Bitcoin volta a ser hedge preferido de investidores institucionais contra inflação, diz JPMorgan

Analistas do banco apontam otimismo após fala positiva do FED e ritmo acelerado na adoção de tecnologia que acelera pagamentos com a criptomoeda

Paulo Barros

(Shutterstock)

Publicidade

SÃO PAULO – O banco de investimento JPMorgan divulgou um relatório para clientes na quinta-feira (7) em que aventa a possível preferência de investidores institucionais por Bitcoin (BTC) no lugar do ouro para se proteger da inflação.

Para analistas do banco, o rali que já eleva o preço da criptomoeda em mais de 25% na semana é impulsionado pela adoção de institucionais que “parecem estar voltando ao Bitcoin, talvez vendo-o como uma melhor proteção (hedge) contra a inflação do que o ouro”.

O JPMorgan corrobora a tese levantada por dados trazidos pela casa de análise Glassnode, que já apontava a volta do capital institucional para a criptomoeda desde a última semana de setembro.

Masterclass

As Ações mais Promissoras da Bolsa

Baixe uma lista de 10 ações de Small Caps que, na opinião dos especialistas, possuem potencial de valorização para os próximos meses e anos, e assista a uma aula gratuita

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Na ocasião, a entrada diária de, em média, US$ 1,75 bilhão no mercado teria sido responsável pelo fechamento mensal em US$ 43 mil, nível considerado crucial para dar ensejo a um movimento de alta em outubro, considerado um mês historicamente de recuperação para a criptomoeda.

A preferência pela criptomoeda em relação ao ouro residiria em crença renovada de que a tecnologia tem futuro, principalmente após declaração recente do presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Jerome Powell, afirmando que, ao contrário da China, os Estados Unidos não planejam banir a criptomoeda.

Além disso, gestores estariam animados com o ritmo de adoção da Lightning Network, uma tecnologia que barateia e acelera a transferência de Bitcoin, solucionando uma conhecida falha da moeda digital para uso em pagamentos. O protocolo de segunda camada registra recordes seguidos de atividade impulsionados pela adoção em El Salvador, apontando que o criptoativo teria condições de escalar globalmente.

Continua depois da publicidade

Leia também: XP e Rico lançam dois fundos passivos de criptomoedas, com investimento a partir de R$ 100

O movimento de grandes investidores de volta ao Bitcoin também estaria ligado a uma perspectiva de ainda maior valorização da criptomoeda frente ao ouro. No ano até aqui, a moeda digital avança cerca de 90% enquanto o ouro acumula perdas na casa dos 7%.

Segundo o analista de criptomoedas Ki Young Ju, fundador da casa de análise CryptoQuant, dados da blockchain indicam que investidores de grande porte ganharam exposição ao Bitcoin por meio de contratos futuros nas bolsas Binance, Huobi e Bybit, o que apontaria para otimismo para alta de preços no curto prazo e um posicionamento para a possível aprovação do ETF de futuros de Bitcoin nos EUA.

“Se esse é o posicionamento das baleias para o ETF, eles provavelmente usarão bolsas de fora dos EUA para evitar acusação de insider trading”, disse Ju, apontando que o volume no mercado à vista da Coinbase, tradicionalmente usada por investidores americanos, está crescendo, mas não a um ritmo tão forte quanto no começo do ano.

A expectativa pela aprovação ETF foi reforçada mais uma vez após a aprovação de um fundo de índice da Volt Equity com exposição indireta ao Bitcoin. O Volt Crypto Industry Revolution and Tech ETF (BTCR) vai acompanhar empresas que detêm Bitcoin ou que atuam na infraestrutura do mercado de criptomoedas, portanto devem seu faturamento ao setor.

“Eu acredito fortemente no Bitcoin e estava muito animado com o lançamento de um ETF que poderia tirar proveito da revolução do Bitcoin que se aproxima”, disse o Tad Pak, CEO da Volt, ao Business Insider.

O produto deverá ser listado na Bolsa de Valores de Nova York nas próximas três semanas.

Maiores especialistas do Brasil te ensinam a investir melhor nessa classe de ativos: conheça o curso Criptoinvestidor!

Paulo Barros

Editor de Investimentos