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Blue chips estimulam Ibovespa a 159 mil pontos, enquanto mercado espera Orçamento

A valorização do Ibovespa espelha em parte o tom positivo da maioria dos índices das Bolsas norte-americanas e a elevação das commodities

Estadão Conteúdo

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Uma placa eletrônica exibe informações sobre as recentes flutuações dos índices de mercado na B3, Bolsa de Valores - 04/04/2025 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)
Uma placa eletrônica exibe informações sobre as recentes flutuações dos índices de mercado na B3, Bolsa de Valores - 04/04/2025 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)

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A aceleração no ritmo de alta das chamadas blue chips – papéis de primeira linha – ajudaram a manter o Ibovespa no campo positivo no período da manhã desta sexta-feira, 19, em meio a sinais de ingresso de fluxo de estrangeiros, apesar das incertezas fiscais. Após iniciar a sessão desta sexta-feira aos 157.928,31 pontos, com variação zero, tendo cedido 0,01% na mínima (157.906,06 pontos), o indicador ganhou força ainda nesta manhã.

Por volta das 11 horas, subiu 0,78%, na máxima aos 159.149,67 pontos. Os mercados estão em compasso de espera pela votação do Orçamento de 2026.

A valorização do Ibovespa espelha em parte o tom positivo da maioria dos índices das Bolsas norte-americanas e a elevação das commodities, em dia de vencimento de opções sobre ações na B3 e agenda de indicadores relativamente esvaziada aqui e no exterior.

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O movimento do principal indicador da B3 ainda espelha a queda do dólar e dos juros futuros, em manhã calma na seara política. Nos EUA, destaque à afirmação do presidente do Fed de Nova York, John Williams, no momento em que espera-se novos cortes das taxas básicas em 2026. Williams disse que ver juros mais baixos nos EUA, eventualmente, mas quer ver como será o desempenho da economia.

Para William Castro Alves. Estrategista-Chefe da Avenue, os principais riscos para os mercados e a economia mundial em 2026 são uma alta dos juros pelo Fed e uma eventual bolha de inteligência artificial (IA). “Ninguém fala em aumento de juros em 2026, mas se por algum motivo houver um choque, uma surpresa inflacionária que leve a aumento das taxas, vai mudar as expectativas”, diz. Além disso, um outro risco é quanto à conduta do próximo comandante do Fed. “Há risco de um novo presidente do Fed começar a cortar juros acima do que o mercado entende como o razoável.”

Após dois pregões seguidos de queda, o Índice Bovespa fechou com valorização ontem e sobe hoje, pontua Matheus Spiess, analista da Empiricus Research. Segundo ele, após o tombo de cerca de 4% no último dia 5, refletindo ruídos eleitorais, houve recuperação para depois o indicador voltar a ceder. “Essa dinâmica de volatilidade pode continuar, à medida que as eleições de 2026 se aproximam. Assim que o cenário ficar mais claro com relação aos nomes dos candidatos, o mercado pode tomar uma direção”, estima.

Os mercados estão em compasso de espera pela votação do Orçamento de 2026, dado que os riscos fiscais do Brasil continuam gerando preocupação no mercado. Perto das 10 horas, a Comissão Mista de Orçamento (CMO) iniciou a votação do Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) para 2026, que fixa despesas R$ 6,543 trilhões, além de estipular um superávit de R$ 34,5 bilhões. O número é R$ 200 milhões acima do centro da meta fiscal para o ano, fixada em R$ 34,3 bilhões. Se o texto for aprovado, segue para o plenário do Congresso Nacional ainda hoje.

Ontem, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, admitiu que o texto “tem desafios, mas é crível”. Haddad disse que ainda há coisas a fazer, mas afirmou ser preciso olhar de onde o governo saiu, argumentando que as contas públicas seguem desorganizadas desde 2015.

Hoje o ministro participa junto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de evento em São Paulo.

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Ainda fica no radar o aumento dos juros pelo Banco do Japão (BoJ na sigla em inglês) de 0,50% para 0,75% ao ano, o maior nível em 30 anos. Também o mercado repercute o resultado do setor externo, com déficit em conta corrente de US$ 4,943 bilhões em novembro, um pouco menor do que a mediana das estimativas (US$ 5 05 bilhões). Já o Investimento Direto no País (IDP) somou US$ 9 820 bilhões em novembro, perto do teto das estimativas (US$ 9,9 bilhões).

Ontem, o Ibovespa fechou em alta de 0,38%, aos 157.923,34 pontos acumulando perda semanal de 1,77%. Na semana passada, encerrou com valorização de 2,16%.

Apesar da desvalorização recente, Matheus Amaral, especialista de renda variável do Inter, acredita que há espaço para novos avanços do Índice Bovespa em 2026, devido à perspectiva de queda da Selic no início do ano que vem. Além disso, para ele, a perspectiva de novos recuos de juros nos Estados Unidos e o valuation “esticado” de algumas ações de tecnologia em Nova York podem direcionar recursos para mercados emergentes como o Brasil vistos como oportunidades.

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Às 11h22, o Ibovespa subia 0,46%, aos 158.677,26 pontos. O petróleo subia em torno de 0,60% e o minério de ferro fechou com alta de 0,52% hoje em Dalian. Vale (VALE3) tinha elevação de 0,16%; Petrobras (PETR3;PETR4), de 0,39% (PN) e de 0,12% (ON). Os papéis de grandes bancos avançavam em torno de 1% em sua maioria. BB (BBAS3) caía 0,32%.