou que os acionistas minoritários da Usiminas, liderados pelo empresário Lírio Parisotto, dono do fundo de participações L. Par, entraram com pedido de convocação de AGE (Assembleia Geral Extraordinária) a fim de eleger um novo colegiado de conselheiros da siderúrgica até o início de abril. A previsão é que a AGE seja realizada no dia 2 do próximo mês. Parisotto atua no vácuo da briga travada há mais de um ano pelos dois acionistas controladores da empresa – a japonesa Nippon Steel e o grupo italiano Techint-Ternium. Somente sexta-feira, os papéis subiram 39%.

Ontem, a empresa foi questionada pela BM&FBovespa sobre a alta dos últimos dias. A Usiminas informou, no entanto, que não tem conhecimento de qualquer fato ou ato ocorrido que possam justificar as oscilações atípicas de volume e número de negócios.  

Exportadoras
As ações das exportadoras deixam o dia negativo da véspera para trás e voltam a subir com o movimento de escalada do dólar. Nos destaques, as ações das empresas de papel e celulose Suzano (SUZB5, R$ 14,10, +1,95%) e Fibria (FIBR3, R$ 41,47, +3,03%), além das siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 10,98, +3,00%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 11,82, +3,41%).

Direcional (DIRR3, R$ 5,94, -3,57%)
A companhia divulgou ontem seu resultado do quarto trimestre. Segundo o Credit Suisse e Itaú BBA, a visão é ligeiramente negativa. A empresa elevou o lucro líquido em 20,3% no quarto trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período de 2013, para R$ 60,735 milhões. A receita líquida cresceu 25,8%, para R$ 551 milhões. A margem bruta caiu de 22,5% para 21,8% na mesma base de comparação.

Sabesp (SBSP3, R$ 17,10, +0,59%)
Segundo O Estado de S. Paulo, a agência de classificação de risco Fitch divulgou relatório ontem no qual diz que os ratings da Sabesp permanecem sob pressão e um rebaixamento é cada vez mais provável dentro dos próximos dois meses se não houver uma recuperação nos níveis dos reservatórios de água. A Sabesp é classificada com rating BB+ pela Fitch, com perspectiva negativa. 

Kroton (KROT3, R$ 10,54, +2,93%)
As ações da Kroton viram para alta nesta tarde em meio à notícia de que busca alternativa ao Fies (programa de financiamento estudantil), que teve uma redução repentina por parte do governo. Segundo uma reportagem do Valor, a empresa está desenvolvendo uma linha própria de crédito universitário que deve ser oferecida já no primeiro semestre aos alunos que não conseguiram o Fies. A companhia deverá utilizar recursos próprios para financiar parte das mensalidades, que poderão ser pagar após o final do curso.