Blue chips mergulham e só 3 ações sobem no Ibovespa; MMX dispara 67%

Confira os principais destaques de ações da Bovespa no último pregão do mês

Paula Barra

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SÃO PAULO – Os investidores embolsaram os ganhos no último pregão de março. Nesta tarde, o Ibovespa acentuou as perdas, fechando em queda de 2,33%, a 50.055 pontos, após decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) nas investigações da Operação Lava Jato. Com a decisão, a parte da investigação que envolve Lula continuará no STF e não poderá ser conduzida pelo juiz federal Sérgio Moro. No mês, o índice marcou seu melhor mês desde outubro de 2002, mas, por conta da queda, não conseguiu marcar o recorde do século como vinha sendo esperado no pregão da véspera. 

Segundo João Pedro Brugger, os ativos mais expostos ao governo como bancos e estatais são os que mais sofrem, evidenciando esse pessimismo com o noticiário político. “É uma decisão que logicamente fortalece o governo”, afirma. 

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Diante do pessimismo do mercado, apenas 3 das 61 ações do Ibovespa registraram alta nesta sessão, sendo elas: JBS, Rumo e Qualicorp. Do lado negativo, a exportadora Klabin, seguida pelas varejistas Lojas Renner e Lojas Americanas. 

Confira abaixo os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira: 

Petrobras (PETR3, R$ 10,63, -0,65%; PETR4, R$ 8,35, -1,07%)
Descoladas do cenário externo, as ações da Petrobras caíram nesta sessão, mas ainda fecharam o mês com alta de mais de 60%. Por conta do cenário político turbulento, as ações seguiram descoladas dos preços do petróleo nesta sessão. Lá fora, o contrato do brent registrava ganhos de 0,79%, a US$ 39,57 o barril.

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Em destaque, está ainda o anúcio da empresa de redução de sete para seis no número de diretorias e mudanças no modelo de governança e gestão organizacional que incluem corte de 43 por cento nas 5,3 mil funções gerenciais em áreas não operacionais, medidas que visam a economizar quase 2 bilhões de reais ao ano.

Além disso, vale destacar a notícia do jornal O Estado de S. Paulo de que o fundo de investimento que usa recursos do FGTS para investir em infraestrutura deve registrar em 2015 a menor rentabilidade da história. O jornal apurou que uma das principais razões para um resultado tão ruim deve ser a Sete Brasil. O FI-FGTS deve dar baixa em uma perda de cerca de R$ 1 bilhão pelos prejuízos com a empresa criada para construir e administrar as sondas do pré-sal.

Vale (VALE3, R$ 15,15, -2,51%; VALE5, R$ 11,38, -2,82%)
As ações da Vale registraram queda após a disparada de mais de 3% na véspera, quando a companhia subiu seguindo as mineradoras internacionais. Hoje, o preço do minério de ferro negociado no porto de Qingdao teve queda de 0,79% a US$ 53,75 a tonelada métrica. Acompanham o movimento as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 6,12, -2,70%), holding que detém participação na Vale, e as siderúrgicas Gerdau (GGBR4, R$ 6,52, -3,26%) e CSN (CSNA3, R$ 7,15, -4,03%). 

Hoje de manhã, a Vale disse que a japonesa Mitsui não avalia rever acordo com a companhia em projetos de carvão na África e que a baixa contábil realizada em seus resultados financeiros de 2015 não afeta a decisão de investimento da parceira.

“A Mitsui continua apoiando a Vale em suas negociações com o Nexi e JBIC referentes ao Project Finance”, afirmou a Vale em comunicado, após um veículo publicar nesta quinta que a japonesa poderia rever o acordo para projetos que envolvem a mina de Moatize, em Moçambique.

Bancos
As ações de bancos registraram um dia de queda acompanhando o cenário de cautela das bolsas internacionais e o movimento de correção da sessão da véspera. O Banco do Brasil (BBAS3, R$ 19,77, -2,47%), Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 31,21, -2,86%), Bradesco (BBDC4, R$ 27,07, -3,53%) e Santander (SANB11, R$ 16,95, -4,24%) caem entre 2% e 4%. 

Exportadoras
Apesar da recuperação do dólar durante o pregão, as ações das companhias exportadoras seguiram em forte queda nesta sessão. No setor, as ações da Klabin (KLBN11, R$ 19,37, +5,93%) figuraram como as maiores quedas do Ibovespa, seguidas pela Suzano (SUZB5, R$ 12,66, -2,84%) e Fibria (FIBR3, R$ 30,34, -3,07%). 

Gol (GOLL4, R$ 2,77, -6,42%)
As ações da Gol desabaram pelo segundo pregão seguido, reagindo ainda ao fraco balanço do 4° trimestre, que revelou um prejuízo líquido de R$ 1,13 bilhão, 79% maior do que o registrado 12 meses antes.

O Ebitdar (lucro antes de juros, impostos, depreciação, amortização e aluguel de aeronaves) caiu 17,3%, para R$ 398,9 milhões. A Gol também reduziu a projeção entre 15% e 18% do volume total de decolagens em 2016. A projeção anterior da empresa era reduzir de 4% a 6%.

Segundo o BTG Pactual, o resultado foi mais fraco que esperado, com destaque para a alavancagem, que subiu de 9,9 vezes para 11 vezes no trimestre, por conta do câmbio e queima de caixa no trimestre. 

Em teleconferência com jornalistas ontem, o presidente da Gol, Paulo Kakinoff, disse que a empresa deve ter 20 aeronaves a menos no fim de 2016. Segundo ele, a companhia está totalmente adimplente e vai continuar assim, destacando que a aérea não corre risco de insolvência no curto prazo. Ele ressaltou que a empresa vai revisar o modelo de capital para médio e longo prazo. 

MMX (MMXM3, R$ 0,35, +66,67%)
As ações da MMX Mineração, de Eike Batista, dispararam após balanço do 4° trimestre, tendo atingido alta de 85,71% na máxima do dia, a R$ 0,39. Em recuperação judicial, a mineradora teve lucro líquido de R$ 113,7 milhões no quarto trimestre de 2015, ante prejuízo líquido de de R$ 171,9 milhões no quarto trimestre de 2014. 

Embora sem atividade operacional durante todo o ano de 2015, a empresa informou que teve resultado positivo no último trimestre originado, principalmente, pelos ajustes efetuados no passivo da companhia para refletir a lista de credores aprovada na assembleia geral de credores do dia 28 de agosto de 2015, assim como outros acordos firmados com fornecedores, o que reduziu o valor das provisões efetuadas.  

A receita líquida da empresa somou R$ 300 mil, ante R$ 100 mil dos últimos três meses de 2014. Já o Ebitda ajustado foi de R$ 80,6 milhões.   

BM&FBovespa (BVMF3, R$ 15,38, -1,91%) e Cetip (CTIP3, R$ 40,15, -0,47%)
De acordo com notícia da Agência Estado, estão em curso os acertos finais para o anúncio da combinação das atividades da Cetip e da BM&FBovespa. O preço da ação da Cetip será mantido em R$ 41, segundo a agência, mesmo que, na prática, o valor seja maior por conta da valorização recente do papel da Bolsa.

Mesmo assim, os acionistas terão a oferta mais atrativa, já que foi definido que o ajuste do CDI será dado a partir da reunião do Conselho da Cetip, e não mais da assembleia que aprovar a união das companhias, segundo fontes.  

Rossi (RSID3, R$ 4,81, -10,93%) 
A Rossi vê suas ações caírem após a companhia registrar prejuízo líquido de R$ 189,5 milhões no quarto trimestre de 2015, queda frente os R$ 361,4 milhões registrados no mesmo período de 2014. Já a receita líquida subiu 35,5%, a R$ 227,2 milhões. O Ebitda ajustado ficou negativo em R$ 33,8 milhões, queda frente os R4 189,9 milhões dos últimos três meses de 2014. Cabe lembrar que, na sessão da última quarta-feira, as ações da Rossi subiram 17,90% com a notícia de alongamento da dívida. 

Conforme destacou o BTG Pactual, o resultado da Rossi foi “bem feio”, com as margens bastante pressionadas, enquanto a receita ficou abaixo do esperado. Porém, os analistas destacaram que todos os olhos ficaram voltados para a rolagem da dívida com o Bradesco e o BB. 

Helbor (HBOR3, R$ 1,54, -7,78%)
A Helbor registrou queda após a divulgação do resultado. A companhia registrou lucro líquido atribuível aos acionistas controladores de R$ 12,3 milhões no 4º trimestre de 2015, queda de 78,5% em relação ao lucro líquido de R$ 57,1 milhões em relação ao igual período de 2014. A receita operacional líquida teve queda de 21% no quarto trimestre de 2015 frente o mesmo período de 2014, de R$ 422,7 milhões para R$ 333,8 milhões. 

O BTG Pactual destacou que o resultado foi fraco, em meio à queda do lucro por ação e a queima de caixa da companhia. A recomendação para os papéis segue neutra. 

Eletrobras (ELET3, R$ 6,63, -1,34%; ELET6, R$ 10,50, -0,94%)
A Eletrobras viu suas ações caírem após a companhia registrar prejuízo líquido de 10,4 bilhões de reais no quarto trimestre, ante resultado negativo de 1,1 bilhão de reais no mesmo período do ano anterior, informou na noite de quarta-feira. A estatal de energia reconheceu impairment de 2,605 bilhões de reais, fortemente influenciado por impairment (baixa contábil) referente ao investimento na usina termonuclear de Angra 3.

JHSF (JHSF3, R$ 1,56, -3,11%)
A JHSF viu suas ações recuarem apesar de ter revelar lucro líquido de R$ 88,6 milhões no quarto trimestre de 2015, alta de 3867% ante os R$ 2,2 milhões do mesmo período de 2014. A receita líquida, por sua vez, teve queda de 0,7%, a R$ 145,1 milhões. Já o Ebitda ajustado caiu 14,8%, a R$ 38,6 milhões. 

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